Finalmente as tão aguardadas férias de Verão! Sentia-se uma alegria no ar, uma sensação de um longo e árduo trabalho de nove meses cumprido e que valeu a pena.
Este ano ficou decidido que as minhas férias iriam ser passadas em casa da minha tia Clementina, numa aldeia perto do Laranjeiro.
Espero ansiosa pelo tão esperado fim-de-semana em que vou para lá!
* * * * * * *
Chegou por fim o dia, o tão aguardado dia! Ao chegar ao Laranjeiro, reparei que estava diferente, havia uma casa enorme, com um ar velho, gasta pelo tempo…enquanto observava aquela casa «raptora de atenções», a minha tia disse-me:
-Sofia, vou ali à pastelaria comprar uns bolinhos para nós, vens ou ficas no carro?
-Fico mas vê lá tia, certifica-te de que o empregado é paciente, pois todos eles ficam histéricos com as tuas indecisões! – gracejei eu.
-Que piada! – resmungou ela.
A minha tia Clementina é uma mulher incrível, é uma das mulheres que mais admiro, pois ela sempre teve um espírito jovem (apesar dos seus cinquenta anos), sempre viveu sozinha e quando é questionada acerca de ‘homens’, responde que «os homens só dão dores de cabeça e cabelos brancos!», rindo-se.
Enquanto esperava no carro, continuei atenta à casa misteriosa e como sabia que a minha tia ia demorar (como sempre), resolvi entrar no jardim e explorar todo aquele arvoredo que a envolvia e a tornava ainda mais misteriosa.
Abri o portão chiador e entrei naquele jardim incrível, magnífico, que mais parecia ter saído de um filme. Ao entrar, vi a porta da casa entreaberta e nem hesitei. Entrei e todo o aspecto da casa parecia do século passado.
-Olá! – disse uma voz atrás de mim.
Entrei em estado de choque e fiquei uns quatro minutos à espera que o meu coração voltasse ao normal. Finalmente, quando o ritmo cardíaco do meu coração voltou ao normal, virei-me e em menos de um segundo, voltou a acelerar ainda mais. «O que é isto?» questionei-me. Era algo irreal, um rapaz de dezassete anos, pele branca como a cal, uns olhos azuis como o céu, um cabelo cor de bronze...-aquilo seria real?
-Estás bem? – perguntou-me o belo desconhecido.
-Sim! Desculpa, assustei-me.
-Desculpa?! Não tens nada que pedir desculpa – disse ele, com um enorme sorriso.
Tentei explicar o que me aconteceu para ter entrado na casa. Ele achou graça à minha maneira atabalhoada.
De repente, senti um estrondo e abri os olhos confusos, e apercebi-me que todo aquele momento não tinha passado de um sonho incrível. A casa continuava ali à minha direita, do outro lado da estrada, e eu dentro do carro com a minha tia a balbuciar palavras que eu não ouvia.
Teresa Rocha, nº 13, 9º F
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