Foi
pedido aos alunos do oitavo ano, turmas C e F, que criassem um texto narrativo,
onde tivessem um pequeno momento de diálogo com uma planta, um animal ou um
objeto. Vejamos como os nossos “pequenos escritores” deram asas à sua
imaginação!
Sara Castela, Professora de Língua Portuguesa e O Ciclista
O Meu Novo
Companheiro
Era o meu
aniversário, num dia não muito quente, nem muito frio. O sol espreitava entre
as nuvens. Num dia que devia ser de festa, e de facto era! Mas não para todos.
Eu sentia-me infeliz e desanimado. Talvez por um motivo pouco relevante, mas
sentia.
A minha prenda de
aniversário tinha sido um simples peluche. A única característica que o
diferenciava de todos os outros peluches era que aquele tinha um relógio na
barriga, mas ainda assim era simples. Por este facto, isolei-me da música e do
banquete e sentei-me no tronco de uma árvore a pensar. Talvez não tenha sido a
melhor decisão visto que a festa era por minha causa, mas não estava com
disposição.
Acho que cheguei a
adormecer e perdi a noção do tempo. Porém, momentos depois, acordei de uma
forma inesperada, com cócegas nas orelhas. Parece absurdo mas o meu peluche
estava a fazer-me cócegas! Eu mal acreditei, afinal é um peluche, não tem vida!
Não era possível que se estivesse a mexer!
- Ah! – gritei.
- Calma! Desculpa se
te acordei, não era essa a minha intenção.
- Tu… tu… tu falas?
Ainda meio atordoado,
inclinei-me para trás e refleti. Estava completamente incrédulo.
- Eu só queria pedir-te
ajuda – prosseguiu ele – Como vês, tenho este relógio aqui na barriga e está a
causar-me dores muito fortes. Deve estar enferrujado.
- Ah, eu resolvo!
- Sabes aquela
sensação de cólicas? É ainda mais forte.
- Claro que te ajudo.
Não leves a mal, mas pensei que me quisesses fazer mal.
- Eu?! Nunca! Eu só
quero ser teu amigo e fiquei muito triste, quando não gostaste da tua prenda!
- Desculpa! Eu amei a
minha prenda. Mas mudando de assunto, vou ajudar-te e é agora.
Sentindo-me
arrependido, peguei na bicicleta, pus o peluche no cesto e segui caminho, em
direção ao pôr-do-sol, em busca do alívio do meu novo companheiro.
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