Sou um livro de aventuras e conto todas as loucuras de quem me escreveu.
Tenho cento e vinte páginas e a cor da minha capa reflecte alegria para todos os lados.
Um dia, depois de escrito e publicado, fui para uma papelaria, onde estive dois meses à espera de um dono. Enfim, à espera de alguém que me comprasse.
Finalmente, chegou o tão desejado dia: alguém reparou em mim, agarrou-me, colocou-me num saco e levou-me para casa.
Apenas leram três páginas, sem contar com o índice. Depois arrumaram-me numa prateleira, num sótão escuro, cheio de pó. Mas um dia, de repente, vi uma luz: era a luz da escadaria que ia dar ao sótão. Que bom! Abriram a porta! De seguida, agarraram em mim e leram o resto das minhas histórias. Tratavam-me tão bem que até me sentia da família.
Agora, que abro os olhos, posso confessar que tudo não passou de um sonho e volto à minha realidade: continuo neste sótão velho e já estou coberto de pó. A cor da minha capa reflecte tristeza, porque a alegria já se foi há muitos anos.
Iara, 8ºD
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