Endereço de correio eletrónico

ociclista@aeanadia.pt

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

As pessoas crescidas

Lembro-me quando ainda não tinha preocupações, em que tudo era simples e cada dia era vivido da melhor maneira.
Brincadeiras estavam sempre presentes no dia a dia. Porém, o único medo, o único sofrimento, era quando eu caía e esmurrava os joelhos. Aqueles tempos de infância, em que me levantava cedo para ver os desenhos animados, simplesmente eram do melhor que havia.
Nunca descobri quando se deixa de ser pequeno, talvez seja quando se adormece no sofá e, no dia a seguir, se acorde no mesmo sítio, com uma tremenda dor de costas, em vez de acordar confortavelmente na cama, como acontecia antigamente. Mas tudo mudou. Brincadeiras poucas, preocupações muitas, e levantar cedo deixou de ser uma vontade e passou a ser uma obrigação.
Agora tudo o que fazemos está mal, tudo nos preocupa, tudo nos magoa, até simples palavras. Somos limitados à escola, a estudar, e como se não bastasse, quando dizemos que estamos cansados, há sempre um espertinho que diz: “Cansado de quê?! Só estudas!”
Só estudo? Acham pouco? Chegar a casa depois de um dia de aulas e ter de ir estudar, nem tempo dá para dizer um “Olá!” a alguém. Nem tempo há para os amigos, nem mesmo para a família.
E o medo que sentimos… Medo de tirar más notas, o medo da reação da nossa família se fizermos alguma asneira, o medo de ficarmos sozinhos, de a qualquer momento perdermos alguém especial. Talvez este último medo nunca seja ultrapassado. Talvez a vida nos pregue uma partida. Mas temos de levar um dia de cada vez. E, quando formos adultos, a vida há de recompensar-nos da devida maneira.
Apesar das saudades da infância, a vida nem é assim tão má, temos amigos, família, uma vida razoavelmente normal e também não podemos voltar atrás no tempo, por isso, que remédio temos nós senão viver a vida devagar, um dia de cada vez, enfrentando sempre os nossos medos.
Inês Santiago, nº 11, 9ºA – Vilarinho

Sem comentários:

Enviar um comentário