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domingo, 3 de junho de 2012

A AMIZADE, UM PRECIOSO TESOURO


Certo dia tão bonito e cheio de sol, o Marco e os seus amigos decidiram ir até à grande cascata e pelo caminho convidaram o Fred.
- Acorda, amigo! - gritou o Marco.
- Vem tomar banho connosco! – exclamaram em coro os restantes rapazes. E lá foram eles.
Mal chegaram à cascata, deram todos de imediato um mergulho e brincaram muito divertidos dento de água. Aqueles que ainda não sabiam nadar muito bem, trouxeram as suas boias. Pois é preciso ter cuidado!
O Fred, por sua vez, tentou apanhar um peixe grande, mas o danado foi rápido demais para ele.
- Não tenhas medo, não tenhas medo, não te vou comer! – exclamou ele , depois de várias tentativas para o agarrar.
Curioso como sempre, o Marco quis ir ver o que havia por de trás da cascata.
- Vem comigo, Francisco! – convidou ele.
Os dois amigos avançaram, então, com cuidado sobre as pedras.
- Ah! – bradou o Francisco.
- Parece que entrámos noutro mundo, ao descobrir este rochedo que reflete as cores do arco-íris.
- É magnífico! – concordou o Marco.
Seguidamente, o Marco e o Francisco entraram por uma abertura do rochedo.
- Aqui, tudo é tão bonito, tão escuro e ao mesmo tempo estranho! – exclamou o Francisco.
E, na verdade, só se ouvia o estrondo da cascata, como se o resto do mundo já não existisse. Mas, de repente, partiu-se uma rocha e o Marco desequilibrou – se, caindo por um precipício. Sem saber o que fazer, o Francisco entrou em pânico.
-Marco, não partiste nada? - gritou ele, debruçando-se sobre o buraco. Mas atordoado pela queda, o Marco não respondeu. Precisou assim algum tempo para recuperar os sentidos. Foi então que os seus olhos descobriram uma curiosa paisagem no interior de uma gruta cheia de estalactites e estalagmites, coberta de bonitas pedras reluzentes.
O Francisco lançou se numa correria e à velocidade de um relâmpago, alcançou o outro lado da cascata, à procura de auxílio, junto dos outros companheiros.
- Socorro! Socorro! – gritou aflito. – O Marco caiu num buraco gigante. Tenos de o tirar de lá depressa! 
Sem perder tempo, todos os amigos correram para o local, onde o Marco tinha caído.
O Fred, como estava habituado a andar com o seu pai nos subterrâneos e já conseguia ver bem por onde andava, rapidamente encontrou um caminho para chegar até ao Marco.
- Venham, é por aqui – ordenou o Fred e continuou:
- É a entrada da mina abandonada. Eu ilumino-vos o caminho.
 O Fred, por sua vez, acendeu uma vela que trazia no bolso para alguma emergência e pôs-se a caminhar, sendo seguido pelos seus amigos. Depressa, chegaram a uma grande sala, onde encontraram o Marco.
Maravilhado, Marco contemplava a imensidão de pedras amarelas que brilhavam à sua volta.
- Está tudo bem, Marco? Não te magoaste? – perguntou o Fred, admirado com o ar distraído do seu amigo.
Mas, Marco apenas lhe mostrou as pedras, sem pronunciar uma só palavra.
De repente, um estrondo ensurdecedor ressoou por toda a sala. O caminho, por onde o Francisco os tinha levado, acabou por não se aguentar.
- Não se preocupem. – gritou o André.
- Se corrermos rápido, nunca nada estará perdido.
Imediatamente o André, o Raul, e o João puseram-se a correr e conseguiram sair daquele local rápido. E, sem perder um segundo, correram para ir buscar toalhas de banho, atando-as para formar uma corda comprida. Em seguida, um a um, foram içando os seus amigos para fora da gruta.
E ei-los por fim ao ar livre!
- Bolas, Marco pregaste-nos um grande susto! – exclamou o Francisco.
- Não te preocupes, não pretendo voltar a cair em mais nenhum buraco. – respondeu o Marco, a rir.
Muito contentes por terem vivido uma tão grande aventura, o Marco e os seus amigos regressaram a casa.
Já esquecido o susto, passaram o resto da tarde juntos a brincar e a saltar ao eixo.
Quanto ao Marco, correu para junto dos pais, ansioso por lhes contar aquela peripécia.
- Papá- disse ele- olha só o que eu trouxe da gruta. São pedras amarelas que brilham como o sol! O que será isto?
- Oh! É magnífico! – exclamou  o pai de Marco, observando atentamente as pedras. - Diria que é … um tesouro! Tu fizeste mesmo uma grande descoberta, filho!
 O pai de Marco quase nem dormiu nessa noite e na sua mente, só tinha a seguinte pergunta: “ E se fosse mesmo um tesouro?”.
No dia seguinte de manhã, reuniu o Marco e todos os seus amigos.
- Vamos lá pequenada, mostrar a vossa descoberta ao velho senhor Agostinho, o sábio que mora lá no cimo da colina! Ele sabe tantas coisas que poderá certamente dar-nos uma explicação.
Imediatamente, o alegre grupo pôs-se em marcha.
-Oh! Mas isto é ouro! – exclamou o senhor Agostinho, quando o Marco lhe mostrou as pedras.
- Antigamente, os homens atribuíam um grande valor a este metal de tal maneira que todos o queriam ter, até que acabaram por se guerrear – continuou o senhor Agostinho, após um longo silêncio.
- Por causa do ouro houve guerras terríveis!
- Que horror! – lamentou-se o Marco.
-Sim, meu filho, foi horrível!-comentou o senhor Agostinho.
- Felizmente, um belo dia, a mina desmoronou-se e os homens esqueceram-se que havia lá ouro. Têm mesmo de prometer que nunca falarão dela a ninguém.
- Está prometido, senhor Agostinho! -exclamaram todos em coro. - Agora sabemos o que poderia acontecer…
Logo ali, o Marco e os seus amigos uniram as mãos direitas e juraram cumprir a promessa de nunca falar daquela mina a ninguém, pois no fundo eles possuíam já o mais poderoso de todos os tesouros: a amizade!
   
Edna Almeida, nº 8, 8º D


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