Endereço de correio eletrónico

ociclista@aeanadia.pt

terça-feira, 31 de julho de 2018

A Paz


Era uma vez uma menina chamada Paz. Ela vivia sozinha numa sala enorme com um holograma mágico que mostrava o globo terrestre. Este globo representava com todo o rigor a superfície da Terra desde a cidade de Nova Iorque até uma pequena aldeia atrás das montanhas, situada na Suíça.
Todos os dias, a Paz percorria o mundo com os seus dedos finos e onde houvesse guerra ela transformava-a em paz com um simples toque de dedos. O seu trabalho não era valorizado pelos humanos, visto que eles nem reparavam na sua existência, então, ela própria gostava de se compensar. De vez em quando, viajava até à Terra, mesmo sendo uma longa e cansativa viagem, pois ela vivia para lá do Sistema Solar. Porém, no fim, tudo compensava. Na Terra, a Paz via tudo aquilo que ela não tinha na sua sala que ela chamava de casa. Via árvores verdes, pássaros que cantavam uma melodia doce, nuvens brancas e fofas, o mar salgado, violento, mas ao mesmo tempo calmo. Via casas e via famílias. Família, uma coisa que ela não tinha. Assim que voltava da sua viagem, continuava a fazer o seu trabalho.
Certo dia, bateram à porta da sua casa. Como é possível? Saberia alguém da sua existência? Quando ela abriu a porta, uma menina de cabelos pretos e longos, de olhos também pretos e cara redonda, sorriu. Um sorriso carregado de maldade. A Paz conhecia esta menina. Seu nome era Guerra. A Guerra entrou na sala da Paz, mesmo sem ser convidada e arrastou consigo uma cadeira e algumas cordas. A Paz não estava a perceber o que estava a acontecer e tentou empurrar a Guerra para fora da sua casa, mas era tarde de mais. A Guerra prendeu-a à cadeira e começou a fazer o trabalho da Paz no holograma mágico, mas em vez de transformar a guerra em paz, transformava a paz em guerra. As guerras na África começavam a aparecer umas atrás das outras. Homens com caçadeiras, pistolas e bombas combatiam uns com os outros. O Mundo estava a entrar em guerra.  A Paz não podia deixar isto acontecer, não depois de tantos anos de trabalho para manter a paz no mundo. Não iria ser uma cadeira e cordas que a iam impedir. Juntou todas as suas forças, mais do que aquilo que ela pensava que tinha, e começou a desatar as cordas que a amarravam à cadeira. Sem a Guerra perceber, levantou-se e empurrou-a para fora da sua casa, fazendo com que a menina de cabelos pretos caísse no abismo que se estendia à sua frente.
A Paz continuou o seu trabalho, retirando as guerras do mundo e feliz, por a Guerra não estragar o mundo em que ela vivia. Afinal de contas, mesmo os humanos não reparando em si, o seu trabalho era importante!
Carolina Dreux, 8.º A, Escola Básica de Vilarinho do Bairro

Sem comentários:

Enviar um comentário