Era uma vez um velho vendedor de sapatos, que tinha cinco filhos e nove netos. Era um homem doce e sensível, que já tinha aprendido muito com a vida.
Os seus netos adoravam estar com ele, pois ele tinha tempo e disposição para estar com eles. Mesmo que todos estivessem ao pé dele, ele tinha tempo para todos os netos. Por exemplo: quando entrava numa festa de família, só se sentava a partir do momento em que tivesse cumprimentado todas as pessoas, tal era o carinho e o respeito que ele tinha pelos seus familiares.
Era um homem a quem a vida lhe ensinara muita coisa, mas ele não a deixou ficar mal. Engraçado também é que ele sabia trabalhar melhor no computador do que qualquer neto e do que qualquer filho. Este vendedor de sapatos era um exemplo que todos os seus netos e filhos queriam seguir.
Apesar de ser um grande homem, era muito pobre, pois tinha poucos clientes e isto, porque tinham construído um centro comercial com uma grande loja de calçado ao lado da sua oficina. Então, ele a certa altura teve que se retirar do seu ramo de negócio e para não se sentir inútil, pôs-se a pensar que teria que ter uma actividade diferente. Sendo assim, pensou, pensou e pensou, até que teve uma ideia genial e muito criativa: iria ser vendedor de histórias. Depois de ter pensado nisto, teve que formar a ideia e raciocinar como é que a poderia fazer funcionar. E então pensou que poderia escrever uma história nova todos os dias e contá-la a toda a gente que a quisesse ouvir. Esta ideia era considerada um autêntico disparate, quer pelos seus netos, quer pelos filhos pois achavam que ninguém estaria disponível para o ouvir. Mas ele confiava nas pessoas da sua vila e tinha toda a razão, porque foi recebido por todos de braços abertos. E, a partir daquele dia, as crianças passaram a dar mais importância à leitura.
O antigo vendedor de sapatos estava mesmo feliz porque conseguiu concretizar o seu sonho.Joel Martins Rodrigues, nº 12, 9º E
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