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terça-feira, 19 de abril de 2011

Como tudo é diferente…


            Nem sempre a vida corre como nós gostaríamos que corresse e às vezes, é de facto difícil conjugar o nosso estado de espírito com o ambiente em que nos encontramos.
Lembro-me de um dia em que tudo à minha volta estava perfeito. O dia estava solarengo, os pássaros cantavam e eu estava rodeada de amigos. Não havia nada melhor, mas infelizmente eu não estava assim tão bem.
No dia anterior, tinha ido a uma consulta, onde o médico me disse que talvez pudesse ter leucemia. Como tu, leitor, deves estar a imaginar, muitas coisas surgiram na minha cabeça.
Mesmo não estando bem, nunca gostei e continuo a não gostar de mostrar às pessoas quando estou mal. Ora, se as pessoas estão felizes porque hei-de eu estragar essa felicidade?!
 Mesmo sendo difícil abstrair-me do que o médico me tinha dito, exteriormente entrei na alegria e na perfeição do dia em que me encontrava.
 O dia passou e as pessoas não perceberam que algo me atormentava. Era mais um dia de aulas, o dia chegava ao fim e eu lá tive de voltar para casa e mal cheguei, encaminhei-me de imediato para o meu único refúgio, o meu quarto.
               No meu quarto, um espaço só meu, tudo muda, já não tenho os amigos comigo, nem razões para mostrar que estou bem, quando na verdade estou preocupada e triste.
               Nesse dia, mal entrei no meu quarto, sentei-me na cama com os problemas presentes no meu pensamento (aliás, eles nunca saíram de lá!) e para me abstrair da situação, pensei: amanhã é mais um dia, mais um dia em que terei de converter a angústia e o choro em alegria e sorrisos. E de facto, esperava consegui-lo porque, mesmo sabendo que os meus amigos se preocupavam e se preocupam comigo e que iriam tentar animar-me, preferi que eles não soubessem, pois animar-me-iam de igual modo e sem aquele sentimento que, se eu contasse, certamente iria surgir: a pena!
               Dias depois, as incertezas foram clarificadas e eu felizmente pude respirar de alívio.
                Para finalizar este meu texto, dirijo-me agora a todos aqueles que se encontram na mesma situação em que eu me encontrava: são várias as perguntas e as dúvidas que surgem na nossa cabeça, quando somos surpreendidos duramente pela vida, mas há que ter fé e esperança.

Ana Carolina, 9º E

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