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sábado, 17 de março de 2012

Auto da Barca do Inferno


Passagem de Alberto João Jardim

Chegando Alberto João Jardim ao cais, com um charuto na mão e uma pasta na outra, dirige-se à Barca do Diabo.
Diabo – Ora, ora, sr. Alberto! Veio declarar a sua independência ou da Madeira?
Alberto João Jardim – Eu só quero atravessar na barca que vai para o “Retângulo Paraíso”!
Diabo – “Retângulo Paraíso”? Então não é você que diz que esse retângulo é impossível de governar?
Alberto João Jardim Eu disse isso? É que não me lembro! Eu até chorei e disse obrigado aos senhores do “retângulo” quando foram as cheias, pela ajuda que me prestaram!
Diabo – Pois, pois… Também não se lembra de ter dito : “O défice não fui eu que fiz nem mandei vir a Troika por isso, os senhores do continente que paguem!
Alberto João Jardim Ó barqueiro, você não está a ser racista por eu ser madeirense? Ou não quer que eu entre na sua barca?
Diabo – Entrai gentil senhor, que eu cá não escolho a escumalha, só os passo para a terra dos demos!
Alberto João Jardim – Vou-me embora! Vou à procura de uma barca onde haja mais cortesia.
Chegando à Barca da Glória, Alberto João Jardim dirige-se ao Anjo:
Alberto João Jardim Ó da santa barca! Podereis levar-me para o jardim do Paraíso?
Anjo – Com essa carga toda, não cabeis aqui, nestes jardins.
Alberto João Jardim Mas eu também sou um Jardim!
Anjo – Ah, ah, ah! Não me faça rir. Só se for de flores desonestas e corruptas.
Alberto João Jardim Eu sempre fui adorado pelo meu povo e a prova disso são os 34 anos que fui eleito para os representar!
Anjo – Pois, pois, 34 anos que levaste para fazer um buraco do tamanho onde vais cair!
Alberto João Jardim Porquê?
Anjo – Porque foste desonesto, corrupto, agressivo, mal-educado e agora os madeirenses é que vão sofrer as consequências.
Alberto João Jardim E se eu privatizar a minha ilha e tu fosses lá passar umas férias totalmente gratuitas?
Anjo – Ponha-se a andar daqui! Não é digno nem de pisar uma pedra que seja da calçada do Paraíso.
Desiludido e frustrado, Alberto João Jardim volta para a barca dos danados.
Diabo – Olha quem ele é! Entrai, entrai sem demoras que queremos dar à vela!
Alberto João Jardim Leve-me daqui depressa, antes que esses paparazzi cheguem…
Diabo – Não quereis que vos descubram a careca? Olhai que já vos falta algum cabelo, e para onde eu vos levo, certamente perdereis o restante, ahahah! Tomareis um par de remos e entrareis nesta barca.
Alberto João Jardim Remar?! Eu?! Deves estar maluco…
O Diabo manda-lhe uns açoites com os remos.
Alberto João Jardim Ai, ai, ai! Estás a magoar-me!
Diabo – Icem as velas, recolham as âncoras. Logo, logo, vamos partir!
E assim seguiram viagem e tomaram o seu rumo.

Daniel Bucher, nº 10, 9º C

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