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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Bilhar

Esta é a história de duas pessoas: a Gemma e a Clara, que, tal e qual como o nome, são completamente diferentes uma da outra, mas isso já vão perceber.

 A Gemma é uma rapariga de 15 anos. Tem um bom estatuto social, devido ao poder económico herdado do seu pai, que era estilista da marca Ovolist, No entanto, a sua mãe era uma simples burguesa, rude e sonsa, e isso fazia com que a menina fosse convencida, se achasse superior e fosse muito mimada.

Já a Clara era uma rapariga de médio-baixo estatuto social, vivia com dificuldades juntamente com os seus pais, muito ligados ao campo. Ela era doce, meiga, honesta e uma menina de muito bom coração.

Elas andavam na mesma escola, mas a forma como eram tratadas era bastante diferente. Gemma tinha muitos “amigos” (que na verdade não eram amigos) e era super popular. Como tinha muito dinheiro era valorizada por isso.

Clara tinha poucos amigos (apesar do seu bom coração) e não era popular. Era insultada e maltratada constantemente e sofria muito por isso, devido à falta de dinheiro.

Numa quinta-feira, na aula de físico-química, a professora Rute decidiu informar os alunos de um trabalho de pares. Infelizmente, Clara e Gemma ficaram no mesmo grupo e, devido ao egoísmo e falta de senso de Gemma, a Clara acabou por fazer o trabalho sozinha. No dia da apresentação, como é óbvio, Gemma não sabia nada do que falar e, ridiculamente, os alunos e colegas culparam Clara do ocorrido. Sem culpa e transtornada, Clara saiu da aula, com lágrimas no canto do olho, sem entender, triste e sentindo-se injustamente culpabilizada.

Após este incidente, na escola, num lugar onde ninguém veria, Clara foi violentamente espancada pelos seus colegas.

Mais tarde, já adulta, Clara arranjou um emprego seguro como estilista e superou tudo o que lhe tinha acontecido na adolescência. Tinha casa, comida e uma vida que venerava.

 Gemma, por seu lado, não era muito diferente da adolescente que tinha sido, pois, em vez de ter sido ela a conseguir os seus feitos, foi o dinheiro dos pais que a salvou.

Podemos dizer que esta história parece ter um final feliz, Clara, evidentemente, seguiu o sistema e tem uma vida como todos os outros, onde existimos e não vivemos, pois somos controlados e manipulados, sendo ricos e pobres.

A vida é como um jogo particularmente o de bilhar e porquê? Bem, porque apesar de termos cor, números e até mesmo valores diferentes, somos todos bolas com o mesmo aspeto, o mesmo início e fim.

Beatriz Dias Ferreira, n.º 2, 9.º A, EBVB

 

         

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