Era uma vez um ratinho que vivia num prado rodeado de searas douradas.
O ratinho vivia num Carvalho muito antigo, já com cerca de cem anos.
O ratinho, no outono, quando as searas estavam doiradas, apanhava o trigo, o milho, a aveia e transformava esses cereais em pão, para que durante o inverno frio o ratinho pudesse se alimentar.
Quando, por vezes, o verão era muito seco e as searas secavam o ratinho já hibernava para não morrer de fome e de frio.
Numa manhã fria de outono o ratinho foi ao moinho para fazer pão, com os cereais que lhe tinham sobrado, e viu um bando de andorinhas empoleiradas num fio onde o ratinho costumava meter as frutar a secar, para depois as meter no pão.
As andorinhas pareciam estar muito tristes, e o ratinho perguntou:
- Olá amigas andorinhas, eu sou o dono deste moinho. E quem são vocês?
- Nós viemos da África do Sul, um país muito quente, lá vivíamos muito felizes, mas devido à falta de água daquela região a quantidade de alimento diminuiu e nós temos de estar com forças para na primavera termos crias, mas para isso precisamos de comer bem - disseram as andorinhas.
- Não se preocupem, eu tenho muitas sementes e muitas frutas secas que poderão comer até ficarem com energia, e todos os outonos poderão voar até a este moinho e alimentar-se quanto quiserem - disse o ratinho.
- Sabes amigo rato, agradecemos-te imenso, mas a distância da África do Sul até aqui é cerca de 12 361 km e o voo é muito longo, nós não conseguiremos voar percursos tão longos - disseram as andorinhas.
- Bem, se vocês comerem muito terão forças suficientes para alcançar toda a África - disse o ratinho muito confiante.
As andorinhas queriam falar, e o ratinho interrompeu dizendo:
- E se vocês ficassem a viver aqui neste moinho? - perguntou o ratinho.
- Bem, talvez…
- Não seria fácil…
- Era uma boa ideia…
As andorinhas falavam todas ao mesmo tempo sem se entenderem.
O ratinho parou toda aquela confusão e disse:
- Já é tarde, e são horas de ir dormir. - Despediu-se das suas amigas andorinhas desejou-lhes boas noites.
No dia seguinte, estava tudo maravilhoso e as andorinhas voavam pelo ar, sem sequer abanar as asas, pois o vento suave fazia-as esvoaçar.
De repente, o sol parou de brilhar, o céu escureceu e o vento soprava cada vez mais, as janelas do moinho partiam-se com os relâmpagos, todos os animais refugiavam-se nas suas casas, mas as andorinhas não sabiam o que haviam de fazer. Para a casa do ratinho não podiam ir, pois eram muitas e a casa do ratinho era demasiado pequena, para o moinho também não, pois estava a ficar destruído, como não era resistente, pois era bastante antigo tudo se destruía.
As andorinhas voavam, voavam em círculos até que chegaram a um momento em que as suas penas ficaram muito molhadas e bem pesadas, e, como já não aguentaram, caíram desmaiadas na terra.
Passaram umas longas horas, a tempestade tinha acalmado, mas à volta estava tudo destruído: os ramos das árvores estavam caídos, as colheitas tinham-se inundado, o rio tinha enchido demasiado,…o moinho tinha-se destruído.
Todos os animais daquela terra estavam desanimados, mas quem estava mesmo muito triste era o ratinho.
Chorando e com uma cara de grande tristeza o ratinho entrou em casa.
As andorinhas assistindo àquilo, também sentiam tristeza no coração, como se fossem habitantes daquela terra.
Passado alguns momentos uma andorinha disse:
- Vamos reunir-nos com todos os habitantes desta terra e torná-la como era antes: fantástica e doirada e construir um moinho ainda maior e mais resistente para o nosso amigo ratinho.
Outra andorinha disse:
- Ele alimentou-nos e cuidou de nós para termos energias suficientes, para termos crias e termos uma vida feliz, e agora…
Todas as andorinhas gritaram em coro:
- E agora é a nossa vez de fazer com que o ratinho tenha uma vida feliz!
As andorinhas chamaram todos os habitantes da aldeia, partilharam a ideia e todos concordaram.
Meteram as mãos à obra e começaram o trabalho.
No final de três dias, apos estar tudo pronto, bateram a porta do ratinho cantando:
- Aprender a ser feliz,
Fazer os outros felizes,
Sonhar, cantar e aprender
Ter uma vida a valer.
O ratinho, ao ver aquilo ficou sem palavras. Agradeceu aos seus amigos e disse:
- Que bom ter amigos! Mas, melhor ainda, ter amigos verdadeiros.
Todos riram felizes e o ratinho ainda deu uma palavra:
- Todos vocês, poderão usar o moinho quando quiserem. E em breve poderemos abrir uma pastelaria…, mas isso é outra historia que poderemos conhecer mais tarde.
Assim, toda a terra viveu feliz, e as andorinhas viveram no moinho, tendo sempre comida e muitas crias.
Anna Shevchenko, n.º 4, 5.º F
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