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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia Mundial da Poupança


31 de outubro

Desde muito cedo que Duarte se habituara a poupar. Os seus pais eram pessoas pobres que viviam do seu, mal pago, trabalho. Apesar de escassa e sem grandes manjares, a comida nunca faltou na mesa da sua casa.
Martim, filho de antigos aristocratas, quando em Portugal ainda reinava a monarquia, habituara-se a uma vida regalada e a gastos frequentemente desnecessários. As festas e banquetes dados pelos seus pais eram o seu dia a dia.
A escola frequentada pelos dois não foi a mesma. Duarte sempre andou na escola da pequena vila. Já Martim estava no melhor colégio.
Conheceram-se na faculdade de Medicina e, logo no primeiro momento em que se conheceram, uma grande e verdadeira amizade os uniu, apesar das diferenças sociais que os separavam.
Duarte estudava com o dinheiro da bolsa que lhe tinha sido atribuída e era um aluno aplicado. Martim gostava de farras e as noites perdidas levavam-no a quase nunca pôr os pés nas aulas. Duarte bem o tentava convencer a mudar o seu estilo de vida, a poupar, mas nada o demovia do seu viver desenfreado.
Assim, enquanto Duarte terminou o curso no tempo normal e conseguiu estágio e depois emprego num importante hospital, Martim nunca conseguiu completar o primeiro ano.
Os pais, que entretanto faleceram drasticamente, deixaram-no com aquilo que se podia dizer um bom pé-de-meia. Mas Martim, por sua vez, vivia dos seus rendimentos, gastava tudo sem pensar e nada fazia para manter ou acrescentar esse património. Por isso, um dia, viu-se subitamente na miséria. Estava sozinho no mundo e não sabia o que fazer.
 Certa tarde, sentado no banco de um belo jardim, pensava como tinha desperdiçado a sua juventude. O que faria agora? O que realmente sabia fazer? Como iria arranjar trabalho? Não sabia fazer nada. Quem lhe dera voltar atrás e recomeçar. Certamente, iria tirar o curso e ficar como o Duarte. Recordou-se assim dos velhos tempos com o amigo, dos seus conselhos e do total desprezo pela mania de poupança do amigo. De repente, sentiu uma mão sobre o seu ombro e viu-o, era Duarte, o seu melhor amigo. Martim abraçou-o emocionado.
Após terem colocado alguma da conversa em dia, Martim perguntou-lhe se no hospital onde trabalhava haveria um lugar para ele, pois precisava urgentemente de trabalhar.
Duarte sentiu-se mal. Haver até havia, mas não era trabalho para ele. Vendo-o hesitar, Martim disse-lhe:
 - Nestes dias, tenho aprendido muito. Reconheço que nunca respeitei o trabalho de ninguém, trabalhar era até uma palavra que não constava do meu dicionário. Sinto que há lá qualquer coisita. Diz-me, há, não há?
De facto, dias depois, Martim concorreu e, com uma pequena ajuda de Duarte, conseguiu o emprego de maqueiro das 18 às 24 horas, todos os dias. Com este horário e o dinheiro que ganhava, conseguiu acabar o curso.
Hoje, Duarte e Martim estão juntos na clínica, a “DuaMar” e tudo isto só foi possível com o seu trabalho e, claro, com uma grande poupança por parte dos dois amigos.

Sofia Matos, nº21, 8º C / O Ciclista

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