Era uma vez um gato tão bravo que não
se ligava a ninguém, nem nunca fora a casa de nenhum ser humano.
Certo dia, o gato estando faminto
apareceu em casa de uma pessoa a manquejar. Por sinal, essa pessoa gostava de
animais. Então, facilmente o apanhou e viu que ele tinha uma das patas partida.
Como tal, atou talas de madeira à pata com ligaduras e deu-lhe comida. O gato
acabou por se deixar ficar três dias na casa do senhor. Entretanto, os
instintos de tal criatura da noite chamaram-no e ele acabou por desaparecer.
Três dias depois, voltou a aparecer, em pleno dia, para comer. Passou assim a
ficar com o “dono” de dia e a desaparecer de noite e isto verificou-se durante
cerca de um mês e meio. Depois disso, o senhor tirou-lhe as talas e as
ligaduras. No dia seguinte, o gato acabou por ir novamente embora.
No inverno seguinte, o dono já de
idade adoeceu gravemente. Então, os instintos do gato levaram-no a voltar para
fazer companhia ao idoso. Entretanto, quando se verificaram melhorias, o animal
voltou ao seu mundo habitual, o que o deixou muito desiludido.
Duas semanas depois, voltou novamente
a aparecer, mas desta vez o senhor decidiu não lhe abrir a porta, atuou como se
ninguém estivesse em casa.
Porém , o gato acabou por entrar por uma das janelas que
estava aberta e quando o fez, viu o idoso deitado na cama e tentou acordá-lo,
lambendo-o, enroscando-se na cara dele, mas não havia sinais de reação. Então,
o gato miou como se o mundo estivesse a acabar.
O vizinho, por sinal, o seu grande
amigo, ao ouvir o miar aflitivo do animal, como tinha as chaves dele, decidiu
abrir a porta da casa, só que o gato não saiu, dirigindo-se para o quarto do
dono. O senhor seguiu o gato que já estava deitado junto à cabeça do dono e
aproximando-se de ambos, verificou que o seu grande amigo estava morto.
Durante três anos, foi alimentando o
gato. Um dia, o animal foi encontrado já sem vida junto à campa do seu antigo
dono, tal era a feição que sentia por ele.
José Costa,
8º F
Sem comentários:
Enviar um comentário