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domingo, 19 de maio de 2013

Momentos de diálogo


Foi pedido aos alunos do oitavo ano, turmas C e F, que criassem um texto narrativo, onde tivessem um pequeno momento de diálogo com uma planta, um animal ou um objeto. Vejamos como os nossos “pequenos escritores” deram asas à sua imaginação!           

Sara Castela, Professora de Língua Portuguesa e O Ciclista

O Meu Novo Companheiro


Era o meu aniversário, num dia não muito quente, nem muito frio. O sol espreitava entre as nuvens. Num dia que devia ser de festa, e de facto era! Mas não para todos. Eu sentia-me infeliz e desanimado. Talvez por um motivo pouco relevante, mas sentia.
A minha prenda de aniversário tinha sido um simples peluche. A única característica que o diferenciava de todos os outros peluches era que aquele tinha um relógio na barriga, mas ainda assim era simples. Por este facto, isolei-me da música e do banquete e sentei-me no tronco de uma árvore a pensar. Talvez não tenha sido a melhor decisão visto que a festa era por minha causa, mas não estava com disposição.
Acho que cheguei a adormecer e perdi a noção do tempo. Porém, momentos depois, acordei de uma forma inesperada, com cócegas nas orelhas. Parece absurdo mas o meu peluche estava a fazer-me cócegas! Eu mal acreditei, afinal é um peluche, não tem vida! Não era possível que se estivesse a mexer!
- Ah! – gritei.
- Calma! Desculpa se te acordei, não era essa a minha intenção.
- Tu… tu… tu falas?
- Pois, parece que sim. Não te assustes.
Ainda meio atordoado, inclinei-me para trás e refleti. Estava completamente incrédulo.
- Eu só queria pedir-te ajuda – prosseguiu ele – Como vês, tenho este relógio aqui na barriga e está a causar-me dores muito fortes. Deve estar enferrujado.
- Ah, eu resolvo!
- Sabes aquela sensação de cólicas? É ainda mais forte.
- Claro que te ajudo. Não leves a mal, mas pensei que me quisesses fazer mal.
- Eu?! Nunca! Eu só quero ser teu amigo e fiquei muito triste, quando não gostaste da tua prenda!
- Desculpa! Eu amei a minha prenda. Mas mudando de assunto, vou ajudar-te e é agora.
Sentindo-me arrependido, peguei na bicicleta, pus o peluche no cesto e segui caminho, em direção ao pôr-do-sol, em busca do alívio do meu novo companheiro.

Ana Sofia Monsanto, nº 2, 8º C

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