Certo
dia tão bonito e cheio de sol, o Marco e os seus amigos decidiram ir até à
grande cascata e pelo caminho convidaram o Fred.
-
Acorda, amigo! - gritou o Marco.
-
Vem tomar banho connosco! – exclamaram em coro os restantes rapazes. E lá foram
eles.
Mal
chegaram à cascata, deram todos de imediato um mergulho e brincaram muito
divertidos dento de água. Aqueles que ainda não sabiam nadar muito bem,
trouxeram as suas boias. Pois é preciso ter cuidado!
O
Fred, por sua vez, tentou apanhar um peixe grande, mas o danado foi rápido
demais para ele.
-
Não tenhas medo, não tenhas medo, não te vou comer! – exclamou ele , depois de
várias tentativas para o agarrar.
Curioso
como sempre, o Marco quis ir ver o que havia por de trás da cascata.
-
Vem comigo, Francisco! – convidou ele.
Os
dois amigos avançaram, então, com cuidado sobre as pedras.
-
Ah! – bradou o Francisco.
-
Parece que entrámos noutro mundo, ao descobrir este rochedo que reflete as
cores do arco-íris.
-
É magnífico! – concordou o Marco.
Seguidamente,
o Marco e o Francisco entraram por uma abertura do rochedo.
-
Aqui, tudo é tão bonito, tão escuro e ao mesmo tempo estranho! – exclamou o
Francisco.
E,
na verdade, só se ouvia o estrondo da cascata, como se o resto do mundo já não
existisse. Mas, de repente, partiu-se uma rocha e o Marco desequilibrou – se,
caindo por um precipício. Sem saber o que fazer, o Francisco entrou em pânico.
-Marco,
não partiste nada? - gritou ele, debruçando-se sobre o buraco. Mas atordoado
pela queda, o Marco não respondeu. Precisou assim algum tempo para recuperar os
sentidos. Foi então que os seus olhos descobriram uma curiosa paisagem no
interior de uma gruta cheia de estalactites e estalagmites, coberta de bonitas
pedras reluzentes.
O
Francisco lançou se numa correria e à velocidade de um relâmpago, alcançou o
outro lado da cascata, à procura de auxílio, junto dos outros companheiros.
-
Socorro! Socorro! – gritou aflito. – O Marco caiu num buraco gigante. Tenos de
o tirar de lá depressa!
Sem
perder tempo, todos os amigos correram para o local, onde o Marco tinha caído.
O
Fred, como estava habituado a andar com o seu pai nos subterrâneos e já conseguia
ver bem por onde andava, rapidamente encontrou um caminho para chegar até ao
Marco.
-
Venham, é por aqui – ordenou o Fred e continuou:
-
É a entrada da mina abandonada. Eu ilumino-vos o caminho.
O Fred, por sua vez, acendeu uma vela que
trazia no bolso para alguma emergência e pôs-se a caminhar, sendo seguido pelos
seus amigos. Depressa, chegaram a uma grande sala, onde encontraram o Marco.
Maravilhado,
Marco contemplava a imensidão de pedras amarelas que brilhavam à sua volta.
-
Está tudo bem, Marco? Não te magoaste? – perguntou o Fred, admirado com o ar
distraído do seu amigo.
Mas,
Marco apenas lhe mostrou as pedras, sem pronunciar uma só palavra.
De
repente, um estrondo ensurdecedor ressoou por toda a sala. O caminho, por onde
o Francisco os tinha levado, acabou por não se aguentar.
-
Não se preocupem. – gritou o André.
-
Se corrermos rápido, nunca nada estará perdido.
Imediatamente
o André, o Raul, e o João puseram-se a correr e conseguiram sair daquele local
rápido. E, sem perder um segundo, correram para ir buscar toalhas de banho,
atando-as para formar uma corda comprida. Em seguida, um a um, foram içando os
seus amigos para fora da gruta.
E
ei-los por fim ao ar livre!
-
Bolas, Marco pregaste-nos um grande susto! – exclamou o Francisco.
-
Não te preocupes, não pretendo voltar a cair em mais nenhum buraco. – respondeu
o Marco, a rir.
Muito
contentes por terem vivido uma tão grande aventura, o Marco e os seus amigos
regressaram a casa.
Já
esquecido o susto, passaram o resto da tarde juntos a brincar e a saltar ao
eixo.
Quanto
ao Marco, correu para junto dos pais, ansioso por lhes contar aquela peripécia.
-
Papá- disse ele- olha só o que eu trouxe da gruta. São pedras amarelas que
brilham como o sol! O que será isto?
-
Oh! É magnífico! – exclamou o pai de
Marco, observando atentamente as pedras. - Diria que é … um tesouro! Tu fizeste
mesmo uma grande descoberta, filho!
O pai de Marco quase nem dormiu nessa noite e
na sua mente, só tinha a seguinte pergunta: “ E se fosse mesmo um tesouro?”.
No
dia seguinte de manhã, reuniu o Marco e todos os seus amigos.
-
Vamos lá pequenada, mostrar a vossa descoberta ao velho senhor Agostinho, o
sábio que mora lá no cimo da colina! Ele sabe tantas coisas que poderá
certamente dar-nos uma explicação.
Imediatamente,
o alegre grupo pôs-se em marcha.
-Oh!
Mas isto é ouro! – exclamou o senhor Agostinho, quando o Marco lhe mostrou as
pedras.
-
Antigamente, os homens atribuíam um grande valor a este metal de tal maneira
que todos o queriam ter, até que acabaram por se guerrear – continuou o senhor
Agostinho, após um longo silêncio.
-
Por causa do ouro houve guerras terríveis!
-Sim,
meu filho, foi horrível!-comentou o senhor Agostinho.
-
Felizmente, um belo dia, a mina desmoronou-se e os homens esqueceram-se que
havia lá ouro. Têm mesmo de prometer que nunca falarão dela a ninguém.
-
Está prometido, senhor Agostinho! -exclamaram todos em coro. - Agora sabemos o
que poderia acontecer…
Logo
ali, o Marco e os seus amigos uniram as mãos direitas e juraram cumprir a promessa
de nunca falar daquela mina a ninguém, pois no fundo eles possuíam já o mais
poderoso de todos os tesouros: a amizade!
Edna Almeida, nº 8, 8º D
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