Alguns anos atrás a menina Maria, que vivia numa
aldeia da Beira Alta, sonhava e imaginava através dos livros e da pouca
televisão que lhe era permitida ver, como seria o mundo que ela só conhecia
através das histórias.
Sabia e sentia que era uma felizarda por viver e
crescer rodeada pela natureza, mas sentia que o mundo tinha mais para lhe dar,
talvez quando fosse adulta, esses sonhos e toda a imaginação que os alimentava,
passassem a ser uma realidade.
Habituada a sentir as quatro estações do ano, no
verdadeiro sentido da palavra. Verão muito quente, inverno muito frio e seco,
outono bem marcado pelas cores da natureza no caso o verde, amarelo e castanho
e a primavera muito florida, com um cheiro a natureza, que seria difícil se
encontrar nas grandes cidades, achava ela.
A Maria cresceu num meio marcadamente rural, em que
a agricultura era uma das principais atividades económicas. Sabia que depois de
percorrer, muitas curvas entre serras e vales, havia outra realidade, lá longe,
numa vila ou cidade.
Certo dia viu umas imagens através da televisão, a
preto e branco na altura, mas que deram o brilho e cor à imaginação que a Maria
precisava para alimentar a esperança que um dia quando fosse adulta a pudesse
viver de verdade.
As histórias, o encanto e entusiasmo com que ela
acompanhava esses programas, que retratavam um pouco aquilo que se vivia por
todo o mundo, era de tal forma evidente que ficava aborrecida quando por algum
motivo os falhava.
A Maria ia crescendo, amadurecendo, e percebendo
que a realidade e a ficção andavam lado a lado, sendo por vezes difícil
distinguir uma da outra. Sabia porém, que sonhar alimentava a alma e lhe
aquecia o coração nas noites mais frias de inverno.
A pequena Maria cresceu, como todas as crianças da
aldeia, e já adulta teve a oportunidade com que sempre sonhou, viajar, viver e
conhecer outros países, outras culturas, novas realidades.
Alguns anos mais tarde, a Maria regressa à sua
aldeia natal. Percebe que pouca coisa mudou, exceto a partida de alguns entes
queridos. Olhando o horizonte, sentindo o cheiro e observando a beleza das
cores da natureza, sente o quanto foi importante sonhar na sua infância, pois,
hoje percebe, mais que nunca, que “o sonho comanda a vida”, basta sonhar e
acreditar.
Ana Paula Costa | Centro Qualifica | AEA
Parabéns, Ana Paula, pelo
1.º lugar alcançado!
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