Era uma vez um menino
que gostava de escrever versos. Porém, como eu não tenho jeito para isso, uma
história em prosa eu vou criar.

Esse menino tinha uma
paixão secreta, um segredo tímido e bem escondido. Esse segredo era a sua
poesia e a sua paixão, os versos. Na verdade, quando este rapazinho escrevia,
transformava-se numa outra pessoa. Ao contrário do que aparentava ser, com uma
folha, uma caneta e a imaginação, tornava-se rebelde, num turbilhão de emoções.
Algo difícil de acreditar.
A paixão, que
irradiava dos seus versos, apaixonava, torturava, envolvia, enlouquecia e
arrebatava o leitor. Enquanto isso, o menino continuava a apresentar o
semblante angelical.
Mais tarde, guardou
todos os seus versos e, com eles, também toda a sua paixão, numa caixa fechada
e isolada.
A caixa ainda existe
e a paixão continua acesa. Estão assim apenas à espera que, um dia mais tarde,
outro amante de poesia continue a escrever versos.
Beatriz
Agante, nº 9, 8º E