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sábado, 13 de abril de 2013

Um aniversário diferente


Há muito tempo atrás, num reino muito distante, havia uma menina que era muito responsável e muito educada, mas que tinha um defeito, pedia demais, queria tudo, mas tudo mesmo!
            Os pais bem a chamavam à atenção e bem a faziam ver a pobreza à sua volta. Carolina, a menina “pedinchona”, parava por momentos. Porém, logo a seguir, voltava a pedir indo buscar, para convencer os pais, os mais bizarros argumentos. Aquela princesinha era deveras mimada!
            Faltavam apenas oito dias para o aniversário de Carol, e os pais andavam numa roda-viva, eram os presentes, os convites, a comida, as decorações, os insufláveis. Era, de facto, necessário preparar tudo isto para a festa ficar perfeita e à altura das expetativas de Carolina.
            Tal como no Natal se fazia a lista ao Pai Natal, naquele reino longínquo havia a tradição de se escrever a carta de aniversário à Fada Presenteira, e tal como mandava a tradição, Carol fez a lista. Bem, não foi propriamente uma lista! Carolina começou por fazê-la, mas queria tanta, tanta, mas tanta coisa que uma lista não chegava! Então, resolveu ir à mercearia da D. Maria de onde trouxe dois caixotes de cartão vazios e começou a recortar de folhetos, que tinha lá em casa, tudo o que queria. Carol recortou imagens de livros, CD's, bonecas, chocolates, roupa, bicicletas, sapatos, tudo e mais alguma coisa. Ela estava estafada! E sentia que, mesmo com dois caixotes de recortes, lhe continuava a faltar alguma coisa. Até que, depois de muito pensar, se lembrou de escrever um bilhete num papel cor-de-rosa brilhante à Fada Presenteira:
            “Querida Fada Presenteira,
            Este ano, depois de muito pensar, decidi dar-lhe menos trabalho…
            Em vez de lhe fazer uma lista enorme, tudo o que eu quero é um hipermercado!
                                   Beijinhos,
                                   Carolina* ”

            E assim foi! Depois do bilhete escrito, fechou-o num envelope e guardou-o debaixo da almofada, desejando, com muita força, que a Fada realizasse o seu desejo.
            Passados oito dias, Carolina acordou radiante, pois era o seu dia de aniversário. Quando acordou, viu muitos presentes, uma festa maravilhosa, e as suas melhores amigas, mas mesmo assim estava desiludida, pois a Fada Presenteira esquecera-se dela e do seu pedido.
            O dia passou-se com muita alegria e animação e Carolina estava estafada.
            Ao deitar-se, Carol viu um bilhete, que dizia:
            “ Nunca me esqueceria de ti, princesa!
            Vem ter comigo, às nove ao portão!
                                                           Beijinhos*”
            E assim foi, às nove em ponto, Carolina estava ao portão, e a Fada como prometera viera buscá-la. Sobrevoaram a cidade e Carol teve a possibilidade de ver como era tão bonita. Minutos depois, ao chegar ao supermercado, correu, mexeu em tudo, riu e divertiu-se. Mas, a certa altura, já estava com frio e cansada, já estava enjoada de tanto chocolate e estava com muito medo. Os telemóveis e os aquecedores não funcionavam, e Carol apenas chorava! Desesperada, encontrou uma porta de emergência e partiu-a. Ao parti-la, ouviu um ruído, parecia vir dos caixotes do lixo e, mesmo ali ao lado, parecia ter ouvido miar. Muito a medo, aproximou-se e viu um gatinho, agarrou-o com força e chorou agarrada a ele. Viu como ele ficava feliz com tão pouco. Aí viu como em toda a sua vida fora egoísta e chamou ao seu gatinho de Estrela, já que fora ele quem iluminara a sua vida, a partir daquele momento e lhe mostrara como tinha agido sempre de forma errada.
            Daquele supermercado, apenas o queria a ele, pois este pequeno animal foi a melhor e a mais imprevisível prenda que lhe tinham dado! A partir daí, Carolina mudou tudo, devido à presença daquele querido animalzinho.


Margarida Lagoa, 8º F

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