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domingo, 12 de agosto de 2012

Solidariedade (ou não) nos dias de hoje


2º Episódio




-Sabes avô, por vezes gostava de ser mágica e fazer com que toda a gente fosse amiga.
-Minha querida, nem tudo se resolve com magia. Temos de enfrentar a vida. A magia não esconde o rancor dos humanos.
Naquele momento, ouviram um carro chegar. Era a Dona Matilde, avó de Joana e de Afonso.
-Venham ajudar-me!- exclamou ela com sacos de compras nas mãos.
-Avó!- gritaram os netos enquanto corriam para a ajudar.
-Meus queridos! Já me tinha esquecido que era sexta-feira. Ai a minha cabeça!...Já não está boa!- exclamou com um ar preocupado.
-Avó, pareces preocupada. O que se passa?
-Não imaginas o que vi no supermercado!
-Então?!
-Está a decorrer uma daquelas campanhas de solidariedade do Banco Alimentar. Quando eu estava na caixa para pagar, um homem roubou um dos carros cheio de bens alimentares. Todas as pessoas que estavam nas caixas foram a correr atrás do homem mas já ninguém o apanhou. Deve ser um desses bandidos profissionais, que estão constantemente a passar na televisão. Mas o que me preocupa mesmo é que há famílias que vão ficar sem aquela comida, que poderia ser uma grande ajuda.
Tristes com a situação, baixaram as cabeças. Sabiam que a situação não era a melhor. Rompendo o silêncio, o avô exclamou:
-Estou farto de pessoas assim! Andam uns a ajudar com a miséria de ordenado que têm e vêm outros roubar. Uns querem ajudar e outros, pelo contrário, resolvem piorar a situação!
-Estás muito exaltado! Tens de te acalmar, senão podes ter outro ataque de coração.
O senhor João era um doente cardíaco, por isso toda a gente andava sempre em cima dele, pois era um pouco desleixado.
Entretanto, bateram à porta. A Joana e o Afonso foram a correr para ver quem chegava primeiro.
-Olá, a dona Matilde está?- interrogou uma senhora alta, de olhos azuis, de pele negra e com um aspeto pobre.
-Sim, vou já chamá-la!- respondeu João bastante envergonhado.
Quando João chamou a sua avó, esta estava a preparar sacos de plástico com comida e roupa.
-Deve ser a Marta, mas ainda é muito cedo!
Logo a seguir, levou todos os sacos para a sala com a ajuda do neto. Sem estar à espera rapidamente se apercebeu de que Marta já lá estava instalada, pois Joana apressou-se a convidá-la a entrar.


Continua…

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