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sábado, 25 de maio de 2013

Momentos de diálogo - Um improvável conselheiro


Um improvável conselheiro


            Era um dia de nevoeiro. Tinha chegado a casa depois das sete da tarde, pois tive jogo. Depois da derrota que sofremos, quis isolar-me da família e de tudo o que me rodeava, por isso fui para o jardim.
            Mal se via a paisagem. A única companhia que tinha era o meu cão. Mas nem ele me compreendia. Deitei-me na relva e disse, sussurrando: “O que mais posso eu fazer?”
            - Talvez não estejas a pensar com clareza… - respondeu-me uma voz misteriosa.
            Estava pronta para lhe responder, mas depois olhei em meu redor e não vi ninguém a não ser o meu cão, um vaso de flores e o relvado. Ao ver-me tão intrigada, a voz respondeu- me:
            - Se calhar o mais certo seria olhares para baixo.
            E eu assim o fiz. Foi aí que vi que, no meio das ervas, se encontrava um caracol com uma carapaça muito maior que o seu tamanho. Apesar de pequeno, aquele caracol era uma criatura sensata e, de certa maneira, sábia.
            Sentei-me ao lado dele e contei-lhe como me sentia. Contei-lhe todos os pormenores do jogo e quando acabei o meu relato, senti-me finalmente mais aliviada. Por fim, o caracol disse-me:
            - Sabes, podes achar que tens toda a razão e, provavelmente, todos os que estivessem no teu lugar se sentiriam assim. Mas não te lembras que, quando me ouviste, procuraste-me por todo o lado, menos cá em baixo? Se calhar, nos teus jogos, tentas tanto procurar os mais velhos que não olhas para os mais novos, ou para os que não jogam tão bem.
            Percebi que o caracol tinha realmente razão, e a partir daquele dia, tentei sempre valorizar tanto os melhores como os piores, tanto no basquete como em tudo.
           
Clara Loureiro, nº 7, 8º C

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