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domingo, 17 de julho de 2016

A minha infância



Na minha infância sempre tive sorte, pois não tinha obrigações, era simplesmente uma criança feliz, cheia de energia e muito inocente que só queria brincar. Durante o dia, ficava com a minha avó e à tarde, por volta das seis horas, quando ouvia o som do motor a subir a ladeira da minha aldeia, ficava à porta à espera dos meus pais.
Todos os dias acordava cedo, não sei bem porquê.
Ia sempre todos ou quase todos os dias ver a minha tia-avó.
Tia-Nora era como eu a chamava (descobri há pouco tempo que se chamava Leonor). Era muito idosa, não ouvia muito bem, mas eu adorava-a. Não comia doces, mas tinha lá sempre umas bolachas para mim. Bebia sempre água com açúcar e eu bebia também a par com ela.
Eu nunca tinha fome, mas quando lá chegava, não sei bem porquê, tinha sempre fome! Ainda me recordo das árvores todas que ela lá tinha, entre as quais laranjeiras, tangerineiras, macieiras e muitas mais. Eu comia frutas de todas elas e comia-as até ao fim, pois ela dizia que era pecado deitar fora comida, uma vez que havia muitas pessoas que estavam a passar fome. Eu, às vezes, guardava no bolso sem ela saber, só para ela não ficar triste.
Ela morreu algum tempo depois com 98 anos e ainda hoje sinto saudades dela.
Helena Costa, n.º 13, 8.º F

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