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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Os olhos da minha janela

Fiquei presa nas correntes de um medo invisível…presa em casa, longe de tudo e de todos.

É tão difícil suportar esta prisão, que me impede de abraçar aqueles que amo, que não me deixa sair à rua, nem fazer aquilo de que gosto.

Quis respirar a beleza, mas não posso sair daqui…

Fui para a janela:

Da janela da liberdade

Vejo a serra verdejante,

A floresta dança ao longe

Ao som da brisa que passa.

A aldeia surge mais perto,

Mas os vizinhos não aparecem

(Pois estão presos também)

Mas aparecem os pássaros que cantam

E esvoaçam rasgando o céu azul,

Brincando com os raios do Sol

Que aquecem meu coração.

Mais perto, as laranjeiras em flor,

Que ladeiam o meu quintal,

Parecem sorrir para mim…

E aqui, mesmo à beirinha,

está o meu belo jardim: um lago, uma enorme nogueira,

O moinho do meu avô, a catalpa e sua casa,

A relva e as flores e claro… a oliveira, encantam o meu olhar.

A magia do que vejo, fez-me fechar os olhos e sentir-me livre outra vez.

Sem prisões, nem paredes, nem correntes…

Entrego-me a esta janela que vejo de olhos fechados e que me põe a sonhar…

Pois se tenho muros lá fora, o meu coração é livre…

Ninguém o pode amarrar.

Margarida Vieira Cruz, n.º 13, 6.º C, EBSA

 

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