O
cronista António Lobo Antunes na crónica: "As pessoas crescidas” lembra a
sua infância e faz referência a diferentes fases do seu crescimento e no último
parágrafo do texto, poderá ler-se o seguinte:
"Nunca
percebi quando se deixa de ser pequeno para se passar a ser crescido. (…)
Provavelmente quando cessamos de ter medo do escuro."
De
facto, todos nós já sentimos medo alguma vez na nossa vida, pois esta é uma
experiência que pode ser motivada por múltiplos fatores.
Nesta
sequência, foi assim pedido aos alunos de nono ano (turmas: A e C da Escola
Básica nº 2 de Vilarinho e do 9.º E da Escola Secundária de Anadia) que
escrevessem um texto de opinião, no qual apresentassem a sua opinião sobre os
principais "medos" sentidos pelos jovens atuais. São, então, alguns
desses textos que O Ciclista decidiu
partilhar convosco.
Sara Castela, O Ciclista
O medo
Muitas
pessoas fazem a si próprias a seguinte pergunta: "Afinal o que é o
medo?" ou "Porque é que o medo faz parte de nós?".
Na
minha opinião, a própria palavra "medo" já desperta em nós o
respetivo sentimento de medo, pois quando a ouvimos, ou dizemos, mesmo não a
sentindo, temos rapidamente uma sensação de receio, indecisão e até de arrepio.
Aproveito,
agora, este momento para opinar sobre os medos que os jovens têm atualmente,
principalmente, os jovens da minha idade, entre os treze e os quinze anos.
No
meu ponto de vista, os medos correspondentes a estas idades são óbvios. Realço
assim o medo de chumbar o ano, ter más notas, levar um recado da professora
para os Encarregados de Educação acerca de algum comportamento inapropriado por
parte do aluno, entre outros.

Finalmente
temos também os medos alusivos a pessoas mais reservadas, salientando o facto
de terem medo de serem olhadas de lado, criticadas, gozadas e até mesmo agredidas.
Perante
os exemplos, que acabei de expor, o significado de "ter medo", a meu
ver, não é ser-se um falhado. Por outro lado, não ter medo de nada também não
é, de maneira nenhuma, sinal de se ser forte e corajoso.
Em
suma, assim como a tristeza e a felicidade fazem parte de nós, o mesmo se
aplica ao medo, logo, não necessitamos de ter medo do medo.
Ana Rita Tocante, nº 4, 9º E
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