Há uns dias atrás,
estava um sol radiante. Porém, eu sentia-me cansada e triste, como se o mundo à
minha volta não existisse e eu estivesse completamente sozinha e abandonada.
Estava mesmo num daqueles dias em que, por mais que as coisas fossem perfeitas,
eu achava sempre que estava tudo mal. Nesse dia, estava num estado de espírito
pessimista em que, por muito que dissessem que o copo estava meio cheio, eu
achava sempre que estava meio vazio.
O dia ia passando, o
sol brilhava tanto que até queimava andar na rua. Quanto a mim, estava
constantemente a olhar para o relógio e cada vez que o ponteiro dos segundos se
movia, eu achava uma eternidade. Cada segundo parecia até horas e horas
infinitas de espera. Na verdade, eu não sabia bem porque estava assim, apenas
sentia uma saudade enorme e uma vontade tão forte de dar um abraço a alguém de
que eu gostasse e de facto, de maneira nenhuma nada me conseguia animar.
Nesse dia, li, ouvi
música, escrevi, desenhei, estudei e ainda me sobrou tempo, durante o qual eu
não fazia a mínima ideia o que fazer, só queria que aquele dia chegasse ao fim,
mas o tempo era o meu maior inimigo.
Cada vez que olhava
para o relógio, parecia que o tempo andava para trás e eu ali, sentada ao sol,
a queimar-me a mim e ao tempo.
Finalmente, as horas
passaram, já eram cinco horas da tarde. Naquele dia, as aulas já tinham acabado
para mim. Entretanto, estava a dirigir-me para o portão de saída da escola,
quando, sem dar conta, recebi um abraço tão caloroso e tão familiar que parecia
que toda aquela tristeza tinha desaparecido por completo. Na verdade, foi dos
melhores abraços que alguma vez me tinham dado e sendo o meu namorado a dar-mo,
foi muito bom!
Aquela tristeza e
solidão tornaram-se, como por magia, numa felicidade imensa. Por isso, eu digo
que, por muito que as coisas pareçam escuras, há sempre um raio de luz por
perto sem nós darmos conta.
Cristiana Oliveira, nº 7, 9º D
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