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quarta-feira, 8 de julho de 2015

À maneira de Gil Vicente…



 O político anónimo
Ao chegar ao cais, o Político vinha com a constituição nas mãos e o Diabo, ao vê-lo, exclamou:
-Ora, quem vem lá, o Senhor Doutor, candidato a Presidente!
-E para onde vai esta barca? - perguntou ele, com arrogância.
-Ora! Esta barca vai para o país dos corruptos.
- Como?! - pergunta o político, sem entender o eufemismo utilizado pelo Diabo.
-Esta barca dirige-se ao teu destino, o Inferno!
-Deve ter acontecido alguma espécie de engano, uma vez que eu dediquei toda a minha vida na terra ao meu povo.
-Pois, eu compreendo e, em contrapartida, o povo dedicou-te todas as suas carteiras.
-Juro que não te entendo! Sempre fiz o bem. Não há outra barca por estas bandas?
-A que tu pertenças, não, não há!

Mesmo assim, o Político dirigiu-se à barca do Anjo, tentando entrar nela.
-Eu pretendo ser o Presidente do país e, como tal, quero que me passes para o Paraíso e é já!
-Eu?! Mas por que razão te haveria de passar? Tudo o que na vida fizeste foi roubar.
-Nunca roubei! Retirava, sim, o dinheiro que me pertencia devidamente.
-Pois sim! Tiravas o que te pertencia, e depois mais um tanto.
-Ora! Aqui tens algumas moedas para me deixares passar.
-Meu Deus! Até depois de morto queres subornar! Nesta barca, não hás de entrar.

Perante tal situação, o Político dirigiu-se novamente à barca do Diabo.
-Parece que falavas a verdade. Se a algum lugar pertenço é ao Inferno, pois toda a minha vida roubei e o povo muito enganei.
-Finalmente! Ora, entrai, entrai… - solicitou o Diabo, triunfante e feliz.

Inês Oliveira, nº 12, 9º A - Vilarinho 

Nota:
Imagem Retirada da Internet.

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