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quinta-feira, 17 de março de 2016

Março Mulher



São muitas as atividades que estão em curso no nosso Agrupamento sobre este fantástico tema que é a Mulher.
Duas professoras e grandes mulheres decidiram mostrar a toda a Comunidade que a celebração deste Dia não pode ser baseado em festas que em nada dignificam a mulher.
“Março Mulher” pretende ser uma sensibilização, não apenas para o Dia, mas para o seu significado. Por este motivo, as atividades em curso ensejam esclarecer, não só as mulheres, como também toda a Comunidade, do papel que esta tem na Sociedade.
Na Biblioteca da Escola Básica e Secundária de Anadia está patente o Concurso de escrita “Leituras do Ocidente e do Oriente, O papel da Mulher na sociedade Oriental”.
Segundo as promotoras da atividade, a Dra. Anabela Nunes e a Dra. Cristina Carvalho, os trabalhos dos alunos têm excedido as expetativas iniciais.
As exposições de trabalhos, no âmbito de diversas disciplinas, elaborados pelos alunos do Agrupamento, encontram-se expostos nas diversas escolas, particularmente, na escola sede e são abertos a toda a Comunidade Educativa.
A exposição é composta por painéis de Mulheres que se destacaram em todas as áreas do saber, desde as ciências naturais às humanas e até as filósofas, num Mundo que fala tanto dos filósofos, estão em destaque.
Muitas foram as alunas que escreveram magníficos poemas que enaltecem a Mulher e que o nosso Clube tem vindo a publicar, mas os alunos também quiseram lembrar o momento. Surgiu até o elogio, como aquele redigido em francês, dos alunos do 7.º D às suas colegas e intitulado “Toi, femme” e que também já publicámos.
A genialidade da turma do 11º ano de Artes está bem expressa na mensagem fotográfica feita pelas nossas colegas que decidiram transformar a dura expressividade da tortura da Mulher em belíssimas obras.
O Ciclista compôs um vídeo que também se encontra publicado aqui no nosso jornal digital/ Blogue.
Os alunos do 9.º ano e do ensino secundário da Escola Básica e Secundária de Anadia tiveram o privilégio de assistir ao filme “As Sufragistas”. O filme é uma visão perfeita da realidade da época antiga, onde as mulheres não tinham liberdade e direitos sobre nada. Baseia-se na luta das mulheres pela sua independência, direitos, nomeadamente o direito ao voto. É um filme marcante e que nos deixou a todos um misto de fúria e vergonha pelas atrocidades cometidas por uma sociedade que teima em, ainda hoje em muitos lugares da Terra, não ver reconhecido o papel da Mulher como ser humano. Muitos sentiram-se aturdidos por, num passado tão recente, ainda não ser permitido às mulheres um simples direito que é o voto. O caso português pasmou muitos dos nossos colegas que, tendo já esquecido as aulas de História, relembraram que até 1974, o voto apenas era permitido a uma pequena elite de mulheres.
No dia 15, decorreu a ação direcionada aos nossos colegas do 6.º ano no Multiusos da Escola sede e na Escola Básica de Vilarinho do Bairro, subordinada ao tema “O papel da Mulher na História: permanências e mudanças”, dinamizada pelo Grupo de História e Geografia de Portugal, com o apoio da Raiz Editora. Esta ação pretendeu sensibilizar os nossos colegas mais jovens sobre o papel da mulher e até da própria mãe na sociedade atual.
Quanto à rubrica sobre a Tertúlia Café, subordinada ao tema “Mulher”, o moderador, Dr. Aníbal Marques da Direção do Agrupamento, deu início ao evento apresentando os membros da mesa.
De seguida foi feita a apresentação de um excecional vídeo com os rostos de Mulheres que fizeram História.
A Tertúlia contou com a presença de três destacadas figuras femininas do concelho de Anadia. A Presidente da Câmara Municipal de Anadia, Eng.ª Teresa Cardoso, a neurocirurgiã, Prof.ª Dra. Cláudia Faria e a Comandante dos Bombeiros Voluntários de Anadia, Eng.ª Ana Matias, que deram o seu testemunho num serão recheado de bolinhos, chá, café e do ex-líbris da cidade, o famoso espumante da Bairrada, servidos pelos nossos colegas da turma de Pastelaria/Serviço Mesa/Tecnologias. A acompanhá-las esteve o Professor Dr. João Paiva, da Universidade do Porto, que salientou ter sido docente da Escola sede do Agrupamento há alguns anos.
A Presidente da Câmara salienta que não sentiu nunca qualquer tratamento diferente por ser mulher, nem enquanto engenheira, nem mais tarde, quando integrou o elenco camarário. O seu sentir está bem expresso quando refere “Sou uma felizarda, porque encontrei no meu caminho sempre pessoas com quem me relacionei.”
Já o Professor universitário brindou a assistência, predominantemente feminina, com a sua característica de boa disposição e prendeu a atenção de todos ao fazer um relato, por vezes caricaturado, de discriminações quotidianas bastante interessantes. Expôs situações particulares para demonstrar como ainda há esse machismo, não necessariamente negativo. Por exemplo, a maior preocupação enquanto pai face à filha do que aquela que tem relativamente aos filhos rapazes. Não é propriamente algo de negativo, mas um protecionismo, segundo o seu ponto de vista. Lamenta, porém, ainda ser necessário comemorar o Dia da Mulher.
A neurocirurgiã falou de todo o seu percurso de investigadora, nomeadamente de tumores cerebrais, de professora universitária e médica neurocirurgiã ligada à pediatria. Enquanto mulher, não sentiu diferenças de tratamento, pois sempre se sentiu mais uma entre os seus pares: “Sou mais um dos rapazes!”
A Comandante dos Bombeiros e engenheira civil começou por dizer que o seu percurso, enquanto mulher, no mundo dos homens, foi bem diferente do das suas colegas de mesa. Sentiu bem na pele o tratamento diferenciado que eles lhe concediam. “Até dava um certo jeito na fiscalização das obras da Câmara Municipal de Coimbra, enquanto cumprimentavam os homens eu ia vendo os problemas existentes.”. Como comandante, lembra que é a única a nível distrital e que no país apenas existem quatro. Também sente “dificuldade em vingar no mundo dos homens.” Mas, remata, “… o que nos vale é que somos mais inteligentes que eles!”. 
O Dr. Aníbal Marques faz um apanhado da situação, sem antes lançar, em tom de brincadeira, um repto ao Professor que teriam de rebater a afirmação da Comandante…
Ao longo do serão, tivemos a atuação das nossas colegas, Beatriz Santos, à guitarra e as vozes da Mariana Cerveira e da Margarida Pereira, que foram abrilhantando o momento.
Foi, entretanto, passado mais um vídeo com os testemunhos de muitas mulheres sobre o seu papel na sociedade, o qual motivou a abertura de um espaço de discussão, proporcionando-se uma partilha de situações bastante interessantes.
Todos quantos decidiram deslocar-se na sexta feira ao Museu da Vinha e do Vinho e aliar-se a mais esta atividade do Agrupamento de Escolas de Anadia deram por bem empregue o seu tempo.
Um forte agradecimento à Câmara Municipal, pela extraordinária colaboração prestada na cedência de instalações e, em ter permitido a visualização do filme.
Um rasgado e imenso elogio às organizadoras do Março Mulher, que nos convidaram a fazer esta rubrica.
Parabéns, Dra. Anabela e Dra. Cristina!
Sofia Pedrosa e Adriana Matos, O Ciclista





















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