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sábado, 11 de maio de 2013

Uma desgraça nunca vem só


Há muito, muito tempo, viviam dois irmãos no deserto quente e seco da Arábia. Abandonados na infância, estes dois rapazes, Joe e Kevin, sempre foram unidos e muito amigos um do outro. O facto de terem sido deixados pelos pais tornou-os livres e independentes, com um enorme espírito aventureiro, mas com a liberdade veio também a responsabilidade, o que fez com que soubessem distinguir os perigos e as tentações do deserto. Apesar da vida de risco que partilhavam, estes irmãos sabiam encontrar a felicidade mesmo na pobreza. Para passar o tempo, Joe e Kevin gostavam de explorar o deserto bem como as poucas criaturas que nele habitavam.
Certo dia, enquanto passeavam pelas zonas para eles desconhecidas, viram lá no horizonte uma espécie de gruta, uma estranha abertura entre várias rochas. Joe, o mais corajoso, não conseguiu domar a curiosidade e correu até às rochas que não estavam muito longe. Apesar do medo, Kevin seguiu imediatamente o irmão. Pararam os dois mesmo em frente à gruta. Um mau pressentimento invadiu o ambiente. Contudo, o espírito aventureiro falou mais alto e fez com que, apesar de algumas hesitações, os rapazes avançassem. Momentos depois, não acreditavam no que viam: a gruta estava repleta de joias, riquezas diversas, e montes de comida variada, o que agradou particularmente os irmãos!
Após terem comido e terem-se abastecido de valores, os irmãos pararam por um segundo e admiraram tudo o que os rodeava. Entretanto, repararam num objeto que reluzia entre todos os outros. Como tal, aproximaram-se e observaram com mais atenção. Era um pote dourado adornado com uma fileira de rubis, diamantes e safiras.
 - O que conteria este pote tão misterioso? Nada de mal, certamente! - pensaram ambos os irmãos para com os seus botões. E, após refletirem um pouco, decidiram abrir o pote.
Dois colares feitos de ouro estavam dentro do pote. Também encontraram um bilhete que dizia que, quem encontrasse o colar, teria o direito a fazer o que quisesse com ele, desde que o usasse ao pescoço por uma hora. Depois de lerem as instruções, Joe e Kevin, um pouco assustados, puseram o colar e saíram da gruta cheios de comida e joias. Pelo caminho, planearam vender as joias na cidade e começar uma nova vida mais segura e com mais garantias.
O tempo foi passando e finalmente passara uma hora. De repente, os colares começaram a apertar os pescoços de cada um e mal conseguiam respirar. Momentos depois, pararam de sentir a pressão dos colares e tudo voltou ao normal. Os irmãos pegaram, de imediato, nas joias e nos alimentos e começaram a correr o mais rápido que conseguiam para se afastarem ainda mais da gruta, mas logo nesse momento ambas as riquezas começaram a arder e os rapazes deixaram de ver, ouvir e falar. Cegos, surdos e mudos, começaram a correr desorientados, um para cada lado. Nunca mais se encontraram um ao outro.
A riqueza e a abundância cegaram os irmãos e fizeram com que perdessem tudo, incluindo a maior riqueza que alguma vez possuíram: a companhia um do outro.

Clara Loureiro, nº 7, 8º C

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