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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Momentos de diálogo - O Pintarola falante


Andava eu no sexto ano, quando a minha mãe me comprou um lápis muito especial. Não sei, ele era diferente dos outros. Era mais amarelinho e escrevia melhor, porque era mais macio.
Certo dia, quando o usei na escola, ele caiu no chão e, por mais estranho que pareça, ouvi uma voz a exclamar:
-Au!
Fiquei assustadíssima! Tive mesmo medo e, durante alguns dias, estive sem lhe mexer, até ao momento em que verifiquei que não tinha mais lápis na mochila, só o tinha a ele e, então, tive de o pôr ao uso. Entretanto, a certa altura, ouvi uma voz estranha a dizer:
- Não é preciso teres medo!
- Quem é que falou? – perguntei eu, muito intrigada e, ao mesmo tempo, alarmada.
- Fui eu, o teu lápis!
- O quê?!
- Sim, fui eu.
A partir daí, tive sempre um amigo e como ele era fofinho e era meu, resolvi dar-lhe um nome que uma amiga minha tinha sugerido e fui rapidamente dar-lhe a notícia:
- Querido lápis, tenho um nome para ti.
- Ai tens?! E qual é?
- Tenho sim! A partir de hoje, vou chamar-te de Pintarola.
- Ah! Ah! Ah! – soltou grandes gargalhadas.
- Não gostas? – indaguei eu.
- Sim, gosto!
- Ainda bem! Agora ficas a chamar-te assim.
Sendo assim, a partir desse dia, fiquei a ter um amiguinho invulgar que mais ninguém tinha. Porém, eu nunca o afiava. Caso contrário, ele morreria aos poucos e eu não queria que isso acontecesse, já que eu gostava mesmo desse lápis.
Agora, infelizmente, já não o tenho. Perdi-o dentro de estojos, mas um dia sei que o hei de encontrar!

Ana Francisca Marques, nº 2 8º F

1 comentário:

  1. Uma jovem que tanto utiliza, e tão bem, o lápis, já deve ter perdido muitos amigos desse género, mas , felizmente, outros vão aparecendo.

    Parabéns pelas tuas palavras, tão sensíveis, tão singelas, tão especiais.

    A Profª Alice Lourenço.

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