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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Na companhia de Charles Darwin


Num dia em que o biólogo Leonardo estava sentado no sofá a olhar, não a ler, só a olhar o seu jornal, que comprava todos os dias e nos quais tinha esperança de vir a encontrar um emprego, algo de inesperado aconteceu.
Este jovem desempregado há muito que já não exercia as suas funções, devido a um acidente de laboratório, que ocorreu num dia em que Leonardo se precipitara na junção de dois líquidos mal identificados e criou uma enorme explosão, provocando a destruição parcial do seu laboratório e alguns ferimentos nos seus colegas de trabalho, que também se encontravam no local. Esta situação conduziu-o ao seu despedimento imediato.
Então, nesse mesmo dia, quando se preparava para tomar o seu duche matinal, o telefone começou a tocar, e o biólogo bastante surpreendido atendeu:
-Estou! Bom dia!
-Bom dia!- saudou a voz do lado de lá do telefone.
-Desculpe, quem fala? - perguntou Leonardo.
-Daqui fala o Roberto, almirante da marinha, não sei se me conhece?
-Conheço, mas apenas de vista! O que pretende de mim?
-Necessito de falar com o senhor, mas não ao telefone, na medida em que é um assunto demasiado importante. Não se importa de se encontrar comigo no cais das Colunas?
-Com todo o gosto! E a que horas? - perguntou Leo, muito entusiasmado.
-Daqui a meia hora, o que me diz?
-Por mim, tudo bem!
-Então, até daqui a pouco!
-Até já!
Leonardo normalmente nunca saía de casa, só quando se deslocava ao minimercado é que utilizava o seu carro. Um carro que era já muito velho, com a cor desbotada, borrachas de vedação gastas e os estofos danificados. E sempre que Leonardo acelerava mais um pouco do que era habitual, o seu carro produzia bastantes ruídos e fumos fora do comum, motivo pelo qual já tinha ido a muitas oficinas mas, por muito boas que fossem, ainda não tinham sido capazes de resolver aqueles problemas.
Conforme combinado, Leonardo vinte minutos após o telefonema entrou dentro do carro, rodou a chave e dirigiu-se ao cais das Colunas. Quando chegou ao local, já lá se encontrava o Roberto.
Se Leonardo estava curioso, mais ficou ainda quando reparou que Roberto estava acompanhado por outra pessoa.
A conversa durou vários e longos minutos. Leonardo ficou assim informado de que embarcaria daí a dois dias na companhia de Charles Darwin, um homem muito barbudo, um pouco introvertido mas de muito conhecimento na área da biologia. Para Leonardo era um privilégio viajar com Charles Darwin.
A viagem, que se sucedeu num enorme navio da marinha inglesa de nome Beagle, foi fantástica. Da proa à popa tudo estava incrivelmente limpo, a madeira brilhava, os metais reluziam com a incidência do sol e estar no convés no meio do oceano era empolgante.
 A viagem foi única para Leonardo, pelas magníficas ilhas que visitaram, onde encontraram figuras míticas como medusas e sereias muito belas a cantarem docemente. Algo que ninguém tinha visto até ao momento e ninguém acreditava que existia.
Agora já há um testemunho pessoal de que tudo o que contam sobre figuras míticas é verdade. O Leonardo, por sua vez, estava entusiasmadíssimo com tudo aquilo que viu e sentiu!
Quanto à teoria de então de que medusas e sereias apenas existiam na imaginação, graças a esta viagem, acabou por ser completamente ultrapassada.

João Rocha, 8º F

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