Prestes a
iniciar a última etapa deste ano letivo, temos consciência do cansaço e das
dificuldades sentidas por todos nesta fase de mudanças, incertezas e
adversidades.
Cientes
do imenso trabalho com que diariamente somos confrontados bem como do acréscimo
de horas e de serviço, nomeadamente burocrático, temos de apelar ao espírito de
luta guerreira, que corre nas nossas veias lusitanas e sem o qual seria
impossível fazer face a este conturbado tempo de instabilidade.
As
mudanças abismais ultimamente vivenciadas ultrapassam o nosso poder de as
assimilar. Mudanças que afetaram a vida dos cidadãos, mas que no caso da
educação têm atingido todos os envolvidos, desde os alunos, aos professores,
assistentes operacionais, técnicos e até mesmo os próprios pais / encarregados
de educação. Mas, apesar de Henry S. Commager, historiador norte americano,
referir que a “mudança não assegura
necessariamente progresso, mas o progresso implacavelmente requer mudança”,
todos nós, alunos e professores, vemos o nosso dia a dia escolar sofrer
alterações na dinâmica organizacional, nos currículos e até na forma como é encarada a (in)disciplina e a
sucessão de novas informações que emergem a um ritmo de tal modo alucinante, que
alteram muitas vezes de forma substancial as circunstâncias, tornando
impossível a resolução dos problemas com as mesmas soluções anteriores
vigentes.
Na
verdade, muitos discentes e até pais encaram o percurso académico obrigatório
como uma maneira de passar o tempo. Contudo, há felizmente todos aqueles alunos
ávidos de saber, que veem a escola como construtora da sua aprendizagem, como
um apoio e um trampolim para adquirirem as competências necessárias ao seu
ingresso na vida ativa. Estes são aqueles que nos dão a nós, docentes, o ânimo necessário
para nos manter ensoberbecidos pela transmissão de conhecimento e pela arte de
ensinar.
No
entanto, mesmo com aqueles que acham que a escola é desnecessária, “a esperança
é sempre a última a morrer” e por parte dos docentes surge a persistência e um
árduo trabalho em fazer frente à situação, tendo em vista neles uma possível
transformação alicerçada em valores como a responsabilidade, o espírito de
entreajuda e o respeito pelos outros.
E,
relembrando que o tempo pascal é um tempo de conversão, isto é, de mudança de
vida tendo por base a reflexão, finalizo esta minha mensagem desejando a todos
os sinceros votos de uma Páscoa muito feliz!
Elói Gomes, Diretor do AEA
Sem comentários:
Enviar um comentário