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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A Nossa Geração

Atualmente, a nossa geração é obcecada pela ideia de perfeição. A sociedade consumiu-nos com a ideia de como estamos destinados a ser. No início era o conceito de magro, atualmente é de esquelético. Por isso, pergunto-me o que será depois?
Na verdade, somos influenciados por termos, que nem sequer são palavras reais, como “lol”, “swag” ou “yolo”. Vemos celebridades que são viciadas em fama, drogas e dinheiro. Elas, por sua vez, ensinam-nos coisas como violência ou romances falhados em jeito de frases inspiradoras. Por outro lado, as letras de determinadas músicas tornaram-se agressivas, vulgares e discriminadoras. E serão mesmo estes os critérios que queremos seguir?
Nas escolas, por exemplo, estamos rodeados de grupos de alunos que se odeiam mas, no entanto, fingem ser amigos. Tudo isto, então, faz com que os estabelecimentos de ensino deixem de ser um espaço para aprender, tornando-se assim num espaço onde apenas se dá importância a passar, a falhar, às aparências e àqueles com que tu te rodeias.
Vivemos, pois, numa geração controlada por “screenshots”, “tweets”, “favoritos” e “likes”. As pessoas já não namoram. Criam “cenas” e encontros. Criam-se amizades nas redes sociais que começam por mensagens, evoluem para conversas, apanham sentimentos e acabam como estranhos. Há muito que esta geração perdeu o significado de romance e lançam-se ao ar expressões como “amo-te” como se fossem um “olá!”
As pessoas julgam-nos. Até aquelas que conhecemos. Estamos assim suscetíveis a tudo isso.
Esta geração confia em álcool, drogas e festas. Esta geração bebe para se embebedar e sofre as consequências como mensagens, encontros, condução e decisões bêbadas. Por sua vez, as drogas são demasiado fáceis de encontrar, quer estejamos stressados, sozinhos, felizes ou aborrecidos. As festas já não são para celebrar. São sim feitas para shots, fumar ou jogos.
Na minha opinião, a nossa geração tentou crescer depressa demais. As pessoas já não falam, estão mascaradas por computadores ou por ecrãs de telemóvel. Os confrontos transformaram-se em cento e quarenta carateres, em textos, em mensagens, em estados. E, se tivermos sorte, em uma chamada telefónica.
As campainhas já não tocam. Enviam-se mensagens a dizer “aqui” em vez de se ser ignorado fisicamente. Passa a mensagem lida. Dói não receber mensagens, pois isso também é uma mensagem.
As tecnologias arruinaram assim o nosso lado aventureiro. Já não saímos quando chove porque vamos arruinar o iPhone, já não vamos acampar porque o serviço de rede não está disponível. Não nos aventuramos além-fronteiras sem os nossos dispositivos eletrónicos. Os adolescentes desta geração são assim viciados em objetos superficiais como iPads, iPhones ou tablets. Estes, por sua vez, substituem as atividades ao ar livre por aplicações de download fácil e gratuito. 
Os pais queixam-se, lamentam-se e criticam esta nossa geração por ser confusa e “desarrumada”. Mas, acima de tudo, criticam a maneira como desperdiçamos a nossa juventude.  
Beatriz Agante de Almeida, nº 7, 9º E


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