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domingo, 30 de junho de 2013

Poemas de imagens – O talento de criança

O talento de criança
No belo horizonte,
Vê-se o sorriso da água,
É onde nasce o Sol
Que nunca guarda mágoa.

O talento de tal criança
Tornava a tela livre.
Era uma verdadeira aventura
Que na pintura revive.

Como uma pedra preciosa
Que brilha e a sua beleza realça
Se vê ao longe uma ilha
A qual a criança não disfarça.


Sofia Ferreira, nº 23, 8º F

sábado, 29 de junho de 2013

Poemas de imagens – Na praia a pintar

Na praia a pintar
Na praia a pintar,
Há uma criança ao pé do mar
A observar a paisagem bela
E a pintar na sua tela.

Uma criança a pintar,
Há criatividade no ar!
É bom de ver
E não é para esquecer.

O mar, o sol, o céu,
É uma maravilha
Ver o menino a pintar
E as cores da tela a brilhar.

Sandra Duarte, 8º F

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Poemas de imagens - Criança numa ilha

Criança numa ilha
Uma criança numa ilha,
Perdida e abandonada
Ela estava,
Completamente sem nada.
 
A criança era bela
E estava sempre parada
Ela não se mexia
Parecia que tinha sido hipnotizada.

A criança pouco se alimentava
Apenas o que pescava
Perca, sardinha e enguia
Era tudo o que ela comia.

Era a paisagem que a encantava.
E, na sua tela, ela a pintava.


Ricardo Fernandes, nº 21, 8º F

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Poemas de imagens - Criança cheia de esperança

Criança cheia de esperança
A criança cheia de esperança
Vê o mar que rola sem fim
Só para ver a mudança
Que cheira a jasmim.

O calor é muito
Com a criança a pintar
Que se esquece do cansaço
Contemplando a ilha a brilhar.

Com baldes e pás
A criança desenha
A sua paisagem
Com animais
Cegonhas, tartarugas e piranhas.


Maria Martins, nº 18, 8º F

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Poemas de imagens - Paisagem Recriada

Paisagem Recriada

Ao longe no horizonte,
O esvoaçar das gaivotas
Atrai o meu olhar.
Vão alegres, rodopiantes,
Levam histórias para contar.

Sobre a tela vazia,
Rabisco uns pequenos traços,
O fundo de azul e verde,
Com reflexos esbranquiçados.

Os peixes passam em cardume
Naquele mar transparente.
Búzios, tartarugas e caranguejos
Ficam a brincar na praia
E saúdam toda a gente.

Naquela ilha deserta,
As palmeiras estão a abanar,
Ao som da brisa do vento,
Fazem um barulho de admirar.

 Manuel Garruço, nº 15, 8º F

terça-feira, 25 de junho de 2013

Anadia bate Recorde do Guinness para o maior brinde de espumante em cadeia do Mundo



Anadia bate Recorde do Guinness para o maior brinde de espumante em cadeia do Mundo. Este acontecimento teve lugar no último domingo, dia 23, na X Feira da Vinha e do Vinho 2013. O canal televisivo da SIC transmitiu em direto no seu programa "Portugal em Festa”. O recorde que necessita ainda de ser homologado para entrar no Guinness, tinha sido obtido pelo Japão com 886 pessoas.
 



Foi debaixo de um sol abrasador que permaneceram durante horas a aguardar a entrada no recinto ou já lá dentro onde se iria realizar o brinde, que centenas de pessoas estiveram durante esta memorável tarde festiva. Mas, no fim todos cumpriram rigorosamente as indicações dadas pelos monitores.
Os participantes elevaram a sua taça com espumante na mão mostrando ao Mundo que estavam prontos a bater o recorde. A apresentadora da SIC, Raquel Strada, deu o mote ao participante número 1, evidentemente o Presidente da Câmara Municipal de Anadia, Prof.º Litério Marques, e este começou o brinde.
Não julguem que a tarefa foi simples pois o primeiro participante brindou com o seguinte, e ambos beberem um pouco de espumante. Depois, o segundo brindou com o terceiro e ambos beberam e assim sucessivamente.
A Equipa d’O Ciclista deixa aqui uma palavra de apreço ao Concelho de Anadia e à fantástica Feira que desde 2004 promove a nossa cultura, etnografia e a nossa bela Bairrada e este ano o nosso Agrupamento (não deixe de visitar o nosso stand).
Queremos tecer um rasgado elogio à sua Câmara Municipal, à Biblioteca Municipal pela excelente ideia e a todos quantos contribuíram para tornar possível o fantástico feito.
Muito especialmente O Ciclista dá os parabéns às 1275 pessoas que foram as verdadeiras heroínas deste recorde.


Graça Matos, O Ciclista

Poemas de imagens - Nas esferas da poesia

Nas esferas da poesia
Junto ao mar,
Para a sua criatividade expressar,
Telas, tintas e pincéis
Estavam prontos para começar.
 
A criança, que para todos os lados olhava,
E tudo o que via fixava,
Pintava uma bela tela.
De repente, chegou a gaivota,
O pintor nem deu por ela.
A ilha, que o pintor retratava,
Era esbranquiçada,
De verde salpicada
E, no centro, a palmeira
Que servia às gaivotas de pousada.

Todos os animais ficaram
Bastante surpreendidos.
A tela colorida examinavam
E, por fim, aquela magnífica obra aprovaram.


João Pedro Rocha, nº 10, 8º F

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poemas de imagens – O menino e a pintura

O menino e a pintura
Numa ilha, estava um menino
A pintar alegremente o mar,
Com um terno olhar,
A dar umas pinceladas na sua tela
Com todo o seu fervor.

A sua pintura estava acabada,
No momento em que já se sentia cansado.
A gaivota estava a olhar
Para o menino que estava a pintar,
Até parecia que o estava a chamar
Enquanto ele estava a olhar para o mar.
  

João Pereira, 8º F

domingo, 23 de junho de 2013

Poemas de imagens - O menino e a tela

O menino e a tela
O menino estava a pintar
Até parecia que estava a dançar
A pintura era tão bela
Mas tinha que ser pintada numa tela.

Ao cair a tarde,
Já estava acabado
O que ele tinha começado.

Finalmente acabou
A pintura que um dia durou.


Bruno Dias, nº 6, 8º F

sábado, 22 de junho de 2013

Poemas de imagens - Ser criança é ter esperança

Ser criança é ter esperança

Ser criança é ter esperança
Estar na praia e ver o mar,
E as palmeiras a abanar
E nos pés sentir a areia macia,
Que a faz sonhar.

Ser criança
É ir para a praia
Pintar um quadro
Retratando a maravilhosa paisagem
Que os seus olhos não se cansam de contemplar.

Ser criança
É estar na praia a brincar
Com a areia fazendo formas dela.
Sentindo-se livre e feliz nela.

Ana Margarida, nº 3, 8º F

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Poemas de imagens – O Verão


A partir de hoje, vamos publicar alguns poemas que foram escritos a partir da observação de uma imagem, que apresentava uma criança a contemplar uma ilha enquanto pintava a sua tela.
Como hoje se assinala a chegada do Verão iniciamos a nossa publicação com dois belos poemas sobre este tema.

Sara Castela, Professora de Língua Portuguesa / O Ciclista


Verão
Com a chegada do verão
Às férias nós associamos.
Entretanto, há muita diversão
Enquanto por elas esperamos.

Chegará o sol
Para nos animar.
E como um caracol
Estas férias irão passar.

                                 Alícia Pina, nº 1, 8º F



Verão diversão

Todos desejam o verão,
Férias, calor
E diversão.

Areia, toalhas,
Tudo a nadar,
Porque neste verão
Vai tudo bombar.

Não há escola nem trabalho
É descansar e aproveitar
Porque depois de três meses passarem,
A escola vai novamente regressar.                   

Anastasiya Hrabarchuk, nº 4, 8º F

quinta-feira, 20 de junho de 2013

“O tesouro ainda lá está, na Mata de Roquelanes” - O tesouro

Raquel era uma rapariga muito simpática, alegre e inteligente, tinha uns olhos verdes, uma pele muito branca, era magra e muito alta e vivia na Mata de Roquelanes, numa linda casa de campo com a sua mãe e o irmão.
Nessa Mata, havia um espaço desabitado e era nesse sítio onde Raquel tinha por hábito ir estudar e estar sozinha. Decidiu assim dar-lhe o nome de Cristal. Na verdade, a rapariga admirava muito aquele lugar, pois não havia barulhos e só se ouvia o agradável chilrear dos pássaros e o grasnar dos patos no rio.
Num dia de primavera, Raquel estava no Cristal, sentada numa rocha, debaixo de uma árvore a ler um livro e olhou para o rio e reparou que, ao longe, havia uma caixa muito brilhante e com curiosidade, foi ver o que era, e quando olhou para o baú de mais perto, não podia acreditar, já que parecia ser um tesouro. O baú tinha três fechaduras. Raquel, sem saber o que fazer, procurou as chaves e encontrou-as perto do rio e, quando abriu o baú, viu que estava cheio de ouro, e foi depressa contar à sua mãe, mas não podia deixar o tesouro ali e então, arrastou-o para um barracão ali perto, e foi a correr para casa. Quando Raquel chegou a casa, a sua mãe estava no jardim.     
- Mãe, encontrei um tesouro! – exclamou ela.
- Estás a falar a sério? – indagou a mãe, incrédula.
- Sim, encontrei-o perto do rio e escondi-o num barracão!
- Vamos lá ver esse tesouro!
A vizinha de Raquel, que se chamava Antónia e era conhecida por ser a idosa mais velha e má da aldeia, ouviu a conversa e foi até ao Cristal à procura do tesouro.
- Este tesouro tem de ser meu! – comentava ela – Talvez chegue primeiro que elas!
Quando a vizinha de Raquel chegou ao Cristal, dirigiu-se de imediato ao barracão e roubou o tesouro e, assim que se apercebeu que Raquel se aproximava do local com a mãe, foi-se embora rapidamente.
- Onde está, então, o tesouro, filha? - perguntou a mãe de Raquel.
- Ele estava aqui, alguém o roubou!
- Tens a certeza que não foi da tua imaginação?
- Sim, a pessoa que o perdeu deve-o ter encontrado!
- Raquel, deve ter sido tudo resultado da tua imaginação. Vamos para casa!
Mal Raquel chegou a casa, começou a pensar como podia ter desaparecido o tesouro, e não chegou a uma conclusão, razão pela qual houve um momento em que pensou mesmo que tudo tinha sido produto da sua imaginação.
No dia seguinte, quando Raquel ia a caminho do seu local preferido, foi ao barracão, ver se via o tesouro mas não o encontrou até que viu ao longe a vizinha com o baú na mão e aproximou-se dela, perguntando:
- Onde encontrou esse baú?
- Deram-mo.
- Mentira! Foi você que roubou o meu tesouro que estava no barracão!
- Não conheço nenhum barracão!
Depois desta pequena discussão, a mãe de Raquel apareceu, falou com a filha e levou-a para casa. Raquel não conseguia esquecer o facto de a sua vizinha lhe ter roubado o tesouro e pensou num plano para lho tirar naquela noite.
Assim que começou a anoitecer, Raquel saiu de casa, sem ninguém ver e entrou em casa da sua vizinha sem ela reparar, e pensou onde estaria aquele tesouro. Então, decidiu ir procurá-lo, pois reparara que afinal ninguém estava em casa. Entretanto, foi à janela do quarto e ouviu alguém dizer:
- A Sra. Antónia foi-se embora, vi-a agora mesmo com uma caixa na mão e acho que foi para o outro lado do rio. Pois ainda há pouco, a ouvi a comentar isso com o dono da mercearia.
Raquel foi logo para o Cristal e quando lá chegou, viu a Sra. Antónia perto do rio, onde havia uma ponte muito instável, e quem por lá passasse com um simples passo podia cair à água.
- Espere, não passe pelo rio, pode cair! – gritou ela.
- Não me interessa, tu queres é o meu tesouro.
- Sim quero, porque fui eu que o encontrei, mas não me importo de o partilhar, se mo der de volta.
- Não, tu vais enganar-me!
No preciso momento em que a Sra. Antónia começou a passar o rio, a ponte caiu e ela, então, tentou agarrar o baú.
- Dê-me a mão para não ir pela corrente! – pediu a Raquel.
- Eu não consigo, tenho de agarrar o tesouro!
- Deixe o tesouro, tem de se salvar!
 Raquel conseguiu assim salvar a vizinha e de seguida, ainda tentou ir atrás do baú, mas não o conseguiu apanhar e foi ter com a Sra. Antónia.
- Está bem?- perguntou a Raquel
- Sim.
- Ainda bem que não foi com o tesouro.
A Sra. Antónia, nesse preciso momento, apontou para o rio, e disse a Raquel:
- Olha, o baú ficou preso naquele ramo de árvore!
- Eu vou tentar apanhá-lo.
Raquel foi a correr até àquele local, e conseguiu apanhar o baú a tempo.
- E agora, quem fica com ele?- perguntou a vizinha de Raquel.
- Podemos partilhá- lo! – sugeriu ela.
- Eu ia gostar muito, mas o cofre precisa de três chaves. Assim nunca o poderemos abrir.
- Eu sei onde estão.
Após terem partilhado o tesouro, a Sra. Antónia passou a ser mais simpática para as pessoas da aldeia, e a mãe da Raquel pediu desculpa à filha por não ter acreditado nela.
A Raquel estava muito feliz por tudo se ter resolvido da melhor maneira e, com uma parte do seu tesouro, decidiu fazer uma festa para a toda a aldeia. 


Sandra Duarte, nº 22, 8º F

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"A Portuguesa"

Caros Ciclistas,

Estão decerto curiosos para saber a causa desta segunda edição d'O Ciclista.
Não iremos demorar-nos com delongas sobre o que aqui nos traz que para muitos, como para nós próprios, foi uma perfeita novidade e uma descoberta recente.
"A Portuguesa” foi ouvida pela primeira vez na rádio, neste dia 19 de junho, mas há muitos anos, ainda no século XX, em 1911!
Hoje apresentamos a Partitura fiel do original de “A Portuguesa” e outra para quem quiser usar para honrar o nosso hino tocando-o, por exemplo para a família, ou para os amigos.




Graça Matos, O Ciclista

“O tesouro ainda lá está, na Mata de Roquelanes” - As três irmãs de Medranhos


As três irmãs de Medranhos

Nos Paços de Medranhos, as três irmãs, Rosário, Liara e Ariela, eram as únicas em todo o reino das Astúrias que viviam na serra, numa velha casa de pedra com vidros partidos e com apenas uma divisão, uma cozinha com um velho sofá já roído pelos ratos e contentavam-se com a pouca comida que arranjavam.
As três irmãs de Medranhos eram muito bonitas. Porém, como não tinham dinheiro, as suas roupas eram feitas de farrapos mal costurados. Ariela, de cabelos castanhos longos, a mais magra, mas também a mais gananciosa e invejosa, uma bela caçadora, não se conformava com a vida que tinham reservado para ela e então, invejava a vida das outras raparigas de Medranhos. Já Rosário, a irmã do meio, era alta, magra, com cabelo louro, olhos azuis, a mais ingénua, mas ao mesmo tempo a mais desconfiada. Liara, por sua vez, era gorda, ambiciosa, calculista e vingativa.
Numa manhã de outono, marcada pelo vento, as três irmãs de Medranhos preparavam-se para uma bela caçada antes da hibernação de alguns animais, sentindo-se, de facto, esfomeadas por não encontrarem o que caçar. Entretanto chegaram, então, a um riacho situado na mata de Roquelanes e lá no fundo, atrás de uma enorme pedra, encontraram um baú de ferro que continha três chaves.
- Será que é um tesouro? – questionou Rosário, com os olhos a brilhar.
- Achas?! – exclamou Ariela – Com a nossa sorte, deve ser antes um daqueles baús já velhos de há muitos anos.
- Vamos abrir! – disse Liara, curiosa.
Elas, cada uma com a sua chave, rodaram as três ao mesmo tempo, e quando levantaram a tampa, viram que dentro até às bordas o baú estava cheio de dobrões de ouro já repartidos por pedaços de madeira. Elas ficaram perplexas e quando deram conta, não paravam de dar pulos de alegria. Ariela, a mais inconformada, agarrou em alguns dobrões de ouro e atirou-os, caindo em cima de si, enquanto as outras não paravam de rir e de saltitar. Momentos depois, colocaram os dobrões de ouro no baú.
Já a caminho de casa e com o baú, as três irmãs de Medranhos pensavam na primeira coisa que iam fazer com o ouro. Rosário pensava em reconstruir a sua casa e como teria um bonito jardim; Ariela queria um guarda-roupa para poder guardar a sua roupa e as suas joias que haveria de comprar, já Liara não ia tão longe, só queria um belo banquete, quando chegasse a Medranhos.

Mariana Serra, nº 19, 8º F

terça-feira, 18 de junho de 2013

“O tesouro ainda lá está, na Mata de Roquelanes” - “O tesouro ainda lá está na mata de “Roquelanes”


“O tesouro ainda lá está na mata de “Roquelanes”


  No dia seguinte ao trágico incidente da morte dos três irmãos de Medranhos, Martino, um pobre e sensível serralheiro de Medranhos, reparou naquelas três pessoas mortas num jardim ao pé do lago. Não sabia o que fazer! De repente, lembrou-se de os enterrar num bonito jardim a poucos quilómetros daquele local. Para além de enterrar os cadáveres, “enterrou” também o assunto. Sendo assim, Martino nunca havia de falar deles a ninguém.
  Entretanto, dias depois, decidiu ir outra vez ao lugar, onde os tinha encontrado e reparou que havia um cofre velho com três chaves perto dele. Abriu-o e, para seu grande espanto, viu muitas moedas de ouro e logo pensou:
  - Uau! Isto foi um milagre! Precisava tanto destes valores para melhorar o meu estado de vida e dar umas prendinhas à minha mulher e aos meus filhos que tanto merecem!
  Martino tinha um irmão, o Julião.
  Julião era rancoroso, mal-educado, ambicioso e muito invejoso. Martino não queria assim contar ao irmão o que lhe acontecera com medo que ele fizesse alguma coisa só para ficar com o tesouro todo para si, mesmo que isso afetasse a vida da sua família.
  Martino foi, então, para casa carregado com o baú. Assim que chegou a casa, Gorjete, a mulher, logo lhe perguntou:
  - O que trazes aí? Um baú com lenha a fingir que trazes riqueza?
  - Não, Gorjete! Este baú traz mesmo riquezas! Ouro! Muitas moedas de ouro!
  - Não traz nada! – exclamou a mulher, admiradíssima.
  - Traz, sim! Ora vê!
  Mal Gorjete fixou os olhos no tesouro, uma imensa alegria saltou ao de cima. Pulou, gritou, soltou gargalhadas… Enfim, ficou tão feliz que não conseguiu esconder a sua alegria.
  Gorjete era assim, impulsiva, simpática, humilde, amiga, alegre.
  Seguidamente foi chamar os filhos para verem o que o seu pai tinha encontrado na mata.
  Os seus filhos, Arturino que tinha treze anos e que era magricela, sensível, alegre e impulsivo como a mãe, e Rosalina que tinha catorze anos e que era gordinha, tímida, alegre, inteligente e humilde ficaram muito admirados e muito contentes, já que poderiam recomeçar a estudar. Pode parecer estranho, mas foi na primeira coisa em que estas duas crianças pensaram.
  Bem! Muitos dias passaram até que, sem querer, Arturino comentou com o filho de Julião, Marcos, que a sua família estava rica, porque o pai tinha encontrado um tesouro.
  Marcos era ciumento, ambicioso, coscuvilheiro, rancoroso e muito materialista. E, então, foi contar ao pai o que Arturino lhe tinha dito.
  Julião, de tanta inveja que tinha do seu irmão Martino, foi logo arranjar uma maneira de acabar com a felicidade da família dele. Saiu então do seu local de trabalho e, nesse preciso momento, o seu filho perguntou-lhe:
  - O que é que o pai vai fazer?!
  - Cortar o mal pela raiz!
  - Como assim?
  - Acabar com esse tesouro que lhes trouxe harmonia e felicidade! Eles vão ver! Hão de ser sempre pobres e infelizes!
  Julião foi assim ter com Martino e disse-lhe:
  - Nunca hás de ser tão feliz quanto eu! Nem tão bom quanto eu!
  - O quê?! Do que estás a falar?
  - Do tal tesouro que encontraste!
  - Ah! Então, já sabes?! Sim, é verdade! E sim, estou muito feliz, mas nunca me vais conseguir derrotar, porque posso ser pobre, porém, tenho uma família maravilhosa e feliz, ao contrário de ti, que são todos rancorosos e mal-educados!
  - Pois, mas não fiques tão contente que um dia a tua felicidade vai acabar!
  - Não contes com isso! Só há uma coisa que me podes fazer para que a minha felicidade acabe, que é matar-me!
  - Se for preciso matar-te, mato!
  - Não tenho medo de ti! Vais fazer-me o mesmo que fizeste à tua mulher?!
  De repente, Julião sentiu uma dor imensa no peito, que fazia com que não respirasse. Martino, mesmo com a desilusão que tinha para com o irmão, preocupou-se muito com ele. Contudo, Julião acabou por morrer minutos depois.
  Entretanto passaram os anos, Martino e Gorjete já eram velhos e até já tinham netinhos.
  Na verdade, o tesouro acabou por dar muito jeito a esta família porque, para além de ter trazido harmonia e felicidade, fez com que Arturino e Rosalina tivessem acabado os estudos e arranjado um bom emprego como engenheiros civis.
  Marcos, por sua vez, para conseguir ganhar para comer tinha de trabalhar nas terras.
  O tesouro deu assim para Martino, para os seus filhos e ainda para os seus netos. O tesouro acabou por assim dar mesmo muito jeito a esta família tão carenciada. É mesmo para se dizer: “Trouxe tanta harmonia e tanta felicidade que foram bem merecidas!”

Ana Francisca Marques, nº 2, 8º F