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domingo, 15 de junho de 2014

Boa sorte para os exames!

Neste período em que as aulas terminaram, muitos alunos lutam para obter uma classificação compatível com o trabalho realizado ao longo do ano letivo.
O Ciclista apresenta a partir de hoje três trabalhos realizados pelos alunos do 9º ano e que servem de mote para os exames. Um tem a ver com "Os Lusíadas" e os outros dois um pouco sobre a atualidade do "Auto da Barca do Inferno". Visto que estes textos abordam conteúdos de exame do 9º ano, é intenção d'O Ciclista desejar boa sorte não só aos alunos que irão realizar este, como a todos aqueles que se preparam para prestar provas nacionais ou a nível de escola.
A Equipa d’O Ciclista

Gil Vicente na atualidade

Há mais de quinhentos anos, Gil Vicente demonstrou que nem todos os retratos são feitos com tintas e pincéis. Através de alegorias, símbolos cénicos e personagens-tipo, o dramaturgo deu-nos a conhecer todos os traços negativos da sociedade portuguesa da época.
Cada personagem-tipo do “Auto da Barca do Inferno” representa uma classe social portuguesa. Através da ironia e de diferentes tipos de cómicos, Gil Vicente apresenta assim pormenorizadamente as características da sociedade quinhentista.
Cinco séculos passaram desde que esta obra foi publicada. Portugal mudou. As cidades são cada vez mais movimentadas, as vilas tornam-se aos poucos desertas e da terra crescem paredes e chaminés em vez de frutos e vegetais. A meu ver, tudo se modificou, mas há algo que infelizmente ficará sempre igual: a população portuguesa.
Os portugueses da atualidade em pouco são diferentes dos seus antepassados. É verdade que a nossa maneira de pensar, os nossos costumes e as nossas ambições já não são as mesmas de há cinco séculos atrás. Mas a nossa natureza, bem lá no fundo, ainda é marcada pelos mesmos vícios, defeitos e pecados.
Custa-me acreditar que vivemos na mesma sociedade hipócrita, gananciosa, sovina, maldosa e cruel. Quantas são as pessoas que ainda vivem das aparências? Quantos comungam e assistem às missas sem acreditarem em Deus lembrando o Sapateiro? Quantos negócios se baseiam no roubo e nas mentiras tal como o da Alcoviteira? Quantas pessoas fingem ser o que não são e ter o que não têm? Por mais que o mundo tenha andado para a frente, a natureza humana pouco evoluiu.
Obviamente que também há exceções à regra. Vejamos! Hoje em dia, muitos jovens ainda decidem enveredar pela carreira religiosa não por obrigação mas por vocação, muitos ainda defendem as suas convicções à imagem dos quatro cavaleiros cruzados. Também hoje são de louvar aqueles que colocam os interesses dos outros à frente dos seus próprios interesses.
Antes de estudar o “Auto da Barca do Inferno”, pensava que iria ser complicado para mim entender a obra, mas agora, depois de já a ter analisado, percebo que estava errada. De facto, apesar do uso do português arcaico, não é difícil desvendar a mensagem de cada passagem. Terei percebido por a linguagem ser simples? Terá sido fácil pela presença de alegorias?
Na minha opinião, esta peça é facilmente analisada pelos alunos do nono ano porque, na verdade, esta obra de Gil Vicente é intemporal e pode adaptar-se sempre à atualidade uma vez que as suas personagens são o espelho de tudo o que de bom e de mau há na sociedade, independente do ano ou do século em que estejamos.

Clara Loureiro, 9º C

Nota:
Imagem Internet.

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