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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Momentos de diálogo - A planta abandonada


Era uma vez uma planta feia, murcha e pouco colorida, que vivia no canto direito do jardim da Dona Celeste, que era um jardim muito bonito, onde muitos meninos, vindos da escola, brincavam.
Certo dia, vindo eu da escola, decidi ir ao canto do jardim, que era um local onde ninguém ia por não gostar do que lá se encontrava. Quando lá cheguei, agachei-me e pus-me a olhar para uma flor e, de repente, ouvi um sussurrar que parecia vir do meu coração e que dizia:
- Olá, amigo!
Eu pus-me a pensar rápido e logo percebi que era uma planta a falar para mim. Rapidamente, respondi:
- Olá!
- Sou a planta. O que vieste aqui fazer?
- Vim observar-te, já que estás sempre sozinha e já agora, como consegues falar?
- Também não sei! Sou a única deste jardim que consegue.
- Está bem! Eu amanhã, quando voltar da escola, voltarei para te ver.
No dia seguinte, como prometido, voltei àquele local e, a partir daí, comecei a ir todos os dias, e com o passar do tempo, a planta ficou a mais bonita do jardim e todos os meninos começaram a falar com ela.
A partir desse momento, aquela planta ficou então a ser a mais feliz do jardim.


Alícia Pina, nº 1, 8º F

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Momentos de diálogo - À conversa com um cão


Eu estava em casa com a minha mãe, quando ela decidiu ir ao canil buscar um cão que se chamava Leo.
- Toma bem conta dele! – ordenou ela.
- Ok! – exclamei eu, mas não estava com muita vontade de tomar conta dele. Afinal, ele só comia, dormia e catava pulgas…
- O que é que eu faço contigo, agora? – interroguei-me eu.
- Podias levar-me a passear – respondeu uma voz vinda não sei de onde.
- Quem falou? – perguntei eu.
- Fui eu!
- Tu, quem?
- O teu cão.
- Mas tu falas?
- Sim, mas ninguém sabe e também não é para saberem!
- Ok! E onde vamos nós passear?
- Às cascatas. Está a apetecer-me lavar o meu lindo pelo reluzente.
Então, lá fomos nós. Entretanto, pelo caminho, encontrei uma cadelinha bebé, perdida no mato e acolhi-a. O meu cão é que não gostou nada da ideia.
- O que estás a fazer? – perguntou ele.
- A cadelinha é tão linda! Vamos tratar dela.
- Não! Depois a tua mãe vai ficar aborrecida contigo.
- Claro que não! Pois ela adora cães bebés.
- E, então, eu deixarei de ser o teu cão preferido?
- Não! Ah! E estás com ciúmes!
- Não estou nada!
Seguidamente, fomos para casa, demos-lhe comida e lavámo-la. Entretanto, decidi que ela iria chamar-se Tuxa.
O tempo foi passando e o Leo até já começava a gostar da Tuxa e o mesmo se verificava da parte dela. Um dia, tiveram então filhotes e formaram uma família canina.
Estando nós, certa tarde, sozinhos, o Leo decidiu agradecer-me por ter trazido a Tuxa para casa e por tê-los tratado sempre com muito carinho.
E aqui está uma pequena história com um final feliz!

Jorge Gabriel Abreu, nº 11 8º F

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Sozinha no mundo?!


Há muitos dias que andava a sentir-me muito sozinha, triste, sem rumo, com uma grande vontade de desistir da vida. Porém, no pior momento da minha vida, alguém me apareceu e ajudou e, por mais estranho que pareça, foi uma árvore. Sim, uma árvore!
No dia seguinte a este grande momento de tristeza, fui para o jardim, para o lugar habitual, para debaixo da grandiosa copa da árvore central com folhas de um verde tão bonito que me fazia lembrar campos inteiros renascendo. Olhei à minha volta e vi o jardim, já cheio de bonitas flores de todas as cores, deveras uma bonita paisagem!
 Deitei-me e fiquei mergulhada nos meus pensamentos, mas a certa altura já não conseguia aguentar mais e desatei a chorar, pois sentia que ninguém me queria e que estava sozinha no mundo. Porém, de repente, ouvi uma voz doce, talvez a mais doce que já ouvira! Esta voz, depois de me chamar, disse-me para não chorar, já que ela estaria sempre ali para mim. Aí, mesmo desconfiada e com algum medo, confesso, perguntei:
- Quem és tu? De onde vens?
- Olá, querida! Não tenhas medo, sou eu mesma, a árvore e estou aqui para te secar as lágrimas com as minhas folhas de que tanto gostas. – e, dito isto, deixou cair suavemente uma pequena folha.
Fiquei maravilhada, foi um gesto simples e tão bonito!
- Obrigada, minha bonita árvore, e desculpa por não te ter dado valor, desculpas-me?!
 - É claro que desculpo, minha querida, tu não sabias… Quer dizer, ninguém sabe! Vai ser o nosso segredo, ok?!
 - Claro, minha arvorezinha, é e será o nosso grande segredo.
Depois deste mágico momento, agarrei-me ao tronco da árvore e adormeci. E, a partir desse dia, nunca mais me senti sozinha!


Margarida Lagoa, 8º F

terça-feira, 28 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Para as “mães galinhas”


Era uma bela tarde de quarta-feira, o sol estava bastante intenso. O verão estava a bater à porta e no meu jardim, havia uma grande confusão. Todos os bichos, bichinhos, aranhas, insetos, entre os quais abelhas, zangões, mosquitos, todos andavam a voar de um lado para o outro.
Decidi sentar-me à sombra a observar aquela grande azáfama. Dei de caras com um pequeno casulo, de cor acastanhada que de repente se começou a mexer, como que se lá de dentro algo quisesse sair. Cedo percebi que esse algo era uma grande e colorida borboleta. A princípio fiquei a observar, mas de imediato reparei que a borboleta necessitava de ajuda. Nunca tinha assistido a tal momento. As minhas pernas tremiam. Corri o mais depressa que pude até à cozinha, onde encontrei um canivete, agarrei nele e voltei a correr. Cheguei ao casulo, com o canivete, abri-o com muito cuidado para evitar magoar a borboleta.
Naquele momento, toda a bicharada do jardim parecia que me atacava, mas esbracejei e ganhei espaço. Abri o casulo e fiquei muito surpreendido quando a borboleta caiu no chão e de seguida, morreu.
Fiquei estupefacto a olhar para a borboleta até que a rainha borboleta, que normalmente comparecia nos funerais, se aproximou de mim e disse:
-Não o devias ter feito, pois a borboleta fica sem forças nas asas e não consegue voar.
Estava tão chocado que nem me admirei com a fala da rainha borboleta.
-Não queria que fosse este o seu destino! – respondi eu, inocentemente.
Aprendi neste dia uma grande lição de vida. E, a meu ver, isto também se aplica nos seres humanos. Vejam, então, se não concordam comigo! As mães têm de deixar os seus filhos ganharem força nas suas asas e não cortarem-lhe os casulos. Caso contrário, não conseguirão enfrentar nem ultrapassar os obstáculos que a vida lhes apresenta.

João Pedro Rocha, Nº 10, 8º F

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Um cão falante


Era o dia dos meus anos e todos os convidados já tinham chegado. Entretanto, quando chegou a hora de receber as prendas, eu estava à espera de algo como um Iphone ou um Macbook da parte dos meus pais, mas a única coisa que recebi foi um cão.
Olhei com cara de espanto para os meus pais, peguei na caixa com o cão, sorri e fui para o meu quarto, tranquei a porta e comecei a interrogar-me:        
-Um cão? O que é que eu vou fazer com este animal? Só me vai arranjar problemas!
-Posso ser um cão, mas não arranjo problemas.
Olhei para a porta para ver se alguém estava lá, mas era impossível, tinha-a trancado. Depois, olhei para a janela, mas também ninguém estava lá, então, olhei para o cão. Porém, seria mesmo impossível ter sido ele a falar. “Se calhar foi só impressão minha e ninguém falou…”-pensei eu.
-Falei eu, e estou aqui em baixo. Sou eu, o cão!
 -Ok! Devo estar a sonhar ou estou a ficar maluca.
 -Não estás nada, estás mesmo a falar comigo - respondeu o cão.
 -Sim, é que os cães falam mesmo!
 -Eu sou um cão e…
 -Sim falas, mas como?!
 -Sou um cão especial.
 -Especial, mas como assim?
 -Só falo com a dona certa e tu és a minha dona!
-Mas eu nem sei o que vou fazer contigo…
 -Com o tempo verás, eu vou crescer e tornar-me no teu melhor amigo.
  Eis, então, que passaram três meses e o cão estava grande, já tínhamos passado por muitas aventuras. Contudo, aconteceu uma desgraça. Certo dia, um carro atropelou-o e as últimas palavras dele foram:
 -Foste a melhor dona de sempre! Se te oferecerem mais um cão, não te desiludas com os teus pais. Fui eu que me ofereci para te fazer companhia, te ajudar e dar conselhos, agora é a altura de eu ir embora. Fiz-te esta visita para aprenderes que os animais também são uma boa prenda!
E foi assim que aprendi a valorizar qualquer gesto por parte dos meus pais e os próprios animais, aos quais eu não dava grande valor.

Anastasiya Hrabarchuk, nº 4, 8º F

domingo, 26 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Ganhei e ajudei!


Ganhei e ajudei!


Era uma vez um menino que adorava nadar. Ele nadava no rio, na piscina e até no mar.
Num dia de sol, o rapaz foi nadar no mar. Nadou e depois foi-se deitar na areia. De repente, ouviu uma voz a chamá-lo:
- João, ajuda-nos! João!
- Mas quem estará a chamar por mim? – pensou e perguntou baixinho.
Mas mais uma vez chamaram:
- João, ajuda-nos… João!
João seguiu aquela voz e quando lá chegou, ficou espantado.
- Vocês são peixes?! – exclamou ele.
- Somos sim e vamos precisar da tua ajuda. Somos guardas da rainha baleia azul – disse um dos peixes amarelo.
- Mas o que posso eu fazer? Nem sequer respiro debaixo de água, não posso pois ajudar-vos.
- Come esta alga, vai dar-te poderes mágicos! – exclamou um peixe com ar sábio.
O menino comeu e de repente, tornou-se num ser estranho, metade peixe metade homem, com escamas verdes e azuis.
Começaram, então, a nadar até que no fundo do mar encontraram um grande palácio de corais, conchas e algas, onde estavam muitos peixes, polvos, entre outros seres.
Mandaram o rapaz entrar logo.
- João, ainda bem que vieste! – exclamou a rainha.
- Sim, vossa majestade. – disse ele.
- Os tubarões andam a atacar-nos. Precisamos que os derrotes – pediu a rainha, muito preocupada.
Então, o rapaz foi logo defender os peixes, indo falar com o rei dos tubarões.
- Vamos fazer um jogo, quem perder, rende-se! – exclamou o rei, depois de o ter ouvido falar.
- Ok! Vamos a isso. – respondeu o jovem.
O jogo era uma corrida, então, o João e o rei colocaram-se nas suas posições.
- Aos seus lugares, vai! – gritou um outro tubarão.
Mal foi dado o início da partida, ambos foram nadando e o rapaz ganhou e como é óbvio, os tubarões tiveram de se render.

João Melo, nº 14, 8º C

sábado, 25 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Um improvável conselheiro


Um improvável conselheiro


            Era um dia de nevoeiro. Tinha chegado a casa depois das sete da tarde, pois tive jogo. Depois da derrota que sofremos, quis isolar-me da família e de tudo o que me rodeava, por isso fui para o jardim.
            Mal se via a paisagem. A única companhia que tinha era o meu cão. Mas nem ele me compreendia. Deitei-me na relva e disse, sussurrando: “O que mais posso eu fazer?”
            - Talvez não estejas a pensar com clareza… - respondeu-me uma voz misteriosa.
            Estava pronta para lhe responder, mas depois olhei em meu redor e não vi ninguém a não ser o meu cão, um vaso de flores e o relvado. Ao ver-me tão intrigada, a voz respondeu- me:
            - Se calhar o mais certo seria olhares para baixo.
            E eu assim o fiz. Foi aí que vi que, no meio das ervas, se encontrava um caracol com uma carapaça muito maior que o seu tamanho. Apesar de pequeno, aquele caracol era uma criatura sensata e, de certa maneira, sábia.
            Sentei-me ao lado dele e contei-lhe como me sentia. Contei-lhe todos os pormenores do jogo e quando acabei o meu relato, senti-me finalmente mais aliviada. Por fim, o caracol disse-me:
            - Sabes, podes achar que tens toda a razão e, provavelmente, todos os que estivessem no teu lugar se sentiriam assim. Mas não te lembras que, quando me ouviste, procuraste-me por todo o lado, menos cá em baixo? Se calhar, nos teus jogos, tentas tanto procurar os mais velhos que não olhas para os mais novos, ou para os que não jogam tão bem.
            Percebi que o caracol tinha realmente razão, e a partir daquele dia, tentei sempre valorizar tanto os melhores como os piores, tanto no basquete como em tudo.
           
Clara Loureiro, nº 7, 8º C

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Momentos de diálogo - A árvore falante


A árvore falante

Era um belo dia, quando pensei ir dar uma volta à floresta para poder passar algum tempo sozinho e para ter um dia descansado.
Nesse mesmo dia, eu já estava para vir embora da floresta com destino a casa, quando ouvi uma voz. Tentei procurar alguém que estivesse por perto, mas sem sucesso. Então, fui para casa descansar. Entretanto, passados alguns dias, voltei a ir à floresta, fui vendo o que por lá havia, quando quase no fim do passeio, pensei em deitar-me na relva.
Já deitado, ouvi outra vez a mesma voz. Levantei-me, mas não vi ninguém. Passados alguns segundos, ouvi novamente a voz e desta vez, a suplicar:
- Socorro!
Andei um pouco mais para a frente e não vi ninguém. Momentos depois, pus a mão no tronco duma árvore e ela disse:
- Ei! Ajuda-me! Estou a morrer de calor, podes regar-me?!
- Ahhhhh?! Tu falas?
- Sim! Mas rega-me, por favor!
- Ok!
Fui, então, buscar um balde com água e reguei-a.
Entretanto ela agradeceu-me e a partir daí, comecei a ir lá quase todos os dias para a regar. E enquanto isso, contávamos longas histórias, tendo-nos tornado assim em grandes amigos.

Diogo Martins, nº 9, 8º C

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Momentos de diálogo


Um cão misterioso


Ia eu a passear numa rua com a minha mãe, quando de repente ela perguntou:
- Guilherme, achas uma boa ideia irmos dar uma volta pelo Parque Municipal?
- Na minha opinião, tanto me dá como se me deu, tu é que sabes…
- Vamos lá então, digo ao teu pai e ele vai ter connosco.
Lá fomos nós. Quando chegámos ao parque, encontrámos como era habitual cães, gatos e outras pessoas a passear, jovens adolescentes a namorar, outras famílias que levaram as crianças a brincar, entre outros.
A determinada altura do passeio, reparei que um dos cães, que se andavam a divertir,
era vadio, ou seja, não tinha dono. Na nossa cidade não encontramos cães vadios nas ruas, pois todos são capturados pelas autoridades que os levam para o canil. Decidi, então, adotá-lo, pois algo naquele cão me chamava à atenção, era um cão meigo, calmo e submisso, mas que tinha uma característica estranha, não ladrava. Com três horas de passeio, ouvi mil vezes todos os cães ladrar, exceto um, o tal.
Entretanto, ao trazê-lo para casa, parámos na loja onde se vendem artigos para cães, comprámos-lhe também ração. Quando a minha mãe colocou a ração e a trela na mala, pareceu-me ouvir uma voz vinda do meu interior que dizia: “Não, trela não!” Primeiramente, pensei que fosse tolice minha, mas com o andar da viagem ouvia cada vez mais aquela voz até que chegámos a casa e decidi ir buscar a trela à mala. Tinha desaparecido!
Quando questionei sobre a trela à minha mãe, ela disse que a tinha colocado na mala, mas e o cão?!
Tinha fugido, fiquei perplexo com a situação. Será que foi por causa da trela que fugiu? E será que era ele a falar?!
A isto não sabia responder, mas uma coisa é certa, este é de facto um cão inteligente. Só foi pena ter desaparecido…

Guilherme Costa, nº 12, 8º C

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Momentos de diálogo


O meu melhor amigo


Sempre disseram que o melhor amigo do homem é o cão e, de facto, não é mentira. Tenho esse exemplo na minha vida. O meu cão!
O meu cão chamava-se Snoppy, era pequeno, de olhos pretos, pelo cor “café com leite”, super meigo, estava sempre a ladrar aos idosos (mas não mordia!) e o que eu achava mais impressionante era que ele me percebia e me aconselhava. Queres ver? Vou contar-te.
Um dia, estava super triste quando cheguei a casa, mas como sempre tinha um sorriso nos lábios. Não percebo como, mas o Snoppy percebeu nesse dia que eu não estava bem e veio ter comigo e perguntou-me:
- Mana, o que tens? (Sim, eu e ele tratávamo-nos como irmãos!)
- Nada, eu estou bem, Snoppy, a sério!
- Eu sei que não estás, podes começar a falar.
- Oh… é que já não suporto mais isto, todos reclamam comigo, já não sei se mereci nascer.
- Ó princesa, não digas isso, tu sabes muito bem que mereces viver. Já viste se eu não te conhecesse? A esta hora andava por aí a passar fome… E sabes porque reclamam contigo?
- Não!
- Porque tu és linda interiormente e todos têm inveja de ti. Não te preocupes e acima de tudo, diverte-te e não lhes ligues… Sê feliz!
Este foi o melhor conselho que alguém me pôde dar. Ele ajudou-me a superar na vida e a tornar-me no que sou hoje, sem ele não era ninguém na vida, sem ele a esta hora não existiria. Tenho mesmo muitas saudades dele!
Foi o melhor cão que tive e os melhores momentos da minha vida.

Patrícia Figueiredo, nº 17, 8º C

terça-feira, 21 de maio de 2013

Momentos de diálogo


Que ovelha marada!

Era um dia normal de escola. Eu tinha ido ter com o Pedrinho e tinha-lhe dito:
- Passa para cá o dinheiro que eu preciso de ir almoçar!
Ele, cheio de medo, deu-me o dinheiro e foi-se embora a correr. Não vos tinha dito, mas eu era um menino muito rebelde e malcomportado, mas não porque queria. Tinha problemas em casa e a forma que eu tinha de descarregar era sobre os meus colegas que não se podiam defender.
Nesse dia, depois da escola no caminho para casa, ouvi alguém a chamar-me. Olhei para trás e não vi ninguém. Ouvi novamente a chamarem-me. Olhei para trás outra vez e a única coisa que vi foi o rebanho do Sr. Manuel e da D. Carla que costumava pastar ao lado da escola. Continuavam a chamar-me e eu comecei a ficar assustado e fugi.
Parei junto ao rebanho do Sr. Manuel e ouvi uma ovelha a falar comigo:
- Então?! Estás com medo?! Não fujas que eu não mordo – disse, entre risos.
- Tu não podes falar! Eu estou louco! As ovelhas não falam…!
- Não me estás a ouvir?! É claro que falo! Hoje vi o que fizeste ao meu amigo Pedrinho!
- O quê?! Eu não fiz nada! – menti.
- Eu vi! Escusas de mentir! – disse com voz assustadora – Se tu voltares a meter-te com alguém nem sabes o que te faço!
- Ai é?! E o que é que tu me fazes?
- Olha que eu sei onde é que tu vives! – exclamou de forma tenebrosa e segura de si, mas entre pequenos risinhos.
- Está bem! Não volta a acontecer! Não me faças mal!
- Eu não te faço mal, mas tens de começar a pensar nas consequências dos teus atos e no teu futuro…
E ela continuou a falar. Fez um grande discurso e eu comecei a olhar de outra maneira para aquela ovelha negra, gorda, pequena, com orelhas grandes e focinho um pouco achatado, suja, com um brinco que tinha muito estilo e olhos grandes. Comecei a achar que aquele pequeno animal talvez tivesse razão.
Tivesse razão ou não, na verdade, aquela conversa tocou-me e eu nunca mais fiz mal, nem ao Pedrinho nem a nenhum dos meus outros colegas.

Beatriz Santos, nº 4, 8º C

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Momentos de diálogo


O meu cão tem um blogue

            Um dia, o meu pai chegou a casa com um cão. Eu e os meus irmãos demos-lhe o nome de Sten. Eu adorei a ideia do meu pai em termos um cão, mas a minha mãe nem por isso.
            Houve um dia em que eu estava ao telefone com uma colega minha, a Ana Duarte, e esqueci-me completamente de dar comida ao Sten.
            De repente, ouço uma voz:
            - Não sei se sabes, mas estou cheio de fome!
            As únicas pessoas que estavam em casa era eu e o Sten, por isso achei muito estranho e ao mesmo tempo, fiquei cheia de medo.
            - Quem é que está aí? – perguntei eu, desligando logo o telefone.
            - A sério?! Eu sei que sou um animal, mas também sou gente! – exclamou o Sten.
            Subitamente olhei para o Sten com um ar de assustada e ao mesmo tempo estupefacta e perguntei:
            - O quê?! Tu falas?
            - Claro, não são só os seres de duas patas que podem falar. Eu também tenho direito. Agora, por favor, dá-me o meu almoço, que tenho de ir escrever no meu blogue.
            - Tu para além de falares também tens um blogue?
            - Yap!
            - Fui-lhe, então, buscar a comida. Quando cheguei à sala, fui ver o que ele escrevia no blogue e era tudo baseado na minha mãe.
            Eu e o meu cão estivemos a falar durante toda a tarde e ele pediu-me para convencer a minha mãe a gostar mais dele.
            Assim o fiz, e até fiz um PowerPoint. E por acaso deu resultado, pois fez com que a minha mãe e o meu cão se dessem melhor.

Catarina Afonso Pacheco, nº 6, 8º C

domingo, 19 de maio de 2013

Momentos de diálogo


Foi pedido aos alunos do oitavo ano, turmas C e F, que criassem um texto narrativo, onde tivessem um pequeno momento de diálogo com uma planta, um animal ou um objeto. Vejamos como os nossos “pequenos escritores” deram asas à sua imaginação!           

Sara Castela, Professora de Língua Portuguesa e O Ciclista

O Meu Novo Companheiro


Era o meu aniversário, num dia não muito quente, nem muito frio. O sol espreitava entre as nuvens. Num dia que devia ser de festa, e de facto era! Mas não para todos. Eu sentia-me infeliz e desanimado. Talvez por um motivo pouco relevante, mas sentia.
A minha prenda de aniversário tinha sido um simples peluche. A única característica que o diferenciava de todos os outros peluches era que aquele tinha um relógio na barriga, mas ainda assim era simples. Por este facto, isolei-me da música e do banquete e sentei-me no tronco de uma árvore a pensar. Talvez não tenha sido a melhor decisão visto que a festa era por minha causa, mas não estava com disposição.
Acho que cheguei a adormecer e perdi a noção do tempo. Porém, momentos depois, acordei de uma forma inesperada, com cócegas nas orelhas. Parece absurdo mas o meu peluche estava a fazer-me cócegas! Eu mal acreditei, afinal é um peluche, não tem vida! Não era possível que se estivesse a mexer!
- Ah! – gritei.
- Calma! Desculpa se te acordei, não era essa a minha intenção.
- Tu… tu… tu falas?
- Pois, parece que sim. Não te assustes.
Ainda meio atordoado, inclinei-me para trás e refleti. Estava completamente incrédulo.
- Eu só queria pedir-te ajuda – prosseguiu ele – Como vês, tenho este relógio aqui na barriga e está a causar-me dores muito fortes. Deve estar enferrujado.
- Ah, eu resolvo!
- Sabes aquela sensação de cólicas? É ainda mais forte.
- Claro que te ajudo. Não leves a mal, mas pensei que me quisesses fazer mal.
- Eu?! Nunca! Eu só quero ser teu amigo e fiquei muito triste, quando não gostaste da tua prenda!
- Desculpa! Eu amei a minha prenda. Mas mudando de assunto, vou ajudar-te e é agora.
Sentindo-me arrependido, peguei na bicicleta, pus o peluche no cesto e segui caminho, em direção ao pôr-do-sol, em busca do alívio do meu novo companheiro.

Ana Sofia Monsanto, nº 2, 8º C

sábado, 18 de maio de 2013

Depois da tempestade, vem a bonança


Existem muitas famílias com graves dificuldades a vários níveis, no entanto há famílias mais estáveis que outras. Porém, todas as famílias podem alcançar esta estabilidade, se virem os problemas como mais um desafio a ultrapassar.
Por vezes, as nossas famílias deparam-se com alguns problemas e veem-nos como um obstáculo impossível de ultrapassar. Há ainda aquelas que se limitam a não encarar os problemas, por isso desviam-se dos seus obstáculos. Com isto, vou-vos contar uma história verídica de uma família constituída pelo João, o pai; a Luísa, a mãe; o Joel e o Mário, os filhos.
Esta família era composta por pais que amavam os seus filhos mais do que qualquer outra coisa no mundo. Queriam o melhor para eles. No entanto, aos dois irmãos, numa saída à noite com os seus amigos, foi-lhes feita uma proposta que depois de aceite lhes podia destruir a vida.
Numa discoteca, já de madrugada, depois de saírem do local, um dos seus amigos propôs-lhes que consumissem um pouco de droga. Os dois rapazes na escola eram dos mais admirados pelos professores e tinham até as suas ideias bem definidas para o futuro.
Naquela noite, os seus pais estavam preocupadíssimos, pois a hora de chegada a casa estava há muito ultrapassada. Os irmãos, um pouco embriagados, aceitaram a proposta não tendo muito bem a consciência do que se estava a passar. Depois desta noite, as suas vidas mudaram. Quando chegaram a casa, nada do que aconteceu foi dito aos pais. Contudo, ouviram um sermão e um grande questionário sobre o porquê de terem chegado tão tarde.
Com o passar do tempo, e sem os pais se aperceberem, os dois jovens tornaram- -se toxicodependentes. A situação avançou até que, não tendo dinheiro para consumir mais droga, decidiram começar a roubar. Ambos não tinham coragem para assaltar outras pessoas, por isso realizavam pequenos furtos à sua própria avó. A avó, por sua vez, decidiu falar com os pais dos jovens de comportamentos estranhos que detetava por parte dos netos. Também os pais tinham reparado no mesmo. Joel, o irmão mais novo, acabou por ceder e confessou aos pais o que se passava. Estes ficaram bastante surpreendidos e tomaram de imediato medidas quanto a esta situação. Colocaram-nos assim em reuniões de pessoas que já tinham passado por situações semelhantes e recorreram até a uma clínica de recuperação e tratamento de toxicodependência. Na verdade, esta família desintegrou-se um pouco e os laços enfraqueceram. Porém, o tempo acabou por sarar as feridas existentes nesta família. Conseguiram felizmente recuperar a confiança entre eles, à medida que o tempo passava.
A corrente tornou-se assim mais fraca e o mar menos agitado!”

João Rocha, nº 10, 8º F