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quarta-feira, 9 de junho de 2010

A JANELA MÁGICA

Certo dia, ao fim da tarde, uma linda menina de doze anos, chamada Mariana, estava a meio de uma feia discussão com os seus pais, quando a mãe a mandou para o quarto. Ela era uma jovem com muito talento a nível da pintura e do desenho; aliás, era o que gostava mais de fazer. A sua vida resumia-se a isso mesmo. No seu Mundo, só existia a pintura e o desenho, onde os pincéis, as tintas e as telas eram os seus confidentes e melhores amigos, mais nada existia.
Mariana, deitada na cama, olhou para a sua parede e pensou em fazer algo que a fizesse sonhar e esquecer o injusto e cruel mundo em que ela vivia, e foi então que decidiu pintá-la. Pegando nos seus pincéis e tintas, meteu mãos à obra. Depois de algumas horas, terminou a sua obra. Era uma belíssima e deslumbrante janela. Mas, ao contrário do que todos pensam, não era uma janela qualquer, era uma janela fora do vulgar, parecia que atraía Mariana para outra dimensão. Da pintura, saía um brilho e um perfume suave, puro e inocente. Mariana estava perplexa com tais sentimentos que a deixaram estática, olhando para a pintura fixamente, até que ouviu uma música sublime, que lhe chamou a atenção. Foi, então, que decidiu ir ao encontro daquele estranho e inigualável som e, num ápice, foi transportada para uma outra dimensão, um mundo em que ela sonhava viver, em que os animais falavam; os pincéis circulavam; as tintas discutiam a sua coloração; a relva era fofinha e fresca; as flores estavam a contar as últimas novidades às pequenas pedras; também havia montanhas de comida deliciosa. Enfim, um lugar onde era tudo justo, alegre e, essencialmente, feliz.
Esfregando os olhos, Mariana não queria acreditar no que via, era um sonho tornado realidade. Então, partiu à descoberta daquele magnífico lugar, durante horas, horas e mais horas. Entretanto, deslumbrada com tudo o que via, achou melhor regressar e, para isso, tinha que desejar muito voltar, o que não era fácil. Então, cerrou os olhos e repetiu três vezes: “Eu desejo voltar para casa!” e, quando os abriu novamente, estava já deitada na sua cama, virada para a parede. Pensou que tudo tinha sido apenas um sonho, mas logo se apercebeu que afinal tudo tinha sido pura realidade. Ela não queria de modo algum que esse pequeno e grande segredo fosse divulgado; então, colocou um armário à frente da pintura, para que ninguém fosse atraído pela mesma espantosa e extraordinária magia que provinha da janela que desenhara.
Por momentos, Mariana ficou pensativa. Ainda estava a tentar compreender o que tinha feito para pintar uma janela com tantos poderes de encantamento. Teria sido da tinta, ou seria que os pincéis eram mágicos?
Não! Essa magia veio do coração, veio da parte mais íntima, pura e inocente de uma jovem menina e da sua eterna paixão pela arte.
Assim, o seu segredo permaneceu em segurança e este maravilhoso mundo, cúmplice da linda jovem, só ela sabia da sua existência e só ela o visitava, como fuga e segunda casa. Ficou assim designada: “A Janela Mágica”.

Rebecca Bucher, 9ºB
                                         Imagem de http://blogmais.files.wordpress.com

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