Todas as noites, a mãe
da Maria da Luz lhe contava uma história antes de dormir e ela adorava aquele
momento. Maria da Luz, era uma menina com uma grande imaginação e, certo dia,
enquanto a mãe lhe contava a história de Neil Armstrong, o primeiro homem a
pisar a Lua em 1969, a menina interrompeu a mãe para lhe dizer que, um dia,
também ela iria pisar a Lua.
Durante essa noite,
sonhou que ela própria construía o seu foguetão.
E o sonho parecia
querer tornar-se realidade. No dia seguinte, acordou cheia de energia, tomou um
pequeno-almoço bem reforçado e arregaçou as mangas para começar a reunir todo o
material necessário para a construção do seu foguetão.
Maria da Luz, decidiu
que ia construir um foguetão amigo do ambiente. Ia ser uma nave feita apenas
com materiais recicláveis, seria um eco foguetão.
Já no jardim de sua
casa e acompanhada do seu melhor amigo, um coelho branco a quem dera o nome de
Plutão, começa a dar forma à sua invenção. Era um projeto pensado ao pormenor,
afinal, era aquele foguetão que a ia levar a pisar a Lua. Foram necessários
quatro dias para dar por concluída a obra e, no final, sentiu um orgulho
imenso. Como ela estava radiante! Tapou o seu foguetão com um pano branco e foi
a correr chamar os seus pais. Pediu-lhes que tapassem os olhos e conduziu-os ao
jardim. Contou até três e destapou a sua invenção. Os pais ficaram boquiabertos
com o que estavam a ver. Estavam cheios de orgulho da capacidade de imaginação
de sua filha. Deram-lhe um grande abraço e os parabéns por conseguir sozinha
fazer uma obra de arte daquelas.
Já era noite, entraram
para jantar, Maria da Luz não falava de outra coisa que não fosse no seu eco
foguetão e de como estava ansiosa por poder brincar nele e poder, de forma imaginária,
pisar a Lua. Ia ser a primeira mulher a pisar a Lua, dizia ela cheia de
convicção.
Nessa noite, ainda a
mãe da Maria da Luz não tinha começado a ler a história já a menina dormia
profundamente. Afinal tinham sido quatro dias de muito trabalho.
Chegou mais uma manhã.
Lá fora ouviam-se os passarinhos a cantar e um raio de sol muito luminoso
espreitava pela janela do quarto da pequena sonhadora. Com um olho aberto e
outro fechado, olhava para o relógio: eram sete horas, ainda muito cedo, pensava
ela. Mas, logo de seguida, diz em voz baixa para o seu amigo Plutão:
- Não aguento esperar
mais!
Saiu da cama a correr
para se despachar com as suas tarefas e poder ir brincar o mais rápido possível
no seu foguetão.
Na casa, onde morava,
existia um quarto encantado, cheio de fantasias. Procurava num dos baús se
existia algum disfarce de astronauta. Depois de muito vasculhar lá encontrou um
casaco prateado, umas botas, que mais pareciam umas botas da neve, também elas
prateadas, e um capacete, que era um antigo aquário.
Estava, então, pronta
para embarcar na aventura.
Saiu porta fora,
sentou-se ao comando do seu foguetão, ao seu lado colocou o seu amigo Plutão, e
começou a aquecer os reatores da sua máquina. Ia começar a sua viagem. A menina
sabia que do planeta Terra até pisar a tão afamada Lua tinha de percorrer uma
enormíssima distância, que seria aproximadamente igual a uma torre de quarenta
milhões de biscoitos. Os motores estavam quentes, era hora de descolar. Fez a
contagem decrescente e lá foram eles.
À sua frente tudo era
mágico, estava encantada com o que via. E em 3, 2, 1 era hora de aterrar em
solo lunar. Interrogava-se sobre a razão de a Lua aparecer umas vezes mordida,
outras em círculo, umas vezes mais escura outras iluminava a Terra como se fosse
dia. Mal sabia ela que na Lua existia um guia turístico que lhe ia responder a
todas as suas dúvidas.
Ficou assim a saber que
a Lua era um satélite natural da Terra e que era iluminada pelo Sol. Que girava
em torno da Terra e por isso nem sempre a víamos com a mesma forma. O guia
explicou à menina que existia um ciclo lunar que era ele o responsável por dar origem
às quatro fases da Lua e que demorava cerca de vinte e oito dias a estar
completo. De vez em quando, o Sol, a Terra e a Lua ficavam alinhados e que isso
dava origem aos eclipses. Explicou-lhe também que a Terra girava em torno de si
mesma e que dava origem à noite e ao dia, demorando 24 horas para dar uma volta
completa. Para concluir, informou-a que existia outro movimento onde a Terra
girava em torno do Sol e que demorava um ano, dando origem às 4 estações do
ano.
A menina estava cada
vez mais encantada com tudo aquilo que estava a aprender. Que aventura! -
pensava ela. E, enquanto saltitava naquele lindo satélite, questionou o guia do
porquê da existência daqueles buracos no chão, e ele, com um sorriso no rosto, explicou-lhe
que aqueles buracos se chamavam crateras e eram provocados pelas chuvas de
meteoritos que colidiam com a superfície da Lua.
Olhou para o seu
relógio e deparou-se com o passar das horas. Era tarde e tinha de voltar para
casa. Despediu-se do guia e disse-lhe que um dia havia de voltar, queria aprender
mais E, num piscar de olho, estava de volta à realidade.
A mãe da menina
chamou-a dizendo que eram horas de jantar. Maria da Luz estava ansiosa por
contar aos pais como tinha corrido o seu dia na Lua e durante todo o jantar não
parou de falar, estava radiante e ansiosa por poder partilhar com os seus
amigos da escola tudo o que tinha aprendido na sua superaventura realizada nos
dias de confinamento.
Já na cama, como todos
os dias, a mãe de Maria da Luz sentou-se à sua beira para contar a habitual
história, mas desta vez, quem quis falar foi a Maria da Luz que voltou a
recordar toda a aventura que tinha vivido naquele dia.
Antes de fechar os
olhos, deu um beijo ternurento à sua mãe e com um grande sorriso no rosto disse
que um dia havia de ser astronauta.
“Nossa
imaginação cria asas enquanto nossos sonhos voam” – Joaquim Gomes Alves.
Petra
dos Anjos Martins, 4.º C | EB1 de Moita
Sem comentários:
Enviar um comentário