Um dia, sai de casa
sem destino ou direção, guiada por uns raios de sol, que iluminavam a porta da
minha casa.
Direcionada à floresta, passei uma
árvore, passei duas… Enfim, um monte delas! Só mais tarde é que me percebi que
sair de casa sem destino ou direção não tinha favorecido muito o meu pequeno
passeio, pois as horas iam passando e eu estava cada vez mais próxima do “ fim
do mundo”.
Passadas longas
horas, sem comer, sem beber e sempre a andar, encontrei uma velhinha,
aparentemente a bruxa má. Perguntei-lhe a direção para a aldeia mais perto, e
ela encaminhou-me para um beco escuro. Na minha ignorância e inocência,
segui-me pelo conselho dela. Momentos depois e, ao que parece, a bruxa
atirou-me com uma pedra na cabeça e levou-me para sua casa, prendendo-me numa
jaula. Durante muito tempo, fiquei lá sem dar nem ter notícias.
A comida escasseava
cada vez mais, ao contrário da água que abundava, mas que não era muito própria
para consumo. Com o passar do tempo, eu sentia as minhas energias a diminuírem.
Porém, a raiva aumentava, a saudade reinava e a esperança era cada vez menor.
E, nesse momento, com tanta dor a invadir o meu coração, tinha apenas um
desejo: ser criança, para não sentir a angústia da saudade e desfrutar ao
máximo todos os aspetos positivos da vida e que eu por vezes repudiava com
desdém.
Passados dois meses,
a bruxa soltou-me e eu passei a viver das bagas e raízes da floresta durante
mais três meses. Finalmente, descobri o caminho e voltei para casa. E, após
esta inesperada aventura, (aliás, pesadelo!) descobri que era uma pessoa nova e
aprendi a dar mais valor a tudo aquilo que atualmente tenho.
Carlota
Miranda, nº 5, 8º C
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