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terça-feira, 17 de junho de 2014

Lembrando Luís Vaz de Camões…

Quando iniciei a leitura d’ “Os Lusíadas”, não compreendi de imediato a beleza e a magnificência que se encontravam em cada verso. Só depois de analisada parte da obra é que me apercebi da grandiosidade deste poema épico. É impressionante a forma como Camões escreveu no século XVI esta belíssima obra, conhecida mundialmente, não só pela sua estrutura, mas também pela linguagem utilizada. Senão vejamos!
A epopeia de Luís Vaz de Camões foi publicada pela primeira vez em 1572, tendo sido dedicada ao rei D. Sebastião.
Camões inspirou-se nas epopeias clássicas como a Ilíada e a Odisseia de Homero e a Eneida de Virgílio. O poeta utiliza um estilo muito cuidado, solene, elevado grandioso, correspondente à grandiosidade do assunto que se traduz na seleção vocabular, na construção frásica extremamente elaborada e na abundante utilização de recursos estilísticos.
“Os Lusíadas”, quanto à sua estrutura externa, encontram-se divididos em dez cantos, tendo cada um deles um número variável de estrofes, neste caso, oitavas, formadas por versos decassilábicos com acentuação heróica ou sáfica com rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos.
A sua estrutura interna é constituída por quatro partes: a Proposição (Canto I, estrofes 1 a 3), onde o poeta apresenta de forma resumida o assunto da sua obra; a Invocação (Canto I, estrofes 4 a 5) e nesta parte o poeta pede inspiração às Tágides, ninfas do Tejo para que o ajudem a enaltecer, isto é, elogiar, glorificar, engrandecer, louvar, exaltar os feitos dos portugueses. Segue-se a Dedicatória (Canto I, estrofes 6 a 18), parte em que o poeta dedica a sua epopeia ao rei D. Sebastião e por último, a Narração (a partir da estrofe 19 do Canto I) em que o poeta narra os acontecimentos da viagem de Vasco da Gama até à Índia, iniciando-se a narração numa fase adiantada da ação, razão pela qual tem a designação de narrativa “in medias res”, isto é, a meio dos acontecimentos.
O acontecimento central da obra é a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Camões, por sua vez, criou também uma história mitológica onde os deuses contribuem para a evolução da ação, uns opondo-se à viagem de Vasco da Gama e dos seus nautas e outros numa posição adjuvante. A presença da mitologia dá assim à obra uma coesão narrativa e uma grande criatividade.
Tendo agora em conta os vários episódios analisados nas minhas aulas de Português, na minha opinião, o “Gigante Adamastor” é um dos episódios mais belos d’ “Os Lusíadas”. O poeta criou esta figura para simbolizar todos os perigos, tempestades e naufrágios que os portugueses tiveram de enfrentar para transpor o Cabo das Tormentas e ainda os medos que eles próprios acabaram por superar. 
Camões supera os poetas que se limitavam a imitar os modelos literários e dá forma à sua obra com vivências coletivas, fundamentadas na História de Portugal, principalmente na história da expansão. Também imprimiu um cunho pessoal nomeadamente no que se refere ao tema, com o objetivo de lhe conferir uma maior veracidade.
E para concluir este meu texto, não posso deixar de reiterar a ideia de que Camões é considerado como o verdadeiro pai da poesia épica portuguesa, pelo verdadeiro talento que demonstrou ter na criação da importante obra intitulada “Os Lusíadas”, glorificando assim o povo português.

João Pedro Rocha, nº 8, 9º A

 “Os Lusíadas”, edição de 1572

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