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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Afinal ainda pode haver sorrisos…



Há dez anos atrás, numa aldeia pequenina, moravam poucos habitantes. Muitos deles já eram idosos e abandonados pelas famílias que tinham mudado de terra, tendo assim deixado pais, avós e até mesmo tios para trás.
A aldeia, sendo muito pequenina, não tinha qualquer supermercado ou até mesmo uma loja, onde as pessoas pudessem comprar os seus alimentos. Viviam assim apenas daquilo que a terra lhes dava. Comiam batatas, feijões, alfaces, couves, cenouras entre outros produtos hortícolas. Para acompanhar, os homens nomeadamente iam para um pequeno riacho que existia na aldeia e pescavam algum peixe. Havia, porém, algo de facto condenável, as pessoas que lá moravam muitas das vezes eram assaltadas ou maltratadas pelos próprios vizinhos.
Um dia, um jovem casal citadino quis ir para a aldeia para poder ajudar os que mais necessitavam. Quando lá chegaram e viram que aquele lugar não tinha quaisquer condições para qualquer pessoa morar, não se vieram embora. Pelo contrário, quiseram ajudar a aldeia que por si mesma parecia triste, pois quase não se via ninguém na rua.
Entretanto, a jovem decidiu ligar para o seu pai a fim de lhe pedir alguma ajuda, já que ele era o Presidente da Câmara, dizendo-lhe:
- Pai, será que não se importa de dispensar uns oito ou dez dos seus empregados para nos poderem vir ajudar a melhorar as condições desta aldeia para onde eu vim morar?
O pai, com sua voz meiga, respondeu à filha que lhe dispensava os empregados que ela quisesse, pois não queria que nem a filha nem o genro morassem numa aldeia sem quaisquer condições.
No dia seguinte, já lá andavam trabalhadores e, ao fim de um mês, as obras estavam acabadas. Quando chegou a hora do pagamento aos trabalhadores, a jovem perguntou:
- Quanto é de tudo?
O chefe dos trabalhadores respondeu- lhe:
- Não se preocupe com nada, menina, nós viemos a mando do seu pai e é nossa oferta.
Ao que ela agradeceu.
Como na terra natal ela tinha um comércio, decidiu então construir um pequeno mercado naquela aldeia. O marido, como era médico, abriu um consultório e passou a ajudar as pessoas, dando consultas gratuitamente. Sendo assim, tudo ficou diferente, as pessoas passaram a ter melhores condições de vida e até as suas famílias de locais distantes já os visitavam. Começou a haver menos assaltos, menos desumanidade e até mesmo menos abandonos de idosos. E, no momento da chegada das famílias, pairava sempre no ar daquela aldeia a alegria transmitida pelos rostos dos seus habitantes e tudo graças àquele jovem casal.
Edna Piedade Rodrigues Almeida, nº 9, 9º H

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