Para todos os que são deficientes é preciso força para lutar, coragem para vencer, mas, por incrível que pareça, é desses que ninguém se apercebe, de quem tantas vezes se esquecem. Contudo, é desses que partem exemplos de vitórias diárias. É incrível que os que parecem mais limitados são os que dão mais provas de que são sempre capazes de ultrapassar barreiras. Enquanto os que são perfeitos, lindos, saudáveis, são preguiçosos, queixosos, mimados e nunca se contentam com o que são e querem sempre mais e melhor.
Infelizmente, os que são deficientes sofrem muito com os comentários maldosos dos outros, com o olhar de desprezo, as críticas. Sofrem, ficam magoados e ficam ansiosos só de pensar que vão ter que passar tudo de novo no dia seguinte.
Nas nossas escolas, passaram a integrar meninos deficientes, mas esqueceram-se de que os outros que rodeiam esses meninos especiais são muitas vezes cruéis e não sabem lidar com estas situações. Então, fazem como estão habituados a fazer: riem e afastam-se. Os tais meninos especiais acabam por ficar sozinhos nos intervalos mas, por mais incrível que pareça, têm muita coragem, porque conseguem reagir, lutar e vencer. E mostrar que, apesar de serem diferentes, têm uma força especial que vem não sei de onde, mas que os ajuda a crescer e a quebrar todas as barreiras, mostrando aos que os rodeiam porque são especiais porque, apesar de serem diferentes, conseguem fazer mais coisas do que os outros meninos pensam. Talvez seja esse o seu segredo, para que cada dia seja uma vitória a que só eles sabem dar valor.
O meu texto é baseado num jovem que está numa cadeira de rodas que, durante o intervalo, vê os outros rapazes a jogar à bola, que é gozado diariamente pelos colegas. De facto, é pena que se preocupem tanto com a educação sexual nas escolas, mas que se tenham esquecido da educação cívica, esta sim, é uma disciplina que faz falta, não só nas escolas como na sociedade.
Mário Redondo, 9º F, nº 14
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