O dia 1 de Junho é dedicado à criança. À criança sem rosto, mas com todos os rostos e todas as cores. À criança que tem tudo menos o mais importante e à criança que não tem nada, nem o mais importante.
Hoje vive-se ao espelho — valoriza-se o reflexo, descuida-se a essência. Há as crianças que são como plantas vivendo em terreno desafogado e fértil, mas que o jardineiro deixa crescer ao sabor da natureza — não poda, não guia, não suporta — pelo que crescem e se desenvolvem robustas, mas sem limites. E há aquelas que, azaradas, crescem como podem em solo adverso, longe de quaisquer cuidados, tendo como limites a sua capacidade de sobrevivência.
Há que questionar o papel do jardineiro num e noutro caso. Há que deixar de prestar atenção ao reflexo e olhar para o essencial. As crianças, quais plantas, precisam de ser cuidadas: terreno fértil (acesso a cuidados básicos, educação e saúde) e atenção do jardineiro — todos nós, mas especialmente a respectiva família — para que cresçam fortes, mas conhecendo os seus limites.
É preciso pensar nas crianças como seres em desenvolvimento que se transformarão nos adultos do futuro. É preciso reflectir sobre o que é realmente importante dar-lhes: se o acessório (o ter) se o essencial (o ser).
É preciso pensar nas crianças como seres em desenvolvimento que se transformarão nos adultos do futuro. É preciso reflectir sobre o que é realmente importante dar-lhes: se o acessório (o ter) se o essencial (o ser).
Miquelina Melo, professora
"Sein" e "Shein" - O SER e o PARECER
ResponderEliminarnuma visão diacrónica dos tempos, aparece sempre ests dicotomia. Cabe a cada um chegar ao SER (Essência)através da introspecção, do "exame de consciência" diário. Pais e professores têm de colaborar nesta consciencialização: começando por eles próprios. Não é fácil debruçarmo-nos sobre o nosso próprio SER: atitudes, paçavras, actos... Mais difícil será, portanto, encaminhar os filhos e educandos nesse sentido.
... Mas ninguém pode ter a arrogância e a veleidade de tentar modificar o mundo com um estalo de dedos. A Humanidade vai-se burilando a pouco e pouco... o que é absolutamente necessário é parar de vez em quando para reflectir e continuar a subida da escadaria da "perfeição", que aingiremos somente um dia ainda longínquo...
o que interessa é começar... e é com estes artigos como o que escreveste, minha amiga, que se inicia a viagem ascendente.
Beijinhos
Isabel P.