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domingo, 27 de novembro de 2011

Uma partida sem despedida


Certo dia, estava eu a falar com a minha avó, e não sei por que razão, deu-me para perguntar-lhe onde ela tinha nascido e crescido. Ela disse, então, que tinha nascido num antigo casarão, que pertencia à família já há muitos anos, e situava-se numa pequena cidade da Escócia, onde a população não ultrapassava os 500 habitantes. Contou-me ainda que, quando tinha cerca de sete anos, a sua irmã gémea falecera devido a uma doença não identificada naquela altura. A minha avó certamente ficou destroçada com tal acontecimento, pois faziam tudo juntas, eram bem mais que irmãs, eram até as melhores amigas. Fiquei também a saber que, todas as noites, se ouviam passos e vozes no tal casarão, mas ninguém dava muita importância.
A minha avó tão curiosa como era e é, certa noite, levantou-se e foi ao sótão, pois era de lá que lhe parecia estarem a vir as vozes. Por outro lado, era o local onde ela e a sua falecida irmã passavam grande parte dos seus tempos livres. E de facto assim que chegou, viu o espírito da sua irmã, que lhe murmurou ao ouvido: “ não tivemos muito tempo para despedidas, mas como lembrança quero que fiques com o meu coração”. Diga-se de passagem que este coração era uma pequenina medalha com a letra “U” incrustada, sendo a inicial da palavra: união.
 A minha avó, ao contar esta história, emocionou-se de tal maneira que pequenos cristais banharam o seu rosto e sei que, todas as noites, se lembra sempre da sua querida irmã gémea.

Maiara Melo, nº 25, 8º C

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