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domingo, 30 de abril de 2017

Reviravolta total



Numa noite escura e fria de inverno, Manuel chegou a casa com a alma negra como a noite, pois acabara de perder o emprego. Nem sabia como dizer à mulher. Lá em casa mais ninguém trabalhava!... O que ia fazer agora aos sessenta anos? Como iam sobreviver sem rendimentos?
Os dias seguintes foram assustadores, desesperantes. O Estado penhorou-lhes a casa, o dinheiro esgotou-se, a fome instalou-se e a mendicidade foi o caminho a seguir. Tornou-se um sem-abrigo, envolto em cartões e trapos velhos, cheio de frio e de fome que os ricaços ignoravam, invadidos por sentimentos de revolta, não por compaixão dele, mas sim pelo cenário desagradável e promíscuo que observavam diariamente.
Assim, esquelético e com a mão trémula de fraqueza, vasculhava meticulosamente os restos de comida, na esperança de encontrar um osso com escassos bocados de carne ou um iogurte mal comido que o saciasse, pelo menos, durante essa noite. Sem sucesso, sentou-se no chão e a cabeça começou a rodar. De repente, foi inundado por imensos sentimentos estranhos e alucinações que o deixaram feliz. Cenouras, laranjas, pernas de frango, salmão e chocolates rodeavam-no numa cascata de água fresca. Manuel tentava agarrá-los desesperadamente, mas tudo se evaporava.
- Venham cá, preciso de energia, de ferro, de vitaminas. Vocês são a minha única salvação. Para vivermos precisamos de uma alimentação saudável. Não fujam!
Exausto implorava por uma última ceia digna.
Ao longe vislumbrou uma luz cintilante e rotativa que se aproximava cada vez mais.


Dias depois acordou numa cama, já recuperado, acompanhado pela família e pela ceia que tanto desejara. Uma nova fase da sua vida iria começar.
6.º B – 2012/2016, Escola Básica e Secundária de Anadia
(Professora Isabel Pimenta)

sábado, 29 de abril de 2017

Na Corte do Rei Magrinho



Numa manhã ensolarada, o Rei Magrinho, rei dos vegetais, das frutas e das leguminosas, como fazia habitualmente, foi verificar o número dos soldados dos seus exércitos. Já no reino das guloseimas, o Rei Gordinho ocupava-se a comer doces.
O Rei Magrinho verificou que o número de soldados era muito baixo porque muitos tinham fugido para o reino das guloseimas, onde se comiam doces a toda a hora, não se praticava exercício físico e se passava a maior parte do tempo a dormir!
Por isso, pensou que era urgente recuperar os seus soldados e decidiu declarar guerra ao reino das guloseimas.
E lá foram: magrinhos, saudáveis, ágeis, com os bolsos cheios de fruta fresca e saborosa.
Mal a batalha começou, o exército do Rei Gordinho demonstrou fraqueza pois os soldados não faziam uma boa alimentação e, por isso, não tinham força para correr e fugir do inimigo.
Percebendo a fraqueza dos adversários, os soldados do Rei Magrinho avançaram com toda a sua força e conseguiram vencê-los, capturando os seus antigos companheiros e outros soldados que, sem fôlego, estavam caídos pelo chão.
Chegados ao reino dos vegetais, das frutas e das leguminosas, como castigo, todos os soldados vencidos tiveram que optar por uma alimentação saudável.
Passados alguns meses, todas as pessoas daquele reino estavam saudáveis e felizes. Realizavam festas sem doces, mas muito divertidas, onde as frutas e os legumes, com a sua variedade e cor, davam um toque de alegria à festa.
Para os soldados capturados, o Reino das Guloseimas estava completamente esquecido e ninguém tinha saudades. Estavam agora rendidos à alegria de serem finalmente saudáveis.
Quanto ao Rei Gordinho… isso é outra história…
6.º A (2015/2016), Escola Básica e Secundária de Anadia