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domingo, 31 de outubro de 2010

Halloween

Olá a todos os Ciclistas.
Hoje é dia das Bruxas. O Halloween, em inglês.
Vamos mostrar-vos a decoração que o grupo de Inglês fez na nossa Escola para celebrar este dia.
Agora não vos vamos falar desta comemoração porque já o fizemos há um ano!
Deliciem-se, pois, com as imagens.

Adriana Matos e Sofia Pedrosa, O Ciclista

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A nossa escritora volta à sua escola

No passado dia 28 de Outubro a Ana Rita, antiga aluna da nossa Escola, veio visitar-nos, na qualidade de escritora.
A Ana Rita veio fazer uma mini-palestra à nossa Biblioteca para a turma B do 6º Ano. Apresentou os seus dois livros e falou da sua vida de escritora.
Já a caminho do seu terceiro livro, a Ana Rita matou-nos a curiosidade dizendo que este conta a história de um bando de extraterrestres que invade a Terra. Saciando um pouco mais o nosso apetite, disse-nos que a história fala de um rapaz e de uma rapariga que são os únicos que podem salvar a Terra e os Humanos.
Mas por agora é só. Se quiserem saber mais têm de esperar pelo lançamento do próximo livro!


Aurora Cavaleiro, Laura Pinto e Margarida Pereira, O Ciclista

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dia da Biblioteca Escolar

O Dia da Biblioteca Escolar, declarado pela Rede de Bibliotecas Escolares, foi comemorado no dia 25 de Outubro. Este ano foi dedicado ao tema "Diversidade Desafio Mudança, tudo isto na Biblioteca Escolar", que vai ao encontro dos objectivos traçados pela International Association of School Librarianship (IASL).
A nossa Biblioteca juntou-se a esta celebração com a distribuição, por alguns dos nossos alunos, de um marcador e de um folheto, onde consta uma adivinha que a seguir publicamos:

Tenho luz, tenho cor, tenho magia
Carrego vidas, histórias e fantasia
Sei de aventuras e desventuras
Trago emoção, paixão e sedução
Guardo segredos e devaneios
Conservo louvores e doutores
Desafio poetas e trovadores
Contigo partilho tantos amores.

Estou aqui! Abro portas e janelas
Saem das minhas estantes paralelas
Bilhetes que tenho para te dar
E a todos quantos queiram viajar
Dou prazer e saber, cultura e lazer
Sou tesouro sem prata nem ouro
Quem sou?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mostra de Sopas

Gostaríamos de partilhar com todos os ciclistas a reportagem que fizemos no dia da “Mostra de Sopas”. Falámos com alguns alunos e com algumas mães. Todos consideraram esta actividade muito interessante e bem conseguida. Uma mãe disse-nos mesmo que talvez tivesse sido mais interessante não ter havido almoço na cantina e todos os alunos terem almoçado ali mesmo as suas sopas.

Na sua maioria, todos os entrevistados disseram que comem diariamente sopa, pois consideram-na muito importante. Muitos foram mais longe, referindo que não passam sem um pratinho deste fumegante petisco. É que conforta muito o estômago, como nos disse uma das entrevistadas.

Mas a nossa entrevista não ficaria completa se não ouvíssemos uma das professoras responsáveis pela organização. A Dra. Teresa Glória começou por nos dizer que esta actividade tinha sido pensada para comemorar o Dia da Alimentação que se celebra a 16 de Outubro. Disse-nos, ainda, que considera que os objectivos foram atingidos, pois muitos pais aderiram e os alunos vieram buscar a sua tigela de sopa, para completar a refeição da cantina.

Obrigado a todos os que contribuíram com as deliciosas sopinhas, muito particularmente às mães e pais presentes!

Adriana Matos e Sofia Pedrosa, O Ciclista

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ALEXANDRE HERCULANO – singela homenagem

No mesmo ano em que se celebram os 100 anos da implantação da República, passa o 2º centenário do nascimento de Alexandre Herculano, uma das personalidades mais importantes do século XIX, a quem Portugal muito deve e que, no entanto, passou quase despercebido.

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa no dia 28 de Março de 1810, no Pátio do Gil, local de residência dos mais pobres como eram os seus pais. Faleceu em Vale de Lobos, Santarém, a 13 de Setembro de 1877, vindo o seu corpo para os Jerónimos em 1888 como reconhecimento do que o país lhe devia.

A situação dolorosa do país em consequência das invasões francesas e dos desmandos dos ingleses e a agitação social que conduziria à Revolução Liberal de 1820 devem ter marcado profundamente a sua infância e adolescência.

Frequentou até aos 15 anos o colégio dos Padres de S. Filipe de Nery. Contudo, não podendo frequentar a Universidade de Coimbra, como era seu desejo, por falta de meios económicos, não deixou de se dedicar ao estudo do inglês, francês, italiano e alemão que, mais tarde, lhe seriam úteis para as suas pesquisas históricas.

Descontente com o governo de D. Miguel, exilou-se em França e na Inglaterra, vindo a integrar o exército de D. Pedro IV que desembarcou junto ao Porto para afastar os absolutistas do poder.

Terminada a guerra civil, inicia uma carreira de bibliotecário que o levaria da Biblioteca do Porto às Bibliotecas Reais da Ajuda e das Necessidades, onde se dedica ao estudo e pesquisa.

Vai publicando várias obras que vão da poesia, ao teatro e à narrativa, estando entre as mais conhecidas “Lendas e Narrativas”, “ O Monge de Cister”, “ O Bobo”, “Eurico, o Presbítero” e tantas outras.

Mas a que lhe daria mais glória seria a “História de Portugal”, em quatro volumes, que introduz em Portugal a historiografia científica.

A Academia das Ciências nomeia-o seu sócio efectivo e encarrega-o de recolher os “Portugaliae Monumenta Historica” – documentos antigos e muito valiosos, que estavam dispersos e em risco de se perderem, nos vários conventos do país, após a extinção das ordens religiosas.

Recusou honrarias e condecorações e, desiludido com a situação política do país, retirou-se para a sua quinta de Vale de Lobos onde, além da agricultura, se continuou a dedicar à sua obra literária e científica.

Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do romantismo em Portugal.

O 1º centenário do seu nascimento, ocorrido a 28 de Março de 1910 foi celebrado de forma notável. Os principais jornais dedicaram-lhe grande destaque, realizaram-se vários eventos a nível nacional entre os quais uma visita ao seu túmulo nos Jerónimos, em Lisboa, uma homenagem da Academia Real das Ciências, com a presença do rei D. Manuel II e seu tio o infante D. Afonso, festejos na Câmara de Lisboa, uma exposição bibliográfica da sua obra, além de outras iniciativas.

Enquanto vivo, teve uma influência sem paralelo em Portugal pela sua autoridade moral, intelectual e cívica. Citando o historiador Rui Ramos “recebeu em vida a glória que Camões e Fernando Pessoa só tiveram após a morte”.

Laura Pinto, professora

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Porquê?

A história dos mineiros chilenos não terá deixado ninguém indiferente. Provocou comoção, ansiedade, esperança e, finalmente, satisfação. O bem de alguns foi preocupação de quase todos. Acima dos egoísmos estiveram sentimentos bons, valores que escasseiam nos tempos que correm: solidariedade, altruísmo, capacidade de trabalho, respeito pelos outros e pelas hierarquias. Tudo isso, posto em prática dentro e fora do quase túmulo, deu um final feliz a uma quase tragédia.
Porque é que me lembrei de escrever sobre um assunto acerca do qual toda a gente, no mundo inteiro, falou e/ou escreveu? Porque me recordo de ter pensado, enquanto via as imagens da chegada do último mineiro: Porque não existe esta solidariedade no dia a dia? Porque não se canalizam saberes  e energias para melhorar a vida das pessoas - de todas as pessoas? Porque é que cada indivíduo não dá o melhor de si mesmo em proveito próprio e da sociedade em que está inserido? Porquê a ganância, se tudo acaba mais cedo ou mais tarde? Porquê a guerra, qualquer guerra? Porquê a desvalorização dos valores que fariam da nossa uma sociedade mais justa? Porquê...?

Miquelina Melo, professora

sábado, 16 de outubro de 2010

A importância da sopa na alimentação

O consumo de sopa traz grandes benefícios para todos nós! Não só é muito saborosa, como tem nutrientes que nos ajudam a ter uma alimentação variada e muito saudável!

A sopa é indicada para quem

  • têm dificuldade em digerir;
  • sofre de falta de apetite;
  • necessita regular o apetite;
  • e, também, para controlar a ingestão compulsiva de alimentos nas crianças;
  •  tem qualquer idade…
 Motivos para comer sopa
    • Manutenção do peso ideal;
    • Geralmente apresenta um baixo valor calórico;
    • É de fácil digestão;
    • É importante para um bom funcionamento intestinal;
    • Sacia o apetite;
    • Regula o apetite;
    • Equilibra dietas desequilibradas;
    • Oferece uma grande riqueza de vitaminas, minerais e uma grande quantidade de fibras;
    • Fornece muitas substâncias protectoras e antioxidantes;
    • Não gera substâncias cancerígenas;
    • Previne a obesidade;
    • Regula os níveis de colesterol.
 Sabia que:
    • Portugal é o 1º consumidor de sopa da Europa. A nível mundial ocupa o 3º lugar.
    • A gastronomia portuguesa tem um forte enraizamento no consumo de sopa.
    • Muitos dos pratos hoje utilizados como principais derivam da sopa. Exemplos disso são: a caldeirada, o ensopado, a jardineira, … que não são mais do que sopas mais “secas” que viram o conteúdo de água diminuir.
Não se esqueçam de comer sopa diariamente!
Adriana Matos e Sofia Pedrosa, o Ciclista

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Estórias Republicanas - impressões que fazem história"

No passado dia 12 de Outubro, os alunos da turma E do oitavo ano do Agrupamento de Escolas de Anadia visitaram a exposição "Estórias Republicadas - impressões que fazem história". Foi a oportunidade de aprenderem um pouco mais sobre a origem da escrita, desde os tempos das cavernas, passando pela utilização do Papiro e do Pergaminho, até chegar ao papel e à imprensa, factor decisivo para a produção em série de livros, permitindo que todas as pessoas a eles tivessem acesso.
Foi muito interessante ver bem de perto um livro do séc. XVIII (não tenho a certeza da data), ainda em bom estado de conservação, apesar de alguns insectos chamados "bibliógrafos " já se terem alimentado de algumas partes das suas folhas.
A exposição esteve patente na Biblioteca Municipal de Anadia.

Curiosidade: Sabes que, nas bibliotecas, a presença de alguns morcegos é imprescindível para a conservação dos manuscritos?
É que os morcegos comem os insectos que atacam os livros!...


Alice Lourenço, professora

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Batalha do Buçaco

Na sua tentativa de dominar a Europa, Napoleão Bonaparte, imperador dos franceses, manda invadir Portugal.

Entre 1807 e 1810, o nosso país é invadido três vezes. Tanto na primeira como na segunda invasão, os exércitos napoleónicos são derrotados, mas não desistem. Assim, corria o Inverno de 1809-1810, quando mais de 100.000 homens atravessaram os Pirenéus, comandados pelo general Massena, naquela que seria a terceira e última invasão.

A tomada das praças de Ciudad Rodrigo (ainda em Espanha) e de Almeida, em Portugal, deixa-lhes o caminho mais fácil para prosseguir até Coimbra.

À sua frente, Wellington, comandante das tropas luso-britânicas, reuniu o seu exército no Buçaco, uma serra de 15 quilómetros de comprimento, de encostas íngremes cobertas, então, por vegetação baixa (urzes e tojos), tentando, pelo menos, retardar o avanço do inimigo.

Massena chegara ali com 65.050 combatentes e 114 bocas de artilharia. Do nosso lado havia 52.272 soldados, sendo 25.429 portugueses, e 60 bocas de artilharia.

No dia 27 de Setembro de 1810,os franceses, ao aproximarem-se da serra, não suspeitavam das intenções das tropas de Wellington que os atacaram, morrendo 4.486 soldados, incluindo 5 generais. Do lado luso-britânico houve 1.252 baixas entre mortos e feridos.

O general Massena, para evitar maior número de mortos e porque o seu exército se encontrava muito desmoralizado, saiu daquele local, saindo por Algeriz para tomar a estrada que o conduziria até perto de Lisboa. Porém, foram derrotados nas chamadas Linhas de Torres Vedras, retirando-se definitivamente de Portugal em 1811.

Os soldados, tal como haviam feito nas duas primeiras invasões, mataram as populações indefesas, roubaram, destruíram e incendiaram casas, edifícios públicos, igrejas e conventos.

O país ficou mais pobre e minguado de gente e demoraria muitíssimos anos a recuperar.

Este ano, comemoraram-se os 200 anos de tão famosa batalha com várias cerimónias públicas.

Laura Pinto, professora

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mostra de Sopas

No dia 16 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Alimentação. A nossa Escola vai comemorá-lo no dia 15, 6ª feira, com uma Mostra de Sopas.
Esta actividade tem como objectivo fomentar a adopção de comportamentos e hábitos alimentares saudáveis, sensibilizar a comunidade educativa para a importância da sopa na alimentação quotidiana e promover a recuperação do uso da sopa nos hábitos alimentares das famílias.
Pelo menos um encarregado de educação de cada turma fará uma sopa para representar a turma do seu educando. Ele vai trazer a sopa numa panela juntamente com uma concha e, se puder, irá também servi-la.
A actividade decorrerá entre as 12 horas e 30 minutos e as 14 horas.
A actividade está a ser organizada pelos elementos do Projecto de Educação para a Saúde.
Estão todos convidados para participar na actividade!
Vamos comer bem! Vamos todos comer sopa!

Adriana Matos e Sofia Pedrosa, O Ciclista

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Visita à Cerdeira (Serra da Lousã)

Nos últimos anos os professores e funcionários da nossa Escola têm feito "Visitas de estudo" a locais que, por algum motivo, lhes interessa conhecer ou revisitar. Servem para conviver e, também, para enriquecer os seus conhecimentos. O texto que se segue, escrito por uma professora, narra a visita a uma quinta de agricultura biológica na Cerdeira, pequena aldeia alojada numa das encostas da Serra da Lousã.

Partimos de manhãzinha,
de madrugada, não era,
quando todos entusiasmados,
lá partimos para a serra!

Quando saímos da escola,
prontinhos a viajar,
nem por sombra nós sonhámos
o que nos ia esperar.

De curva em contra curva,
chegámos perto da Cerdeira,
mas subir até à aldeia,
foi mesmo grande canseira!

E as cerejas docinhas,
que provámos no caminho,
deveram-se ao grande esforço,
do nosso colega Hermínio.

Bem sentadinhos no chão,
qual meninos d`infantário,
estivemos com atenção,
a saber qual era o trabalho.

“ Nós vamos tecer a serra”,
disse o nosso professor,
nós pusemos mão à obra,
trabalhámos com ardor.

E fizemos obras primas,
com materiais nunca pensados
e depois de terminarmos
estávamos todos cansados.

De sucalco em sucalco,
fomos todos em filinha,
afinal o que é aromática
e o que é erva daninha?

Chegada a hora de almoço,
estávamos esfomeados,
mas com comidinha à Bairrada,
ficámos logo tratados.

Ele era leitão e pão,
espumante, alface e laranja,
uvas, cerejas e bolos,
só nos faltou mesmo a canja.

Houve quem “barafustasse”,
não se agrada a todos, não é?
que o que faltava mesmo,
era termos um café!

Cantaram-se os parabéns,
a Aldora fazia anos,
com as velas a preceito,
para não haver enganos!

O trabalho continuou,
não era p`ra brincadeira,
que o diga quem visitou,
a aldeia da Cerdeira.

Por último um belo chá,
de ervas, pois já se vê,
e um rico requeijão,
com ervas, sabem porquê?

Porque fomos à Cerdeira,
ver as ervas aromáticas,
e não foi só teoria,
tivemos mesmo aulas práticas!...

Maria Helena Cravo Santos, professora

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Escola Preparatória José Luciano de Castro

Lembro os campos verdejantes onde hoje está a nossa escola.
Recordo as máquinas, o barulho e a poeira levantada… mas urgia erguer uma nova escola!

Decorria o ano de 1973 quando a Escola Preparatória José Luciano de Castro abriu as suas portas à comunidade educativa.

Saídos da Escola Primária, muitos como eu da de Anadia, outros de todas as outras primárias do concelho, chegámos à Preparatória cheios de vontade de trilhar um caminho que nos levasse a um futuro risonho.

A grande família, que de braços abertos nos acolheu durante os dois anos que ali permanecemos, tornou-se inesquecível.

Quatro das pessoas que inauguraram a Escola ainda ali permanecem: uma funcionária e três ex-alunos. A D. Noémia, os professores Luís Bandarra e José Dinis e eu própria partilhámos com muitos outros alunos, funcionários e professores a alegria de estrear a escola nova.

O Chefe de Estado de então, Américo Tomás, fez as praxes protocolares. E nesse mesmo dia também presidiu a outra inauguração: a S.I.S. Sachs abriu as portas das suas novas instalações. Houve atrasos e falhas de luz, mas no fim tudo correu bem!

Foi um dia de sonho. A cerimónia de inauguração foi digna de fazer inveja a qualquer outra cerimónia protocolar. Ensaiados pelos nossos professores (e lembro com saudade a Professora Clarinha, de Música), cantámos afinadinhos e dançámos com elegância o nosso folclore tradicional.

Graça Matos, Professora / Clube de Jornalismo




segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Depois das férias

Mais um ano que começa. As férias foram longas, mas pareceram-nos tão pequeninas! A praia, a montanha, o rio, o mar ou a piscina parecem-nos já muito distantes…

O início das aulas é para todos um reviver de amigos e, também, um tempo para conhecer novos colegas. Mas, para além de ser um espaço de convívio, a escola é muito especial, porque nos ensina a crescer em conhecimento. Para aprender bem o que os professores explicam temos de estar atentos, de nos comportar bem e de estudar diariamente em casa.

Quanto a nós, Ciclistas, prometemos estar aqui para vos transmitir as novidades e muito mais.

Um bom ano lectivo para todos!

Adriana Matos e Sofia Pedrosa, O Ciclista

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia Internacional do Idoso

 No mundo, 600 milhões de seres humanos têm mais de 60 anos...
A Organização das Nações Unidas (ONU) designou, em 1990, o dia 1 de Outubro como Dia Internacional do Idoso. Esta decisão reconhece o facto de a população mundial estar a envelhecer e alerta para a necessidade de cuidar melhor daqueles que já cuidaram de nós. Celebrando a efeméride trazemos, para leitura e reflexão, um poema de Carlos Drummond de Andrade.


 (vídeo retirado do Youtube)

JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?


Carlos Drummond de Andrade