Era uma noite fria e escura. O medo inundava o coração dos homens que, presos no mar, não sabiam o que fazer. Porém, já sabiam que o mar se apoderaria dos seus corpos e em breve, do seu fôlego. Sem um sinal, sem palavras, sem esperança, tinham as estrelas a vê-los e a ajudá-los com a sua luz luminosa.
De repente, do nada, surgiu um som, do nada surgiu um pingo de esperança. Esperaram ajuda, esperaram de tudo de bom, mas nada de mal. Gritaram, chamaram, alertaram e pediram socorro, mas nada surgiu no horizonte.
Homens a morrer, homens a sofrer, lembranças das suas famílias eram o suficiente para se aguentarem.
Passaram-se dias e menos homens ali estavam. O frio tinha-se alastrado e o sangue esfriara.
Por fim, numa noite de nevoeiro, viram uma luz que iluminou as suas faces. Dando força aos seus membros, nadaram em sua direcção. Já cheirando o odor húmido e salgado da areia, mais força ainda obtiveram. Choraram, ao chegar. Não queriam acreditar que haviam conseguido. Choraram de felicidade e ao mesmo tempo de tristeza, pois os seus amigos e camaradas haviam sido engolidos pelo impiedoso mar.
Infelizmente, esta é a vida de muitos dos nossos homens que se fazem ao mar, que para eles é sempre uma incógnita e é a esperança, que os encoraja ao longo da vida.
Kewin Neves, nº 12, 9º F
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