Era uma vez dois irmãos chamados
Darold e Melode, que viviam no reino de Wakanda, em África. Darold teve sempre
um sonho: adquirir mais conhecimento sobre os costumes e sobre as pessoas que
habitavam fora do seu país!
Darold e Melode adoravam-se um ao
outro, pois também ninguém das suas famílias lhes dava importância nenhuma. Em
criança brincavam sempre juntos, corriam pela floresta em busca de novos
lugares e de outros seres… Enfim, Melode tinha um grande dom para a música,
tocava violino e quando ela tocava, Darold acompanhava-a a dançar, se bem que
ele não tinha muito jeito para isso.
Certo dia, Melode ouviu falar num
concurso de música cujo vencedor ganharia uma viagem a Portugal. Então, desatou
a correr em direção a Darold, pois estava ansiosa por lhe contar a notícia.
Quando lhe disse, Darold nem queria acreditar no que tinha ouvido e ficou muito
feliz por a irmã querer levá-lo, se ganhasse o concurso, pois assim realizaria
o seu sonho!
Dias depois de tantos ensaios,
foram para a primeira prova de música, era entre ela e um saxofonista. O
saxofonista era muito bom, mas Melode conquistava qualquer um com o seu
talento. Arrasou em todas as batalhas, até que chegou à grande final.
De um lado Melode no violino, do
outro Miguel na bateria. Miguel era natural de Portugal. Já há muito tempo que
queria ter voltado ao seu país, mas não tinha dinheiro para isso e, finalmente,
estava a ter uma hipótese de reencontrar a família, nomeadamente os pais, os
filhos e a mulher. Portanto, esperava-se uma batalha épica! E foi o que
aconteceu…
Miguel tinha chegado à derradeira
batalha. A prova começou, Miguel atuava com um grande ritmo na bateria, agora
ninguém o podia parar. Depois de acabar, era a vez de Melode. A sua música era
fantástica, era suave como o vento…
Só os jurados poderiam decidir
quem ganharia este concurso. Toda a gente estava nervosa. Darold estava a
tremer do lado da plateia. Quando se disse o resultado, ninguém queria
acreditar. Parece que tinha ficado tudo empatado, mas tinha de haver alguma
solução para o que se tinha sucedido. Então, decidiu-se dar a vitória aos dois.
Eles ficaram muito felizes!
No dia seguinte, já no avião,
Darold previa como seriam as coisas em Portugal. Já dizia que queria ir para o
Porto ou para Aveiro, porque tinha a informação de que o Norte de Portugal era
um local onde existiam realidades magníficas. Queria ir para o Porto, porque
sonhava visitar a Torre dos Clérigos, passando pelos 200 degraus, para poder
observar a magnífica vista panorâmica da cidade. Queria observar todas as
pontes, nomeadamente a de Dom Luís I, pois tinha sido desenhada pelo engenheiro
Gustave Eiffel, de quem Darold gostava tanto… Por outro lado, queria visitar
Aveiro, para andar de moliceiro, poder comer os famosos ovos moles, ir às
praias da Costa Nova e da Barra… Enfim, Melode adorava a sua ideia e também
adorava o facto de Darold estar tão entusiasmado com a viagem. Do outro lado,
Miguel só pensava em rever a sua família.
Ao perceber que Darold e Melode
não tinham ninguém que os levasse a
conhecer Portugal, Miguel
sentiu-se na obrigação de os convidar para um passeiozinho pela sua “terra
natal”, que curiosamente era Aveiro. E foi o que fez. Darold e Melode, sem mais
demoras, aceitaram com grande ânimo, pois, assim, também teriam um “guia” para
os levar a conhecer a sua terra e, quem sabe, pudessem vir a ser amigos …
Já a caminho da sua terra natal,
Miguel descrevia como era cada pessoa na sua família. Os irmãos acharam a
família dele muito agradável e perceberam que Miguel tinha um carinho especial
pelos filhos.
Passadas algumas horas, chegaram
a Anadia, uma cidade dentro do distrito de Aveiro, pequena, em termos de
população, mas muito acolhedora! O reencontro de Miguel com a família foi
emocionante. Ninguém conseguiu conter as lágrimas, pois já não se viam há quase
uma década!
Passaram o dia todo a falar e
tanto os irmãos como a família de Miguel puderam conhecer-se melhor. No meio
disto tudo, Darold e Melode tinham-se esquecido de arranjar um sítio onde
pudessem dormir, comer…, enfim, fazer o seu dia-a-dia. Por isso, Miguel
deixou-os ficar em casa dele por uns dias.
No dia seguinte, foram visitar os
pais de Miguel, Vítor e Rosalinda. Vítor, curiosamente, também era músico,
tocava viola, trombone e trompete, e já tinha estado numa banda (“A Banda dos
Palmares”).
Novamente, ficaram “horas a fio”
a conversar, a dizer como tinham chegado ali, o que tinham feito enquanto
tinham estado fora… Enfim, de repente Melode teve uma grande ideia, que ao
mesmo tempo poderia parecer louca… Perguntou se se podia formar uma banda, com
Miguel, Vítor, ela e mais pessoas… “Mas onde é que se podiam encontrar mais
pessoas?”, questionavam-se todos.
Começaram a pensar, a pensar, a
pensar…, até que se lembraram. A sobrinha e o irmão de Miguel também eram
músicos, Íris era pianista e cantora e João era baixista. Só faltava
perguntar-lhes se alinhavam na banda. Então, ligaram-lhes imediatamente. Em
primeiro lugar, ficaram surpreendidos por ouvir a voz de Miguel, mas depois
falaram-lhes do assunto e eles, ansiosíssimos, disseram que sim!
No meio desta confusão toda,
Duarte (filho de Miguel), como andava a aprender a tocar trompete com o avô,
disse que seria fantástico se ele também se pudesse juntar à banda. Miguel
achou complicado, pois ele ainda era muito novo, mas como ele estava tão
entusiasmado, não teve outra hipótese se não dizer que sim. Duarte ficou muito
contente, ele era capaz de tudo nesse momento e festejou como nunca tinha
festejado!
A banda já tinha “rodas para
andar”, mas faltava dar-lhe um nome…, até que o mais pequeno (Duarte) exclamou:
- Já sei, já sei… E que tal: “The
Ealth Melody”?
Todos concordaram e ao mesmo
tempo disseram que era um nome muito interessante.
Passados cinco meses, já tinham
marcado 12 concertos. O primeiro era durante a feira do “Vinho e da Vinha” …
Finalmente, subiram ao palco, a
plateia estava quase vazia, mas, ao ouvir-se aquela música magnífica, uma
montanha de pessoas foi entrando para ver quem eram os autores “daquela
maravilha”.
Era tal e qual um íman, atraindo
uma grande multidão! Estava a ser uma surpresa, tanto para o público como para
a banda, que à medida que o tempo ia passando, ia formando laços de amizade com
Melode e Darold.
Quando acabou o espetáculo,
apareceu uma multidão a pedir autógrafos e a dizer que tinham de continuar com
aquela aptidão para a música. A banda ficou muito orgulhosa!
Passados três meses, já tinham
ido a Braga, ao Porto, a Lisboa, a Viana do Castelo… Com todo o tipo de
músicas: “Bohemian Rhapsody”, “Breakfast in America”, “One”, Save the last
dance” … Enfim, era uma paixão pela música!
Eles ficaram mesmo muito famosos,
até já tinham começado a fazer digressões pelo mundo! Realizando, assim, o
sonho de Darold, que sempre os acompanhava.
Felizmente correu tudo bem para
esta banda, que, agora, com tanta fama, tinha comprado, não uma, não duas, mas,
sim, três casas enormes, carros... E por aí fora.
A moral desta história é que
basta trabalhares, dedicares-te e esforçares-te para obteres resultados, pois
quem não se dedica não obtém nenhum resultado!
Duarte
Gonçalves, 7.º Ano | Escola Básica de Vilarinho do Bairro
Sem comentários:
Enviar um comentário