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sábado, 23 de outubro de 2021

Maria e os seus sonhos de criança

Alguns anos atrás a menina Maria, que vivia numa aldeia da Beira Alta, sonhava e imaginava através dos livros e da pouca televisão que lhe era permitida ver, como seria o mundo que ela só conhecia através das histórias.

Sabia e sentia que era uma felizarda por viver e crescer rodeada pela natureza, mas sentia que o mundo tinha mais para lhe dar, talvez quando fosse adulta, esses sonhos e toda a imaginação que os alimentava, passassem a ser uma realidade.

Habituada a sentir as quatro estações do ano, no verdadeiro sentido da palavra. Verão muito quente, inverno muito frio e seco, outono bem marcado pelas cores da natureza no caso o verde, amarelo e castanho e a primavera muito florida, com um cheiro a natureza, que seria difícil se encontrar nas grandes cidades, achava ela.

A Maria cresceu num meio marcadamente rural, em que a agricultura era uma das principais atividades económicas. Sabia que depois de percorrer, muitas curvas entre serras e vales, havia outra realidade, lá longe, numa vila ou cidade.

Certo dia viu umas imagens através da televisão, a preto e branco na altura, mas que deram o brilho e cor à imaginação que a Maria precisava para alimentar a esperança que um dia quando fosse adulta a pudesse viver de verdade.

As histórias, o encanto e entusiasmo com que ela acompanhava esses programas, que retratavam um pouco aquilo que se vivia por todo o mundo, era de tal forma evidente que ficava aborrecida quando por algum motivo os falhava.

A Maria ia crescendo, amadurecendo, e percebendo que a realidade e a ficção andavam lado a lado, sendo por vezes difícil distinguir uma da outra. Sabia porém, que sonhar alimentava a alma e lhe aquecia o coração nas noites mais frias de inverno.

A pequena Maria cresceu, como todas as crianças da aldeia, e já adulta teve a oportunidade com que sempre sonhou, viajar, viver e conhecer outros países, outras culturas, novas realidades.

Alguns anos mais tarde, a Maria regressa à sua aldeia natal. Percebe que pouca coisa mudou, exceto a partida de alguns entes queridos. Olhando o horizonte, sentindo o cheiro e observando a beleza das cores da natureza, sente o quanto foi importante sonhar na sua infância, pois, hoje percebe, mais que nunca, que “o sonho comanda a vida”, basta sonhar e acreditar.

Ana Paula Costa | Centro Qualifica | AEA

Parabéns, Ana Paula, pelo 1.º lugar alcançado!

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