Numa pequena aldeia, existiam catorze meninos que todos os dias, assim
que chegavam da escola, iam para um campo de areia jogar futebol.
Como os seus pais
passavam muitas dificuldades, os meninos jogavam com chuteiras rotas e muito
antigas. Eles tinham de facto um espírito de equipa de futebol e, por vezes,
organizavam jogos com outros rapazes da sua escola. Se ganhavam, como é normal,
ficavam felizes, mas se perdessem, não ficavam arrogantes nem zangados uns com
os outros. Bem pelo contrário, pois ficavam contentes, incentivando-se uns aos
outros, já que da maneira como pensavam, o mais importante para eles era, acima
de tudo, participar. O facto de perder ou ganhar não lhes interessava.
De todos eles, só um
tinha televisão em casa. Portanto, sempre que um jogo de futebol era
transmitido, esse menino convidava todos os seus colegas para irem ver o jogo.
Para eles, o
derradeiro sonho que tinham era tornarem-se num equipa de futebol real, fazendo
jogos reais, que contassem para o campeonato em que estivessem inseridos.
Certo dia, o
rapazinho, que tinha televisão, viu um anúncio publicitário que dava a conhecer
que estava prestes a decorrer um torneio futebolístico na capital do seu país,
um torneio em que as equipas, para participarem, teriam de ter um treinador e
no mínimo, onze jogadores com idade máxima de treze anos.
O jovem divulgou esse
anúncio aos colegas, que chegaram à conclusão de que tudo estava certo, mas
havia dois problemas: não tinham treinador nem transporte para irem até à
capital. Para resolver o problema de arranjar um treinador, os rapazes foram
até à casa de um antigo jogador de futebol, que vivia naquela aldeia. Esse
senhor ouviu-os com muita atenção e disse-lhes que não havia problema algum,
mas afirmou que ainda faltavam duas semanas para o torneio e que teriam de
treinar muito até lá.
Entretanto, passaram
essas duas semanas e, no dia anterior ao último treino, todos se lembraram de
que precisavam de transporte. Ficaram assim todos muito aflitos com a situação,
mas o treinador deu-lhes o grande suspiro de alívio, ao dizer-lhes que já tinha
um autocarro reservado para eles.
Eis então que chegou
o tão esperado dia, a oportunidade de espantarem o país com a conquista do
troféu! E, após muitas eliminatórias, conseguiram chegar à final, que foi um
feito que, para muitos analistas, era impossível. Na verdade, após muito
esforço, garra e dedicação, conseguiram alcançar o troféu. Porém, quando
chegaram ao autocarro, viram-no todo apedrejado, o que significava que não
tinham como chegar a casa. Foi aí que algo fantástico aconteceu, parece que
tinha vindo Deus à terra e, num abrir e fechar de olhos, o autocarro ficou como
novo, algo que nunca se tinha visto acontecer. Sendo assim, graças a esse
“milagre”, conseguiram finalmente chegar a casa e mostrar a todos que “A união
faz a força!”, e, em resultado disso, constatamos que existe sempre uma
recompensa.
Guilherme Costa, nº 12, 8º C
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