Olá!
Certamente já ouviste falar de mim. Sou o cão mais famoso da Mealhada. Queres saber porquê?
Em tempos que já lá vão, quando as minhas pernas me deixavam caminhar, saltar e dar uns “pinotes” sem dificuldade, comecei a ser famoso, porque as crianças da escola primária tinham grande carinho para comigo e eu para com elas. Nessa escola andavam duas meninas que, para mim, eram muito especiais: a Cláudia e a Patrícia. Elas protegiam-me tanto que comecei a acompanhá-las a casa e de casa à escola para que ninguém lhes fizesse mal.
Nessa altura havia tempo para tudo! Tempo para brincar, tempo para passear, tempo para conversar e até havia tempo para dar uns “pinotes” na saborosa relva dos jardins.
Hoje, as coisas são tão diferentes...talvez porque a vida se tornou complicada.
Quanto à Cláudia, nunca mais lhe pus a vista em cima. A Patrícia... essa entrou para a Universidade. Agora passa por mim apressada para apanhar o comboio (porque a vida é sempre a correr) e diz-me, ainda com carinho: “ Salsicha, não tenho tempo para ti... mas prometo que, para as férias, conversarei um pouco contigo”.
É claro que compreendo! Apesar dos humanos serem complicados, acredito que devem lutar muito contra o tempo.
Agora sinto que envelheci. As minhas pernas têm dificuldade em movimentar-se e, em tudo quanto é sítio, aproveito para me esticar ao comprido para descansar um pouco. Por vezes, quando me deito nos passeios, há pessoas que tropeçam em mim e resmungam... "raios partam o cão"... mas quando era novo não lhes dava motivo para tal. Apesar da minha velhice, ainda consigo encontrar pessoas muito boas, que me dão muito carinho e de comer, como o “Tonito do Supermercado”. É por isso que, em jeito de gratidão, esta mensagem é para ele. Que Deus o ajude nos seus momentos dificeis...
O meu muito obrigado!!!
Certamente já ouviste falar de mim. Sou o cão mais famoso da Mealhada. Queres saber porquê?
Em tempos que já lá vão, quando as minhas pernas me deixavam caminhar, saltar e dar uns “pinotes” sem dificuldade, comecei a ser famoso, porque as crianças da escola primária tinham grande carinho para comigo e eu para com elas. Nessa escola andavam duas meninas que, para mim, eram muito especiais: a Cláudia e a Patrícia. Elas protegiam-me tanto que comecei a acompanhá-las a casa e de casa à escola para que ninguém lhes fizesse mal.
Nessa altura havia tempo para tudo! Tempo para brincar, tempo para passear, tempo para conversar e até havia tempo para dar uns “pinotes” na saborosa relva dos jardins.
Hoje, as coisas são tão diferentes...talvez porque a vida se tornou complicada.
Quanto à Cláudia, nunca mais lhe pus a vista em cima. A Patrícia... essa entrou para a Universidade. Agora passa por mim apressada para apanhar o comboio (porque a vida é sempre a correr) e diz-me, ainda com carinho: “ Salsicha, não tenho tempo para ti... mas prometo que, para as férias, conversarei um pouco contigo”.
É claro que compreendo! Apesar dos humanos serem complicados, acredito que devem lutar muito contra o tempo.
Agora sinto que envelheci. As minhas pernas têm dificuldade em movimentar-se e, em tudo quanto é sítio, aproveito para me esticar ao comprido para descansar um pouco. Por vezes, quando me deito nos passeios, há pessoas que tropeçam em mim e resmungam... "raios partam o cão"... mas quando era novo não lhes dava motivo para tal. Apesar da minha velhice, ainda consigo encontrar pessoas muito boas, que me dão muito carinho e de comer, como o “Tonito do Supermercado”. É por isso que, em jeito de gratidão, esta mensagem é para ele. Que Deus o ajude nos seus momentos dificeis...
O meu muito obrigado!!!
Henriqueta Machado, Serviços Administrativos
(Publicado no Jornal da Mealhada, Quarta-Feira, 8 de Outubro de 2003)
(Publicado no Jornal da Mealhada, Quarta-Feira, 8 de Outubro de 2003)
Que artigo tão bonito, cheio de sensibilidade. Não é de admirar...Obrigada por este momento!
ResponderEliminarLurdes Carvalho