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sábado, 1 de setembro de 2012

Mateus, o génio da lamparina


Concurso literário “Ler e Aprender”
Texto género narrativo escrito pela aluna Ana Pereira, concorrente e vencedora do 1º prémio no Concurso literário “Ler e Aprender”, 2º Ciclo, edição de 2012.

A Equipa d´O Ciclista

Sabem aqueles dias em que têm de arrumar o quarto, lavar a louça ou é a vossa vez de levar o cão à rua? Pronto, hoje foi um desses dias para mim.
Olá! Chamo-me Solange e vivo em Nova Iorque, América. Hoje estava a ver um programa na televisão chamado “American Idol” onde as pessoas cantam e a minha mãe disse para levar o Sparky, o meu cão, à rua. Não me importei. A noite estava escura e fria. Vesti um casaco grosso de pele e saí. Quando estava no parque com o Sparky, vi o meu amigo Jimmy a jogar basquetebol com dois baldes em duas árvores. Fui ter com ele e disse-lhe:
- Olá! Estás aqui sozinho? Nesta noite escura e fria?
- Estou a jogar basquetebol. E também estou à espera dos meus amigos.
- Está bem. Mas não deverias estar aqui tão sozinho numa noite como esta.
- Eles estão a chegar.
Fui-me embora. Por muito que goste da companhia do Jimmy, estar naquele sítio com ele dava-me arrepios! E se aparece alguém mau? O Jimmy é um rapaz tímido quando o conhecemos, mas depois vemos que é muito divertido e engraçado! Continuei o meu passeio com o Sparky por sítios mais iluminados quando ele começou a abanar a cauda tão depressa que pareceu que ia soltar-se.
- O que foi Sparky?- perguntei preocupada.
Aproximei-me do arbusto que ele cheirava e ladrava e afastei-o.
- Oh! É uma lamparina! Lindo menino! Sparky, muito bem! Isto deve valer milhões. Se eu a esfregar… sai de lá um génio?
Esfreguei a lamparina como vira nos desenhos animados do Aladino. Estava ansiosa por ver o que saía dali! Mas esfreguei uma vez e esperei: nada. Outra vez e nada. Gritei lá para dentro e saiu um génio vermelho muito enfurecido e zangado por eu o ter acordado a gritar.
- Olha lá, minha menina, mas tu pensas que és quem para estares aqui aos gritos?!
- Peço imensa desculpa! Não sabia que era um génio mau.
- Oh, não sou não, mas enfureceste-me.
O génio mudou para cor verde e acalmou-se. Pelos vistos, dentro da lamparina faz eco.
- Eu sou Mateus, o génio da lamparina - apresentou-se ele.
- Tens uma lamparina mágica muito bonita - comentei eu.
- Obrigada! Comprei-a na “ Livro Mágico”, é uma loja. A outra já estava velha.
1º dia
Passei três horas a falar com o Mateus. Ele era incrível! Tinha imensos poderes! Vim a saber que também tinha sapatos mágicos, pulseiras mágicas e um livro mágico! De repente a minha mãe telefonou. Queria-me em casa, pois o jantar estava pronto. Era evidente que não lhe podia dizer que tinha encontrado um génio com poderes, por isso mandei-o para dentro da lamparina. Escondi a lamparina dentro do casaco e disse que ia à casa de banho, mas em vez disso escondi-me no quarto. Guardei a lamparina na gaveta das camisolas de verão, pois sabia que a minha mãe não ia lá bisbilhotar. Saí do quarto e fui comer. Assim que comi, tomei um duche rápido e vesti o pijama. Fui outra vez para o meu quarto e esfreguei a lamparina. De repente o meu telemóvel começou a tocar outra vez, mas agora tocou com a música “ Paradise City” da minha banda favorita: os “ Guns ‘n’ Roses”. Lembrei-me de ter escolhido esse toque para o Jimmy.
- Estou sim?- disse envergonhada.
- Ah… Solange…É o Jimmy…
- Olá!- disse eu ainda mais envergonhada.
- Amanhã…Vai estar no cinema “Jack and Jill”. Tu… Queres vir comigo? O filme é muito engraçado! - disse Jimmy.
O génio, já cá fora, observava a minha cara e começou a perceber o que se passava.
- Com que então… O pirata quer levar a princesa num passeio no alto mar…
Fiz-lhe um sinal para ele se calar.
- Claro que quero! Amanhã, às 20:45 estou aí. À porta do cinema.
Ele desligou. Abracei o génio de felicidade! Consegui fazê-lo rir.
- Oh não! Amanhã é dia de limpezas! A minha mãe limpa, areja e sacode tudo! Não te posso levar para o cinema. E agora?!
- Eu faço com que a tua mãe limpe daqui a dois dias. Ou limpo tudo de uma vez…
Fui ter com a minha mãe enquanto o génio fazia o feitiço. Estava a demorar muito por isso fui ver o que se passava.
Encontrei o Mateus no chão, deitado de olhos fechados. As lágrimas vieram-me aos olhos. O que acontecera? Porque é que primeiro estava a rir-se e depois deitado no chão com olhos fechados?! Tranquei a porta do quarto. O génio tinha o seu livro mágico em cima do peito. Abri-o na página que estava marcada e li: “ Quando um génio concretiza mil desejos, ele deita-se, fecha os olhos e sabe que vai morrer em breves instantes”. Apeteceu-me atirar com o livro ao chão! Que raiva! Porquê?! Que regra tão mal pensada! Eles têm de viver! Há tão poucos!
O génio transformou-se em pó verde cintilante que se juntou numa fila e voou para dentro da lamparina…
Pobre Mateus, tenho tanta pena! Nunca te vou esquecer, amigão!

Ana Pereira, nº 2, 6º E


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