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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A importância da literacia


O Ciclista – Bom dia Dra. Sónia. Somos repórteres do Clube de Jornalismo e estamos aqui em nome d’O Ciclista para lhe solicitar que nos conceda uma entrevista. Começamos por lhe solicitar que nos fale sobre a literacia no nosso concelho, uma vez que, de acordo com o relatório sobre o estado da literacia na União Europeia, Portugal é um dos países que apresenta um dos mais significativos progressos.
Dra. Sónia – Antes de mais, importa dizer que o termo literacia abarca um conjunto de competências fundamentais à compreensão, avaliação e utilização da informação. Em duas palavras, é ser-se capaz de aprender a apreender. E, neste domínio, muito se tem feito, ao longo dos últimos anos, em Portugal e, especificamente, no nosso Município. Não basta que os cidadãos tenham acesso à informação, importa que a saibam avaliar e usar de forma inteligente, em prol das suas necessidades. A generalização do acesso à informação, quer pela via digital e tecnológica, quer pelo texto impresso, tem imprimido a esta área um grande desenvolvimento. Hoje, todos estamos em permanente aprendizagem.
O Município de Anadia criou infraestruturas e colocou à disposição da população recursos que promovem a literacia através do desenvolvimento contínuo de estratégias conducentes não só à aquisição como ao reforço de competências que permitam aos cidadãos serem capazes de exercer plenamente a sua cidadania, em qualquer circunstância.
Em suma, Anadia fez uma forte aposta em recursos físicos e humanos capazes de dar respostas adequadas às exigências do eclético público que serve, sempre com vista à melhoria da vida de todos os munícipes.
O Ciclista – Considera que no nosso concelho têm sido promovidos eficazmente nas pessoas, nomeadamente nos alunos das nossas escolas, hábitos de leitura e de escrita?
Dra. Sónia – Os alunos nunca, como agora, no nosso Município, tiveram à sua disposição um tão grande número de recursos. Todos os alunos, desde o ensino pré-escolar ao ensino básico têm, ao longo do seu percurso escolar, a possibilidade de beneficiarem de um trabalho colaborativo existente entre as Bibliotecas Escolares e a Biblioteca Municipal. Os livros e as iniciativas de promoção da leitura e da escrita, seja através de ações isoladas, seja por projetos continuados, são uma realidade no dia-a-dia das nossas escolas. Tem havido um grande investimento neste domínio, por isso, acredito, sinceramente, que uma nova geração se está a criar: uma geração que, apesar de crescer em plena era tecnológica, consegue, pela afeição ganha, desde tenra idade, ao livro e à leitura, dedicar-lhe mais tempo, e usufruir dos múltiplos benefícios que esta prática nos confere.
A promoção da leitura é um projeto continuado, cujos resultados não são evidentes, nem mensuráveis, no imediato. Estou convicta que iremos colher bons frutos do muito que, em conjunto, temos andado a semear.
O Ciclista – Que atividades é que a Biblioteca Municipal tem promovido nesse sentido?
Dra. Sónia – A Biblioteca tem desenvolvido um conjunto de iniciativas, quer para o público em geral, quer para as escolas (BiblioEscola; LER & APRENDER), quer para as IPSS’s (BiblioSocial), com o objetivo de levar o livro a todos e de promover a leitura para todas as idades. Temos projetos de promoção do livro e da leitura dedicados a bebés (Contos & Fraldas), a crianças (Hora do Livro; Teatro de Fantoches, Ler faz Crescer), a jovens (Sábados com Arte), a adultos (Sábados com Arte) e até aos nossos queridos seniores (Leituras sem Idade).
O Ciclista – Que atividades é que a Biblioteca Municipal tem em vista promover?
Dra. Sónia – Há vários projetos pensados para o próximo ano, mas é preciso, para maximizar o seu impacto, que esteja reunido um conjunto de requisitos que nos permita atingir, numa primeira fase, pelo menos, os objetivos mínimos definidos. Posso adiantar, contudo, que nos estamos a debruçar sobre o público adolescente e adulto e prometemos novidades para muito breve!
O Ciclista – Essas atividades são promovidas exclusivamente pela Biblioteca Municipal ou em parceria? Se sim, com quem?
Dra. Sónia – As atividades que desenvolvemos são dirigidas ao público em geral, às escolas e também aos utentes das IPSS’s do Município. Por conseguinte, sempre que possível, envolvemos a comunidade nas nossas iniciativas e temos tido a felicidade de encontrar, junto das entidades mencionadas, um forte acolhimento e apoio em todos os projetos que temos desenvolvido.
O Ciclista – Em relação aos livros que a Biblioteca Municipal dispõe. Tem uma ideia da média de requisições diárias que são feitas?
Dra. Sónia – A Biblioteca Municipal de Anadia possui, desde a sua abertura ao público, um software de gestão integrada que nos permite registar as movimentações de todos os documentos que possuímos. Por isso, fazemos relatórios mensais que retratam a utilização dos nossos serviços e recursos. Como sabem, a Biblioteca disponibiliza aos seus utilizadores o serviço de empréstimo domiciliário de livros, CD’s, DVD’s, CD-ROM’s e Revistas. Mas se o que pretendem saber é apenas a média diária do número de livros requisitados, posso dizer-vos que, durante o ano de 2012, até Novembro (inclusive), saíram, por dia, da nossa Biblioteca, cerca de 60 livros. 
O Ciclista – Sabe-nos dizer quais são os livros mais solicitados?
Dra. Sónia – O romance continua a ser o género mais procurado e requisitado.
O Ciclista – A Biblioteca Municipal também dispõe de uma parte de vídeo. Os filmes são mais solicitados para serem visualizados na BMA ou requisitados para casa?
Dra. Sónia – No que respeita à nossa secção audiovisual, a requisição domiciliária é, naturalmente, superior à requisição presencial, porque as pessoas aproveitam para ver os filmes quando têm mais tempo livre, ou seja, à noite ou durante o fim-de-semana. 
O Ciclista – Gosta do seu trabalho? O que é que considera mais gratificante?
Dra. Sónia – Adoro o que faço, porque sei que trabalho para as pessoas, para melhorar a sua vida. A Biblioteca Municipal é um serviço público que tem como principal objetivo democratizar o acesso à cultura e à informação. Independentemente da sua condição económica, qualquer cidadão encontra, na nossa Biblioteca, recursos tecnológicos, informativos e recreativos gratuitos e atualizados, bem como uma equipa especializada na área da documentação, sempre disponível para apoiar, a todos os níveis, quem nos procura. A BMA existe para facilitar a vida das pessoas, para tornar a nossa comunidade num meio melhor, onde ninguém possa ser excluído por falta de acesso à informação.
O Ciclista – Gostaria de partilhar com os nossos leitores e enquanto Bibliotecária desta importante instituição, alguns dos momentos mais marcantes da BMA?
Dra. Sónia – O nascimento da BMA foi, sem dúvida, um dos momentos mais marcantes do nosso trabalho! No dia 4 de Julho de 2008, às 10h00, abrimos, pela primeira vez, as nossas portas. Às 9h30 já tínhamos pessoas à espera… Foi uma azáfama! Tivemos inúmeros visitantes e inscrevemos, nesse mesmo dia, mais de cem utilizadores. Foi um dia memorável porquanto espelhou a ansiedade e a necessidade que a nossa comunidade tinha relativamente à criação de um espaço com as características da BMA. Parafraseando o título da notícia do JN desse mesmo dia “Valeu bem a espera”, pois nada foi deixado ao acaso. Tudo fizemos para criar um espaço capaz de responder às necessidades de todos quantos nos procuram e tentámos, ainda, ir um pouco mais longe, fazendo com que aqueles que nos visitem retornem uma e outra vez… e que levem consigo o sentimento de que a BMA é um mundo melhor dentro do nosso mundo!
O Ciclista – Em nome d’O Ciclista e em nosso nome particular, agradecemos à Dra. Sónia Almeida, a amabilidade e carinho com que nos recebeu, nos levou a visitar a sala do Professor Dr. Rodrigues Lapa e, evidentemente, por nos ter concedido esta entrevista.

Adriana Matos, Francisca Marques, Margarida Lagoa, Sofia Ferreira e Sofia Matos, O Ciclista

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