Um improvável
conselheiro
Era
um dia de nevoeiro. Tinha chegado a casa depois das sete da tarde, pois tive
jogo. Depois da derrota que sofremos, quis isolar-me da família e de tudo o que
me rodeava, por isso fui para o jardim.
Mal
se via a paisagem. A única companhia que tinha era o meu cão. Mas nem ele me
compreendia. Deitei-me na relva e disse, sussurrando: “O que mais posso eu
fazer?”
-
Talvez não estejas a pensar com clareza… - respondeu-me uma voz misteriosa.
Estava
pronta para lhe responder, mas depois olhei em meu redor e não vi ninguém a não
ser o meu cão, um vaso de flores e o relvado. Ao ver-me tão intrigada, a voz
respondeu- me:
E
eu assim o fiz. Foi aí que vi que, no meio das ervas, se encontrava um caracol
com uma carapaça muito maior que o seu tamanho. Apesar de pequeno, aquele
caracol era uma criatura sensata e, de certa maneira, sábia.
Sentei-me
ao lado dele e contei-lhe como me sentia. Contei-lhe todos os pormenores do
jogo e quando acabei o meu relato, senti-me finalmente mais aliviada. Por fim,
o caracol disse-me:
-
Sabes, podes achar que tens toda a razão e, provavelmente, todos os que
estivessem no teu lugar se sentiriam assim. Mas não te lembras que, quando me
ouviste, procuraste-me por todo o lado, menos cá em baixo? Se calhar, nos teus
jogos, tentas tanto procurar os mais velhos que não olhas para os mais novos,
ou para os que não jogam tão bem.
Percebi
que o caracol tinha realmente razão, e a partir daquele dia, tentei sempre
valorizar tanto os melhores como os piores, tanto no basquete como em tudo.
Clara
Loureiro, nº 7, 8º C
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