Era uma bela tarde de
quarta-feira, o sol estava bastante intenso. O verão estava a bater à porta e
no meu jardim, havia uma grande confusão. Todos os bichos, bichinhos, aranhas,
insetos, entre os quais abelhas, zangões, mosquitos, todos andavam a voar de um
lado para o outro.
Decidi sentar-me à
sombra a observar aquela grande azáfama. Dei de caras com um pequeno casulo, de
cor acastanhada que de repente se começou a mexer, como que se lá de dentro
algo quisesse sair. Cedo percebi que esse algo era uma grande e colorida
borboleta. A princípio fiquei a observar, mas de imediato reparei que a
borboleta necessitava de ajuda. Nunca tinha assistido a tal momento. As minhas
pernas tremiam. Corri o mais depressa que pude até à cozinha, onde encontrei um
canivete, agarrei nele e voltei a correr. Cheguei ao casulo, com o canivete,
abri-o com muito cuidado para evitar magoar a borboleta.
Naquele momento, toda
a bicharada do jardim parecia que me atacava, mas esbracejei e ganhei espaço.
Abri o casulo e fiquei muito surpreendido quando a borboleta caiu no chão e de
seguida, morreu.
Fiquei estupefacto a
olhar para a borboleta até que a rainha borboleta, que normalmente comparecia
nos funerais, se aproximou de mim e disse:
-Não o devias ter
feito, pois a borboleta fica sem forças nas asas e não consegue voar.
Estava tão chocado
que nem me admirei com a fala da rainha borboleta.
-Não queria que fosse
este o seu destino! – respondi eu, inocentemente.
Aprendi neste dia uma
grande lição de vida. E, a meu ver, isto também se aplica nos seres humanos.
Vejam, então, se não concordam comigo! As mães têm de deixar os seus filhos
ganharem força nas suas asas e não cortarem-lhe os casulos. Caso contrário, não
conseguirão enfrentar nem ultrapassar os obstáculos que a vida lhes apresenta.
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