Brilhante, reconfortante,
compreensiva…. Comunicava comigo, e eu com ela. Levava-me à razão,
aconselhava-me, dava-me a sua opinião, quase sempre certa e sem dizer uma
palavra. A nossa ligação era deveras muito forte, aliás, a mais forte!
Sempre que estava triste, no
meio da escuridão, aquele brilho iluminava-me e tal como me iluminava,
abrilhantava também o céu. Em contrapartida, quando estava alegre, ela parecia
sorrir para mim, sentindo também a minha felicidade. Aquela estrela iluminava o
meu coração.
- Agora vou ter de ir dormir,
porque vou ter teste de física e química e amanhã preciso de estudar, bem cedo.
- pensei eu, em voz alta.
No dia seguinte, logo pela
manhã, lia eu:
- “A esfera celeste, vista da
Terra e ao longo do tempo parece mover-se”.
Nesse preciso momento, com uma
lágrima no canto do olho e numa grande aflição, disse eu, em voz alta:
- O quê? A estrela vai mudar-se
durante algum tempo?! Eu não quero ficar sem ela, nem por um dia!
A partir daquele momento, não consegui
voltar a concentrar-me. Só de pensar que não ia poder ver a minha estrela,
sentia um aperto no coração, sentia que me faltava qualquer coisa.
Quando cheguei a casa, contei à
estrela o sucedido. Ela ficou tão abalada como eu, até parecia chorar, deixando
cair, no parapeito da minha janela, um pozinho que saía de duas pontas do seu
corpo. De facto, eu não suportava essa ideia.
Entretanto, passaram alguns
dias e a minha querida estrela estava cada vez mais distante, até chegar o dia
em que não a consegui ver mais. Eu não iria conseguir passar por isto!
Olhei, de novo, para o céu e a
estrela não estava lá. De seguida, debrucei-me no parapeito da janela e reparei
que os pozinhos que a estrela deixara ainda lá estavam.
- Volta! - supliquei eu,
pegando nos pozinhos da estrela para matar a saudade.
Quando, como por magia, uma
estrelinha pequenina passou pela minha janela e juntou-se aos pozinhos que
deixara cair. Era ela, a estrela…
Afinal, a amizade é mais forte
que tudo, até que o universo.
Beatriz
Lopes Carvalho, n.º 4, 7.º F
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