Passagem de Alberto
João Jardim
Chegando
Alberto João Jardim ao cais, com um charuto na mão e uma pasta na outra,
dirige-se à Barca do Diabo.
Diabo –
Ora, ora, sr. Alberto! Veio declarar a sua independência ou da Madeira?
Alberto João
Jardim – Eu só quero atravessar na barca que vai para o “Retângulo
Paraíso”!
Diabo – “Retângulo
Paraíso”? Então não é você que diz que esse retângulo é impossível de governar?
Alberto João
Jardim – Eu disse isso? É que
não me lembro! Eu até chorei e disse obrigado aos senhores do “retângulo”
quando foram as cheias, pela ajuda que me prestaram!
Diabo – Pois,
pois… Também não se lembra de ter dito : “O défice não fui eu que fiz nem
mandei vir a Troika por isso, os senhores do continente que paguem!
Alberto João
Jardim – Ó barqueiro, você não
está a ser racista por eu ser madeirense? Ou não quer que eu entre na sua
barca?
Diabo – Entrai
gentil senhor, que eu cá não escolho a escumalha, só os passo para a terra dos
demos!
Alberto João
Jardim – Vou-me embora! Vou à procura de uma barca onde haja mais cortesia.
Chegando à Barca da Glória, Alberto João Jardim
dirige-se ao Anjo:
Alberto João
Jardim – Ó da santa barca!
Podereis levar-me para o jardim do Paraíso?
Anjo – Com
essa carga toda, não cabeis aqui, nestes jardins.
Alberto João
Jardim – Mas eu também sou um
Jardim!
Anjo – Ah,
ah, ah! Não me faça rir. Só se for de flores desonestas e corruptas.
Alberto João
Jardim – Eu sempre fui adorado
pelo meu povo e a prova disso são os 34 anos que fui eleito para os
representar!
Anjo – Pois,
pois, 34 anos que levaste para fazer um buraco do tamanho onde vais cair!
Alberto João
Jardim – Porquê?
Anjo – Porque
foste desonesto, corrupto, agressivo, mal-educado e agora os madeirenses é que
vão sofrer as consequências.
Alberto João
Jardim – E se eu privatizar a
minha ilha e tu fosses lá passar umas férias totalmente gratuitas?
Anjo – Ponha-se
a andar daqui! Não é digno nem de pisar uma pedra que seja da calçada do
Paraíso.
Desiludido e
frustrado, Alberto João Jardim volta para a barca dos danados.
Diabo – Olha quem
ele é! Entrai, entrai sem demoras que queremos dar à vela!
Alberto João
Jardim – Leve-me daqui depressa,
antes que esses paparazzi cheguem…
Diabo – Não
quereis que vos descubram a careca? Olhai que já vos falta algum cabelo, e para
onde eu vos levo, certamente perdereis o restante, ahahah! Tomareis um par de
remos e entrareis nesta barca.
Alberto João
Jardim – Remar?! Eu?! Deves
estar maluco…
O Diabo
manda-lhe uns açoites com os remos.
Alberto João
Jardim – Ai, ai, ai! Estás a magoar-me!
Diabo – Icem
as velas, recolham as âncoras. Logo, logo, vamos partir!
E assim
seguiram viagem e tomaram o seu rumo.
Daniel Bucher, nº 10,
9º C
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